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Brittney Griner condenada a 9 anos de prisão na Rússia por 0,7 gramas de canábis

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Foto: D.R.

A jogadora norte-americana de basquetebol Brittney Griner foi hoje condenada a nove anos de prisão numa colónia penal na Rússia, depois de um juiz a ter considerado culpada de transportar drogas ilegais para o país, de acordo com os seus advogados. A notícia foi avançada pelo The New York Times, que refere ainda que o juiz multou Griner em 1 milhão de rublos, cerca de 16.700 euros.

Segundo a acusação, Griner transportou para a Rússia dois cartuchos para uso pessoal, que continham 0,252 gramas e 0,45 gramas de óleo de haxixe, totalizando 0,702 gramas.

Brittney já se tinha declarado culpada, no passado dia 7 de Julho, mas salientou que nunca teve “intenção de violar as leis russas” e explicou que foi a pressa ao fazer as malas que provocaram a situação. “Fiz as malas de forma apressada e as embalagens acabaram por ir parar, acidentalmente, à minha bolsa”, disse na altura ao Tribunal russo. A bicampeã olímpica, de 31 anos, tinha sido detida em Fevereiro, no aeroporto de Moscovo, pela posse de menos de um grama de óleo de canábis, num cartucho de um vaporizador que utilizava para a dor crónica.

A sentença encerrou um julgamento mediático, em que Griner se transformou num peão dentro de um tenso confronto geopolítico entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia.

Elizabeth Rood, da Embaixada dos EUA em Moscovo, disse ao New York Times que o veredicto foi “um erro judicial”, que a equipa de defesa de Griner considerou “absolutamente irracional”. Os advogados vão recorrer.

“Os meus pais ensinaram-me duas coisas importantes: a primeira, assumir as minhas responsabilidades, e a segunda, trabalhar arduamente para obter o que tenho. Percebo as acusações que fizeram contra mim e foi por isso que me declarei culpada, mas não tive intenção de violar as leis russas.” — Brittney Griner, em declarações filmadas pela Reuters

A jogadora acrescentou ainda: “Peço desculpa à minhas colegas, à minha equipa, aos meus fans e à minha cidade pelo meu erro e pelo embaraço que causei. Cometi um erro honesto e espero não acabar a minha vida aqui”, disse, visivelmente comovida.

O futuro numa “colónia penal” ou “gulag”

O destino de Griner é agora incerto e está sujeito a negociações diplomáticas entre a Rússia e os Estados Unidos. Os países têm vindo a discutir a possibilidade de uma troca de prisioneiros, mas as autoridades de Moscovo disseram que nenhuma troca de prisioneiros era possível até se obter um veredicto. Os Estados Unidos sustentam que Griner não deveria ter sido detida, com o presidente Biden a dizer que a sentença é “inaceitável”, prometendo “perseguir todos os caminhos” para a levar para casa.

De acordo com o New York Times, as colónias penais na Rússia são lugares onde alguns prisioneiros acabam a ser torturados ou espancados por outros presos. Outros têm que trabalhar 16 horas por dia ou são forçados a assistir repetidamente à propaganda russa.

As colónias penais são descendentes dos gulags, os campos de trabalho da era de Estaline, onde milhões de russos perderam a vida. O tratamento dos prisioneiros melhorou bastante desde então, de acordo com grupos de direitos humanos, mas estas prisões, muitas delas espalhadas pela Sibéria, ainda são caracterizadas pela brutalidade, superlotação e condições severas, muitas vezes governadas por uma rígida cultura carcerária.

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

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