A farmacêutica portuguesa Biojam anunciou que tem intenções de colocar um produto no mercado português, mas que ainda não conseguiu porque o Infarmed está há pelo menos dois anos a analisar o seu pedido. Em entrevista ao Jornal Económico, o CEO da empresa, Carlos Jorge Monteiro, confessou que aguarda, desde 2021, resposta do Infarmed para os pedidos de ACM em avaliação.
Uma farmacêutica portuguesa está a preparar-se para entrar no mercado da canábis medicinal. Trata-se da Biojam, dirigida por Carlos Jorge Monteiro, que em entrevista ao Jornal Económico deu a conhecer os planos da empresa relativamente ao lançamento de um novo produto à base de canábis. No entanto, o caminho até à autorização efectiva parece não estar a ser nada fácil, de acordo com o que revelou ao Jornal Económico. Desde 2021 que a empresa aguarda feedback do Infarmed relativamente a uma ACM.
A Biojam não se encontra, ainda, na lista de empresas licenciadas para operar com substâncias controladas como a canábis. O Cannareporter pediu esclarecimento sobre esta questão ao Infarmed e encontra-se a aguardar resposta.
Gestor acusa Infarmed de “desconhecimento”
No mesmo jornal, o gestor Carlos Jorge Monteiro acusa o Infarmed de “desconhecimento” da indústria da canábis, afirmando que em 2021 a empresa teria já submetido o dossier para aprovação de um novo medicamento. No entanto, do regulador ainda não conseguiu dar resposta. Monteiro lamenta igualmente a falta de preparação do mercado da medicina para a utilização de medicamentos à base de canábis, “por desconhecimento e porque a medicina em Portugal é muito convencional, gosta de medicamentos sintéticos, produzidos em laboratório”, afirma.
O CEO da Biojam afirma ainda que as empresas que, recentemente, terminaram ou redimensionaram as operações em Portugal (Tilray e Clever Leaves), pode estar relacionada com o desconhecimento do regulador e o mercado convencional.”
O Cannareporter está a tentar contactar também Carlos Jorge Monteiro para perceber melhor a que ACM se está a referir e que tipo de licença possui a Biojam para operar no sector.