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Opinião

A canábis pode ajudar a estudar?

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Foto: D.R | HRReporter

No mundo contemporâneo, entrar na Universidade tornou-se sinónimo de “futuro”, ao mesmo tempo que também se podem viver as primeiras experiências com substâncias. A canábis é, sem dúvida, a mais popular. É um facto que o uso da planta entre estudantes universitários está em alta, superando até, por vezes, o tabaco e o álcool. Muitos estudantes universitários escolheram a canábis como um substituto para outras drogas, que eram populares noutros tempos, com efeitos colaterais devastadores. 

Por estudos e motivos óbvios relacionados com a planta, essa troca não é surpreendente. Considerando que a canábis provou combater o stress académico, ajudando a relaxar, melhorar a criatividade, promover um sono melhor e elevar as interacções entre colegas e relacionamentos. Ainda mais importante, a percepção de que a canábis é uma escolha muito mais segura do que o álcool foi um ponto crucial para o sucesso do abandono de outras substâncias. Mesmo fumando na noite anterior ou algumas horas antes, a maioria dos alunos pode frequentar as aulas sem qualquer problema. 

Embora não se tenha certeza se o aumento do consumo de canábis foi impulsionado pela pandemia ou pelo excesso de informações seguras nos últimos anos, o estudo ‘Monitorizando o Futuro’ analisou o uso de drogas entre estudantes universitários e não universitários nos Estados Unidos da América (EUA)  desde 1980, concentrando-se na faixa etária dos 19 aos 22 anos. Foi então descoberto que 44% dos estudantes universitários admitiram usar canábis em 2020, um aumento de 38% desde 2015. Também se constatou um aumento no uso diário ou quase diário, que subiu de 5% para 8% em cinco anos. 

Mas, como em todos os sectores da nossa sociedade civil a canábis carrega um estigma, rodeada de preconceitos, os consumidores foram estereotipados como eternos preguiçosos. Muitos ainda duvidam de todo potencial que a planta tem, sugerindo que o seu uso não o deixa produtivo. Para os defensores, alunos e professores pacientes do uso medicinal, esses argumentos são injustos, estão ultrapassados e de nada servem, a não ser para estigmatizar o utilizador.

A canábis tem efeitos únicos em cada um de nós

Antes de afirmar, de facto, se a canábis ajuda ou não no desempenho académico é importante, sempre, lembrar que os efeitos da planta não são “universais”. Na verdade, são efeitos quase exclusivos e cada pessoa, após cada método específico de utilização, pode ter percepções bastante diferentes sobre os seus benefícios (ou malefícios). O uso adulto é um uso responsável, logo, informado. 

Não há dúvidas de que alguns quimiotipos de canábis aumentam a criatividade, a sensibilidade, aguçam as percepções, além de existirem também relatos sobre a melhoria do foco após o uso, mas é preciso ter em conta que isso depende muito da tolerância e da experiência de cada um. Estudos mostram que a canábis é eficiente a permitir que pensamentos inconscientes, bem como ideias iniciais, apareçam e se sintetizem após o seu uso. O alívio de tensão provocado pela canábis pode ter uma relação com esses efeitos posteriores, como também com as tomadas de decisão de forma mais calma e eloquente. 

Com isso, podemos fazer ligações com outros efeitos benéficos na hora de estudar, como redução de stress antes de uma prova, que muitas vezes, pode dificultar o relaxamento e um sono adequado. A ironia é que é preciso dormir bem para estar no melhor desempenho mental no dia seguinte. Nesse caso, tomar um óleo de canábis no dia anterior pode ser extremamente útil para reduzir o stress, a tensão corporal e ajudá-lo a dormir.  

Seja qual for o método de uso, conforme as pesquisas avançam mais estigmas negativos em torno da planta vão ficando no passado e mais descobertas sobre como, quando e porquê usar iluminam o caminho para o uso responsável e seguro.

No entanto, vale a pena frisar que usar a planta como auxiliar de estudo pode não ser para todos, pois sempre haverá quem prefira fazê-lo sóbrio, ou com cafeína. Mas é definitivamente muito mais seguro, em comparação com medicamentos com desastrosos efeitos colaterais, que também são amplamente utilizados como auxiliares, apesar dos perigos e riscos. Devido ao seu sistema endocanabinóide e à escassez de pesquisas sobre canábis e académicos, as evidências ainda são relativas, por isso descubra o que funciona melhor para si.
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Marcel Lyra é um comunicador entusiasta da cultura canábica no Brasil, com formação sobre a indústria e a ciência da planta, tendo actuado como representante e no acolhimento de uma associação de canábis. Na área da comunicação, já fez parte de produções audiovisuais, também como redactor e radialista. Activista a favor da legalização da canábis, Marcel Lyra é hoje jornalista na Revista Ganja e cronista do Cannareporter, ajudando a desmistificar a imagem negativa ao redor da planta, sempre a favor do anti-proibicionismo.

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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