Internacional
África do Sul: King Khoisan detido por plantar canábis em frente à residência do Presidente, Cyril Ramaphosa

King Khoisan, líder da comunidade indígena sul africana Khoi-San, foi preso por plantar e vender canábis em frente à residência oficial do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou a BBC. Alguns membros do grupo étnico mais antigo do país, que agora é uma pequena minoria, estavam acampados em frente aos Union Buildings, em Pretória, há três anos, exigindo o reconhecimento oficial das suas línguas.
King Khoisan acredita que a sua detenção foi uma manobra para o remover das imediações da residência do Presidente e silenciar o protesto da sua comunidade, mas garante que continuará a cultivar canábis e que a prisão não o deterá. “Polícia, vocês declararam guerra! Nós estivemos aqui pacificamente e iremos atrás de vocês”, gritou durante a sua detenção.
As buscas foram executadas por 12 polícias, alguns com cães e outros a cavalo. Além do líder, King Khoisan, foram detidos mais três membros da comunidade, mas todos foram libertados no dia seguinte, sob caução. A detenção ocorreu depois de a polícia ter começado a recolher as plantas de canábis e o líder, King Khoisan, se ter oposto veementemente. Nas imagens recolhidas por alguns órgãos de comunicação social, podem ver-se as autoridades a arrastar as plantas às quais King Khoisan se tinha agarrado, sendo arrastado também. Foi também acusado de não usar máscara e recusar-se a colocá-la depois de lhe ter sido pedido.
Um grupo de apoiantes, alguns vestidos com as roupas tradicionais da tribo, esperavam à entrada do tribunal, dançando, cantando e fumando dagga (canábis). À saída, King Khoisan referiu à News24 que “nós não podemos continuar com as leis dos outros”, uma vez que os seus ancestrais fumavam dagga muito antes dos europeus chegarem à África Austral.
A África do Sul legalizou o consumo privado (em casa) e o auto-cultivo para uso próprio da canábis em 2018. Foi revogada ainda a lei que dava pena de até 25 anos de prisão aos consumidores.
Canábis (ou dagga) é usada pela tribo Khoi-San para fins medicinais
Segundo declarações feitas à IOL pela mulher do líder, Queen Cynthia, a dagga é utilizada para fins medicinais, como para ajudar as pessoas que têm cancro ou pressão arterial alta. Diz ainda que o povo Khoisan só quer reconhecimento e queixa-se do facto de o Presidente não mostrar vontade de iniciar um diálogo com esta comunidade.
Os Khoi-San, uma das comunidades mais antigas do país, do continente e do mundo, tem alguns dos seus membros, entre eles o líder e a sua mulher, há mais de 3 anos acampados, em forma de protesto, fora do escritório de Ramaphosa, num espaço verde perto da estátua de Nelson Mandela, em Pretória, uma das 3 capitais da África do Sul. Entre outras coisas, este povo indígena exige ao governo sul-africano que reconheça oficialmente a sua língua, que eles são a primeira nação indígena e que a palavra “coloured” – quando usado em referência às pessoas mestiças -, deve ser retirada de todos os documentos oficiais.
Hoje são uma pequena minoria no país, mas os cientistas acreditam que este grupo étnico é constituído por “populações separadas de pastores-colectores e caçadores-colectores que falam línguas contendo consoantes de “clique”, segundo descreve um artigo publicado na Science News. Ao longo da última década, os pesquisadores descobriram que o seu ADN tem raízes muito mais antigas do que as outras formas de ADN mitocondrial que foram herdadas pelos humanos de hoje em dia. Por outras palavras, a diversidade contida no ADN Khoi-San tem evidências de ser um dos mais antigos do mundo.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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