Internacional
Tailândia: Médicos pedem fim imediato do uso recreativo de canábis

Mais de 850 médicos e ex-alunos da Faculdade de Medicina do Hospital Ramathibodi, da Universidade Mahidol, na Tailândia, emitiram um comunicado a exigir o fim imediato do uso recreativo da canábis, alegando que ela representa “uma ameaça ao sistema de saúde pública” e às próprias pessoas, a curto e longo prazo, anunciou o Thai PBS World. Por outro lado, a Reuters revela hoje que a Tailândia está já a arrecadar bastante dinheiro com as vendas pós-legalização, “desde o leite à pasta de dentes”.
A Tailândia mudou radicalmente o seu paradigma em relação à canábis, tendo optado pela legalização, com o governo a autorizar o auto-cultivo e a distribuir mais de um milhão de plantas pelos seus habitantes. De acordo com a Reuters, a indústria tailandesa de canábis pode ultrapassar os 3 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos.
A declaração foi assinada por 851 médicos e afirma que o anúncio do Ministério da Saúde Pública que retirou a canábis e o cânhamo da categoria 5 da lista de substâncias ilegais, que entrou em vigor no passado dia 9 de Junho, resultou no uso generalizado da planta para fins recreativos, inclusive pelos jovens, sem que houvesse ainda uma política sobre como controlar seu uso,
Segundo o comunicado, os resultados contradizem as alegações de que a descriminalização se destinava a aumentar o acesso público à canábis medicinal e salienta que “existem muitos estudos científicos que mostram que a canábis tem efeitos negativos no cérebro dos jovens”.
Os profissionais de saúde manifestaram ainda o seu apoio a uma rede de académicos e organizações da sociedade civil, que já tinham emitido uma carta aberta ao governo a pedir a suspensão da descriminalização da canábis, tendo pedido também audiências para permitir que todas as partes interessadas participem da elaboração de uma política nacional de canábis e o lançamento de uma campanha na plataforma change.org, que foi entretanto assinada por milhares de pessoas, para suspender o uso recreativo da canábis.
Da prisão perpétua para a legalização praticamente total
A Tailândia é um caso único no mundo, tendo passado de políticas altamente restritivas e punitivas para os utilizadores de canábis para uma abordagem totalmente inovadora, admitindo mesmo o auto-cultivo até seis plantas por pessoa. A descriminalização da canábis e do cânhamo é a principal política do Bhumjaithai, o segundo maior partido do governo, liderado pelo ministro da Saúde Pública Anutin Charnvirakul.
A preocupação do uso recreativo da canábis pelos jovens vem do facto da canábis e do cânhamo terem sido descriminalizados quando se fizeram alterações à Lei de Narcóticos, para regular o uso das duas plantas e seus extractos, mas essas alterações ainda estão pendentes no Parlamento.
Para resolver os mal entendidos, ainda que temporariamente, o governo emitiu um comunicado no passado dia 16 de Junho, declarando que a canábis e os seus extractos são substâncias controladas, o que na teoria deveria impedir que os menores de 20 anos e as mulheres grávidas ou a amamentar as usassem. O uso da canábis em público, incluindo fumar, também é proibido, mas a Tailândia vive agora um novo momento, aproximando-se dos países e Estados que já legalizaram o seu uso adulto ou pessoal.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação do XXI Governo Português. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e coordenadora da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

No fundo eles querem o monopólio da cannabis medicinal.