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Internacional

Mercado legal da canábis é um dos que mais contribui para o PIB do Canadá

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Evolução do mercado legal da canábis no Canadá. Foto: New Frontier Data

Desde que o Canadá adoptou a legalização total, a indústria da canábis foi a que mais contribuiu para o produto interno bruto (PIB) do país, ultrapassando os 43 mil milhões de dólares canadianos (29,4 mil milhões de euros), segundo um relatório da Deloitte, citado pela CTV News. A indústria de canábis legal contribuiu mais para o PIB do Canadá do que a maioria dos outros sectores, de acordo com os dados da Statistics Canada, citados por uma análise da Bloomberg.

Três anos após a regulamentação do uso adulto, o mercado da canábis legal gerou mais para a economia canadiana do que importantes sectores como os Media, a mineração de ferro, ouro, potássio e cobre, a carne, as cervejarias, a confecção de roupa ou os produtos de madeira – estando mesmo perto de superar a indústria de fabrico de automóveis.

Em 2018, o Canadá tornou-se no segundo país do mundo a legalizar a canábis para todos os fins, incluindo o cultivo, produção, venda, posse e consumo, após o Uruguai, que foi o primeiro a legalizar totalmente a planta em 2013.

Três anos depois de a política entrar em vigor, o governo canadiano fez uma análise da evolução da legalização, a fim de escrutinar os impactos na saúde pública, resolver os eventuais problemas que tenham surgido nesse período e estabilizar a indústria.

O porta-voz do Ministério da Saúde, o órgão responsável pela regulamentação da lei, disse à Bloomberg que “tal como acontece com qualquer nova legislação, especialmente para algo tão abrangente como a Lei da Canábis, haverá sempre espaço para melhorias e ajustes, para garantir que [a lei] está a cumprir os seus objetivos: manter a canábis fora das mãos dos jovens, enquanto mantém os lucros longe do crime organizado”.

Mercado da canábis em ascensão

As análises mais optimistas dos especialistas têm a ver precisamente com os impactos positivos do mercado legal da canábis na economia do país. Dados da New Frontier Data revelam que, desde que as vendas legais de canábis começaram no Canadá, em Outubro de 2018, houve um aumento progressivo e constante do mercado. Mais de 1,3 mil milhões de dólares canadianos de produtos de canábis para uso não medicinal foram vendidos no segundo trimestre de 2021, marcando um crescimento de quase 12% em relação ao trimestre anterior. A New Frontier Data projecta que, até 2025, esse número suba para 5,2 mil milhões.

O crescimento das vendas foi apoiado pela introdução de produtos comestíveis e tópicos no final de 2019. Embora as flores secas ainda dominem o mercado, respondendo por 73% dos gastos em todas as categorias no segundo trimestre de 21, essa margem está diminuindo.

Um gráfico da Statista mostra a evolução precisa das vendas mensais das lojas legais de canábis no Canadá, desde Outubro de 2018 a Novembro de 2021, que foi o que mais cresceu nos últimos anos.

“Cannabusiness” ou os negócios da canábis

O mercado da indústria da canábis foi o que mais cresceu no Canadá nos últimos três anos, representando um dos mais importantes para o PIB nacional. Existem mais de 2.700 lojas físicas de canábis legal abertas ao público em todo o país e todas elas ajudaram a erradicar o mercado ilegal e o crime organizado, um dos objectivos principais da política de legalização canadiana.

Actualmente, o mercado ilícito no Canadá é responsável por apenas 39% do mercado, uma percentagem bem abaixo dos 91%, quando a legalização começou há três anos. A expectativa é que o mercado duplique de tamanho no próximo ano, principalmente agora que o mercado está a ajustar-se à legalização e está a ser feita uma revisão governamental da lei, a fim de continuar a regulamentar os pontos necessários.

Consumo de canábis por jovens baixou e comestíveis aumentaram 

Um inquérito realizado pela Statistics Canada em 2021 concluiu que o consumo entre os jovens baixou após a legalização, com os homens a representar uma percentagem maior de utilização de canábis do que as mulheres. O uso relatado nos últimos 12 meses diminuiu entre 2020 e 2021 entre os jovens de 16 a 19 e de 20 a 24 anos de idade.
Quanto aos métodos de consumo, a maioria dos utilizadores (74%) utilizou as flores secas para fumar, uma baixa em relação a 2020, com apenas 18% a optar pelo haxixe. Outros métodos de consumo foram os comestíveis ou alimentos (que aumentaram de 49 para 53%), a vaporização usando uma caneta vape ou cigarro eletrónico (29%), os óleos de canábis para uso oral (26%), as bebidas (16%), a vaporização usando um vaporizador (10%), as aplicações tópicas (9%),  ou o dabbing (6%).

Cerca de 6% recorre ao auto-cultivo para obter canábis de forma legal
Outro estudo da Pesquisa Nacional de Canábis do Canadá, publicado na PubMed, analisou os primeiros trimestres de 2018 e de 2019 e o quarto trimestre de 2020, para examinar as mudanças no uso de canábis (uso geral e uso diário ou quase diário), os métodos de consumo, produtos e fontes. O uso de canábis nos últimos três meses foi maior no final de 2020 (20,0%) do que em 2019 (17,5%) e 2018 (14,0%), e ocorreu principalmente entre: mulheres (para quem as taxas subiram, para igualar as taxas masculinas pela primeira vez) e adultos com 25 anos ou mais. Da mesma forma, o uso diário estabelecido em 7,9%, também aumentou. Percentagens mais altas de canadianos relataram obter a sua canábis de fontes legais ou através do auto-cultivo. No inquérito realizado pela Statistics Canada, cerca de 6% dos canadianos relatou que as suas plantas foram obtidas através do auto-cultivo e 7% relatou preparar comestíveis ou bebidas de canábis em casa.

How cannabis use changed in Canada, 2018 to 2020  

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

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