Um novo estudo publicado na revista HortScience descobriu que o retipping, um novo método de propagação, funciona tão eficazmente como os métodos tradicionais de micropropagação para o cultivo de canábis. O retipping envolve a obtenção de rebentos a partir de plantas recentemente micropropagadas, que são depois utilizados para o cultivo de novas plantas.
No estudo, os cientistas da Universidade de Connecticut (UConn) compararam plantas de canábis cultivadas a partir de rebentos obtidos pelo método tradicional de propagação usando clones retirados directamente dos caules, rebentos obtidos por micropropagação, e rebentos obtidos pelo método de retipping de duas variedades diferentes de canábis, “Abacus” e “Wife”. Não tendo encontraram diferenças significativas quer no conteúdo de canabinóides quer nas propriedades físicas das plantas cultivadas a partir de cada método.
Verificaram também que os rebentos obtidos por retipping tiveram um elevado sucesso de enraizamento, com 76% na variedade “Abacus” e 81% na variedade “Wife”, a enraizarem com sucesso, sem o uso de hormona de enraizamento.
Os investigadores descobriram que o uso do retipping tem o potencial de produzir nove vezes mais plantas no mesmo espaço de cultivo em comparação com rebentos obtidos pelo método tradicional de propagação de serem retirados de caules das plantas mãe.
“Este método poderia ajudar as instalações de cultivo a crescerem mais em menos espaço, mantendo ao mesmo tempo a qualidade do seu produto final”, disse Jessica Lubell-Brand, professora de horticultura na Faculdade de Agricultura, Saúde e Recursos Naturais da UConn.
O estudo salienta a importância de práticas de cultivo de canábis eficientes, particularmente porque a procura de canábis e produtos derivados da mesma continua a aumentar. A micropropagação tornou-se uma solução popular para o problema da acumulação de doenças nas plantas mãe, mas vem com os seus próprios problemas, tais como a hiper hidratação dos rebentos.
“Nem todas as instalações de cultivo têm meios para construir um laboratório e cultivar plantas micropropagadas”, disse a Lubell-Brand. “Contudo, existem viveiros de plantas com laboratórios que podem intervir para as fornecer, especialmente à medida que cada vez mais o cultivo de canábis se torna legal em vários estados”.
Lauren Kurtz, coautora do estudo e estudante de doutoramento no Departamento de Ciências das Plantas e Arquitectura Paisagística da UConn, acrescentou, “A indústria legal da canábis está a avançar à frente da ciência. O nosso laboratório está a ajudar a colmatar a lacuna e a fornecer estratégias baseadas em provas para melhorar o cultivo”.
Os resultados deste estudo sugerem que o retipping poderia tornar-se uma ferramenta valiosa para os cultivadores de canábis que procuram expandir a sua produção, enquanto mantêm a qualidade do seu produto final.