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Médicos de família debatem hoje os canabinóides na dor crónica

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Os médicos de família vão debater hoje as vantagens do uso dos canabinóides no tratamento da dor crónica e sensibilizar os profissionais de saúde para esta terapêutica. O evento, online, começa às 19h e é promovido pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), destinando-se aos médicos de família, avançou a Agência Lusa. A dor crónica afecta um em cada três adultos em Portugal.

O Webinar, patrocinado pela Tilray Medical, tem o tema “Canabinóides na dor crónica — mitos, factos e opções terapêuticas”. O debate arranca com o médico Hugo Cordeiro, que será o moderador, e conta com a participação de Artur Aguiar, Radioncologista do IPO do Porto, e Raul Marques Pereira, coordenador do Grupo de Estudo da Dor da APMGF.

Em declarações à Lusa, Hugo Cordeiro, médico na Santa Casa da Misericórdia do Porto e membro do Grupo de Estudos de Dor da APMGF, disse que “os canabinóides para fins medicinais são uma novidade em Portugal e, portanto, espera-se que este seja o primeiro de vários eventos que visam difundir as indicações, os riscos e os benefícios” destes derivados da canábis.

Neste momento, explicou, “a maior aplicabilidade deste tipo de produtos é nos casos de doentes que não toleram as doses necessárias de outros tipos de medicação ou aqueles que não estão controlados, apesar do uso das doses máximas desse tipo de medicação”.

“Alguns estudos mostram que os canabinóides permitem inclusivamente reduzir as doses de outros tipos de substâncias, também elas com efeitos secundários importantes, e ao mesmo tempo permitem melhorar a qualidade de vida” dos utentes, salientou Cordeiro.

Questionado se ainda existem barreiras à toma desta substância, o médico disse que, nesta fase, “as maiores barreiras” serão da parte dos profissionais de saúde por “desconhecimento” ou “pouca divulgação”. “O que vemos no terreno é que já começa a haver curiosidade da parte de doentes e familiares, que muitas vezes são os primeiros a inquirir os profissionais de saúde sobre a possibilidade do uso deste tipo de substâncias”, disse Hugo Cordeiro.

Para o coordenador do Grupo de Estudo da Dor da APMGF, Raul Marques Pereira, “a maior” limitação ao uso desta substância será o preço, apesar de ter alguma comparticipação. Sobre as vantagens do seu uso, Raul Marques Pereira afirmou que “o fármaco já tem muitas provas dadas lá fora”, havendo por isso “muita segurança” na sua utilização.

No seu entender, “seria importante conseguir utilizá-lo mais”, o que passa por elucidar os médicos sobre dúvidas que possam existir e as melhores situações clínicas para o utilizar na dor refractária.

Em Portugal, um em cada três adultos tem dor crónica. “Claro que nem todos vão precisar dos canabinóides, mas há uma percentagem que vai precisar”, adiantou Raul Marques Pereira. Por ser um grupo “muito alargado” de doentes que pode beneficiar deste tipo de terapêutica, “é muito importante” expor e discutir esta terapêutica em conjunto, salientou.

Para o médico Hugo Cordeiro, o mais importante será desmistificar os perigos associados a estas substâncias: “Ter noção que são produtos que foram alvo de um extenso estudo de segurança e de qualidade e continuarão a sê-lo após a sua introdução no mercado e inclusivamente estão associados a menos efeitos secundários do que algumas das substâncias que já são utilizadas actualmente. “O uso de canabinóides pode ajudar na poupança de opióides e apresenta uma relação risco-benefício favorável, quando tomados segundo as prescrições e segundo as indicações correctas”, conclui.

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Laura é actualmente Editora do CannaReporter e da CannaZine, além de fundadora e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis. Realizou o documentário “Pacientes” e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

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