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EUA: Estados com canábis legal tiveram menos casos de envenenamento com canabinóides sintéticos. Estudo registou 61 mortes

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Foto: WSAW-TV

A legalidade da canábis fez cair os envenenamentos por canabinóides sintéticos, de acordo com um estudo liderado por Tracy Klein, da Washington State University. Através das análises dos relatórios de envenenamento por canabinóides sintéticos ilícitos, verificou-se que o número de ocorrências em estados que permitem a canábis recreativa ou de “uso adulto” é menor quando comparado com estados com políticas restritivas. No estudo, que incluiu 7.600 eventos, registaram-se 61 mortes associadas a canabinóides sintéticos.

Os canabinóides sintéticos têm surgido nos mercados ilícitos pela sua mimetização dos efeitos da canábis e podem ser vendidos como K2, Spice or AK-47, entre outros. No entanto, são moléculas sintéticas que não ocorrem naturalmente na planta e que podem ter efeitos graves e até fatais. O estudo, publicado pela Universidade de Washington no Journal of Clinical Toxicology, analisou a forma como as políticas de drogas estatais influenciam os eventos com canabinóides sintéticos que necessitaram de hospitalização e cuidados médicos. Nos estados onde as políticas de canábis são mais progressistas, verifica-se que há uma menor adesão a este tipo de substâncias.

Para este estudo, publicado , os investigadores analisaram dados do National Poison Data System de 2016 a 2019, antes do início da pandemia. Foram analisados e categorizados apenas os estados que tinham políticas relativamente estáveis ​​durante esses anos, colocando-os numa das três categorias: permissivo como o estado de Washington (que permite o uso médico e recreativo), médico como o Hawaii (que permite apenas o uso médico) e  restritivo, como o Idaho (que proíbe praticamente todos os usos de canábis).

Estudo registou 61 mortes associadas aos canabinóides sintéticos

A amostra incluiu 7.600 eventos de intoxicação relacionados com o uso de canabinóides sintéticos, cerca de 65% dos quais necessitaram de atendimento médico. Contabilizaram-se 61 mortes. Os investigadores descobriram que os eventos relacionados com envenenamento por canabinóides sintéticos diminuíram, em geral, durante o período de estudo. No entanto, houve 13% menos ocorrências em estados médicos e uma queda muito mais significativa, de 37%, em estados permissivos como o uso pessoal de canábis.

A principal autora do estudo, Tracy Klein, descreveu ao Medical Express, que o artigo ilustra “alguns benefícios potenciais de saúde pública para a legalização e regulamentação do uso adulto de canábis”. A professora associada de enfermagem da WSU complementou que em mercados regulados, “é evidente que se os utilizadores têm a opção de adquirir um produto menos tóxico, provavelmente vão escolhê-lo”.

O que são canabinódes sintéticos?

Os canabinóides sintéticos são substâncias produzidas artificialmente em laboratório para mimetizar os efeitos dos canabinóides. Este efeito é adquirido através da modulação dos mesmos receptores que são modulados pelos canabinóides que ocorrem naturalmente na planta. No entanto, nos sintéticos ilícitos que se ligam aos nossos receptores do sistema endocanabinóide, os efeitos podem ter uma potência 100 vezes maior do que outros canabinóides, como o THC, e não possuem nenhum dos constituintes mediadores da planta no seu estado natural e integral, como outros canabinóides como CBD, THCV, CBG, CBN, etc.. Como resultado, os canabinóides sintéticos têm uma alta toxicidade e podem levar a danos graves, e até mesmo à morte.

Embora alguns canabinóides sintéticos tenham sido criados para uso médico, como o Dronabinol ou o Nabilone, ​​usados ​​principalmente para tratar náuseas associadas ao tratamento do cancro, as versões ilícitas não estão autorizadas em todos os estados e não têm finalidade médica. A aplicação de normas legais pode ser difícil, porque os fabricantes mudam as suas fórmulas com frequência.

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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Sou um dos directores do CannaReporter, que fundei em conjunto com a Laura Ramos. Sou natural da inigualável Ilha da Madeira, onde resido actualmente. Enquanto estive em Lisboa na FCUL a estudar Engenharia Física, envolvi-me no panorama nacional do cânhamo e canábis tendo participado em várias associações, algumas das quais, ainda integro. Acompanho a industria mundial e sobretudo os avanços legislativos relativos às diversas utilizações da canábis.

Posso ser contactado pelo email joao.costa@cannareporter.eu

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