O presidente da Câmara de Bègles, Clément Rossignol-Puech, propôs fazer da sua cidade, em Gironde, França, o primeiro território de experiência com a legalização da canábis. O presidente acredita que a única forma de reduzir o consumo e evitar consequências negativas é através de uma legalização altamente supervisionada e espera levantar o tabu para reabrir o debate em torno desta questão.
Clément Rossignol-Puech citou um relatório recente do Conselho Económico Social e Ambiental (Cese), que é a favor da legalização supervisionada da canábis para uso adulto/recreativo. Argumenta que as actuais soluções para os problemas relacionados com a droga não foram bem-sucedidas e que é tempo de tentar algo novo.
Um psiquiatra especializado em adicção, Jean-Michel Delile, apoia a proposta do presidente da câmara, sob a condição de que a legalização seja regulamentada de forma muito rigorosa. Delile observa que a canábis coloca um problema de saúde pública significativo em França, com quase um milhão de utilizadores diários, e pode levar a consequências perigosas para os jovens. Ele acredita que é crucial manter uma proibição para menores e jovens adultos, uma vez que o uso de canábis pode ser particularmente nocivo para este grupo etário.
Delile cita os exemplos da América do Norte e de outros países, onde a legalização levou a uma redução do consumo e à criação de políticas de prevenção eficazes. Ele acredita que a legalização permitiria um acesso mais transparente aos cuidados e reduziria a estigmatização dos dependentes.
O presidente da câmara afirma que a abordagem actual e repressiva da França às questões relacionadas com a droga não está a funcionar, uma vez que tem a legislação mais repressiva da Europa, mas ainda tem um grande número de consumidores. Ele espera que a sua proposta seja tomada em consideração pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e que ele possa ter um produtivo debate com os ministros sobre a questão.