Depois da descriminalização federal da canábis ter sido aprovada pela Câmara dos Representantes no início deste mês, o Instituto Nacional de Cancro dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou que irá realizar uma conferência sobre a investigação relativa à utilização da canábis como tratamento terapêutico do cancro. O evento acontece de 15 a 18 de Dezembro e envolve também a Food and Drug Administration (FDA).
O evento, que versa sobre a temática do cancro e canábis, arrancou hoje e é organizado pelo National Cancer Institute (NCI), uma agência federal de saúde cuja área de acção é a Oncologia. O “Simpósio do Instituto Nacional do Cancro, Canábis, Canabinóides e Pesquisa no Cancro” decorre online de 15 a 18 de dezembro.
De acordo com o site do NCI, “este workshop irá destacar o estado da ciência na canábis, os seus constituintes químicos (por exemplo, canabinóides) e pesquisa do cancro, incluindo epidemiologia do cancro, uso em pacientes com cancro, biologia e prevenção do cancro, sintomatologia pré-clínica e clínica do cancro e gestão dos efeitos colaterais de tratamento, bem como o uso de canábis e canabinóides como terapêutica do cancro.”
Entre os tópicos agendados para as discussões do painel estão as “potenciais implicações clínicas dos esforços de legalização da canábis, riscos e benefícios do uso de canábis para pacientes com cancro, a função do sistema endocanabinóide no que diz respeito à dor relacionada com o cancro e como a canábis afecta o apetite, náuseas, vómitos e dor neuropática em pacientes.”
Além disso, o workshop também abordará “as barreiras actuais à pesquisa e estratégias para superar esses obstáculos, para garantir a viabilidade de estudos rigorosos projectados para abordar lacunas no conhecimento, bem como o potencial de oportunidades de investigação na área do cancro e da canábis.”
Os oradores convidados incluem investigadores académicos internacionalmente reconhecidos e especialistas em regulamentação do National Institute Health (NIH) e da FDA.
Este é o último de uma série de eventos sobre canábis nos quais a FDA participou. Em janeiro, a FDA aprovou um spray nasal de cocaína e concedeu a aprovação antecipada, embora limitada, do MDMA como medicamento. Em Abril, a agência reconheceu que não existe nenhuma evidência para vincular a vaporização aos riscos do coronavírus. Em Agosto, a FDA anunciou que contrataria milhares de pessoas para testar produtos de canábis. Finalmente, em Novembro, o Escritório de Saúde da Mulher da FDA realizou um simpósio público sobre CBD e género.
Comité de Planeamento do Instituto Nacional do Cancro:
- Samantha Ammons, M.P.H., Programa de Pesquisa em Epidemiologia e Genómica (EGRP), Divisão de Controle do Cancro e Ciências da População (DCCPS)
- Alexis Bakos, Ph.D., M.P.H., R.N. , Grupo de Investigação dos Ensaios Comunitários de Oncologia e Prevenção, Divisão de Prevenção do Cancro (DCP)
- Gary L. Ellison, Ph.D., M.P.H., EGRP, DCCPS
- Andrew N. Freedman, Ph.D., EGRP, DCCPS
- Rachel Grana Mayne, Ph.D., M.P.H., Programa de Pesquisa Comportamental, DCCPS
- Ron Johnson, Ph.D., Divisão do DNA e dos Cromossomas Aberrantes, Divisão de Biologia do Cancro
- Sharon Ross, Ph.D., M.P.H., Grupo de Investigação em Ciências Nutricionais, DCP
- Alejandro Salicrup, Ph.D., Divisão de Saúde Pública, Redes e Investigação, Centro para a Saúde Global e Gabinete de Medicinas Complementares e Alternativas para o Cancro, Divisão de Tratamento e Diagnóstico de Cancro, DCTD
- Jeffrey White, M.D., Gabinete de Medicinas Complementares e Alternativas para o Cancro, DCTD
O programa oficial do evento pode ser consultado aqui.