Internacional
França: 80,8% dos cidadãos a favor da legalização da canábis recreativa
A esmagadora maioria dos franceses é favorável à legalização da canábis para fins recreativos, anunciou esta semana o Le Monde. Mais de 250 mil pessoas participaram num inquérito parlamentar de informação e 80,8% é a favor de uma autorização de consumo e produção em regime legislativo. Além disso, 86% concorda com a possibilidade de auto-cultivo.
“O fim de um tabu?”, pergunta o Le Monde, citando a AFP – Agence France Presse. Em pouco mais de seis semanas, 253.194 pessoas participaram numa consulta online aos cidadãos sobre canábis recreativa, lançada a 13 de Janeiro por uma missão parlamentar de informação, que terminou no domingo, 28 de Fevereiro.
De acordo com os resultados da consulta, 80,8% dos inquiridos concorda com a autorização para o consumo e produção de canábis num quadro regulamentado por lei, afirmaram fontes parlamentares à AFP. Além disso, 13,8% afirma ser a favor da descriminalização dessa droga, cujo uso é proibido em França. Em contrapartida, 4,6% diz ser favorável ao reforço das sanções e apenas 0,8% concorda com a manutenção do enquadramento legal em vigor.
No caso de legalização ou descriminalização, a esmagadora maioria dos entrevistados (86%) é a favor de que o Estado permita que os próprios indivíduos cultivem plantas de canábis dentro dos limites estabelecidos por lei.
Cerca de 30% dos entrevistados nesta consulta declarou nunca ter usado canábis e 38,3% disse consumir ocasionalmente, 17% regularmente e 13,9% afirmou ter um consumo diário.
Comércio deverá ser feito em lojas especializadas
Em resposta à pergunta “No caso de legalização, como é que imagina o comércio de canábis?”, 62,4% dos participantes imagina que a canábis é comercializada em lojas especializadas, 24,2% nas vendas regulamentadas no modelo ‘álcool’, 8,6% nas tabacarias e 3,8% no balcão.
Este inquérito dá conta da ineficácia da legislação em vigor. “Sabemos agora que a legalização da canábis deixou de ser tabu em França e que os nossos concidadãos estão cientes da ineficácia da legislação em vigor nesta área”, afirmou a deputada Caroline Janvier, do partido La République en Marche (LRM), e relatora da “componente recreativa” da missão parlamentar.
“Será necessário lançar uma verdadeira consulta popular e, porque não, um referendo”, avançou à FranceInfo Jean-Baptiste Moreau, deputado LRM de La Creuse, e relator geral da missão de informação, assegurando que pretende fazer propostas dentro de um mês. “Hoje enfrentamos uma proibição, mas um consumo recorde, então a situação não é sustentável”, acrescentou, deixando claro ser a favor da legalização da canábis. “Temos uma economia paralela muito grande que cresceu e financia outras redes, tráfico de armas e coisas do género”.
Apesar da proibição, a França continua a ser o país europeu com o maior consumo regular de canábis, de acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. O ministro do Interior, Gerald Darmanin, que priorizou a luta contra o narcotráfico, disse em Setembro que era contra a legalização “dessa merda”.
A canábis recreativa é uma das áreas em que a missão parlamentar cuidou da canábis medicinal e do CBD. Autorizado em 2019 pela Assembleia Nacional, mas adiado pela crise de saúde ligada à Covid-19, a experimentação com canábis terapêutica (excepto para fumar) para pelo menos três mil pacientes que sofrem de doenças graves deve começar no máximo no final de 31 de Março.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Laura é actualmente Editora do CannaReporter e da CannaZine, além de fundadora e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis. Realizou o documentário “Pacientes” e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.