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Novo estudo sugere que o álcool – e não a canábis – é a verdadeira “porta de entrada” para consumos problemáticos

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Um estudo recente com mais de oito mil jovens parece contestar as alegações de que a canábis é uma droga de ‘porta de entrada’, descobrindo que os jovens ‘esmagadoramente’ experimentam primeiro o álcool, seguido pelo tabaco. As investigadoras Amy M. Cohn e Hoda Elmasry afirmam que o uso de canábis antes do álcool ou do tabaco é “raro” e pode até proteger contra futuros problemas de uso indevido de substâncias.

De acordo com o estudo, publicado no jornal científico “Dependência de álcool e drogas”, em 2022 pouco menos de metade da população dos EUA (45%) vivia num estado com alguma forma de acesso legal à canábis, com a tendência de reforma da canábis agora a alastrar-se ao resto do mundo. No entanto, alegações antigas perpetuam o mito de que a canábis é uma droga de ‘porta de entrada’, com preocupações de que o aumento do uso entre os jovens possa levar ao uso de substâncias mais fortes e potencialmente de alto risco.

No que se acredita ser o primeiro estudo deste tipo, as investigadoras exploraram o tema com mais detalhe, examinando quantos jovens experimentaram canábis antes do álcool e do tabaco e se isso estava relacionado com o uso posterior de substâncias.

De acordo com as autoras “até onde sabemos, nenhum estudo examinou se o uso de canábis antes do álcool e do tabaco, em comparação com o uso de canábis na mesma idade que o álcool ou o tabaco, confere maior risco de relatar o uso atual de várias substâncias e outras drogas”.

Jovens experimentam ‘esmagadoramente’ álcool antes da canábis
A pesquisa descobriu que os jovens experimentam álcool “esmagadoramente” antes da canábis ou do tabaco e o uso de canábis antes de qualquer uma dessas substâncias era raro.

As cientistas analisaram dados de mais de 8.000 jovens, recolhidos através do estudo Population Assessment of Tobacco and Health, que registou se eles já tinham usado álcool, canábis ou tabaco e a idade em que os experimentaram pela primeira vez.

Examinaram, então, as associações entre o início da canábis antes, na mesma idade ou após o início do uso de álcool ou tabaco, com o uso de substâncias nos últimos 30 dias.

Os resultados mostraram que experimentar primeiro a canábis, antes do álcool ou do tabaco, era “relativamente incomum” (apenas em 6% dos casos).

Apenas 9% dos indivíduos que afirmaram já ter usado canábis relataram iniciar a canábis antes do álcool e do tabaco, porém a prevalência de iniciar a canábis na mesma idade em que o álcool ou o tabaco foi experimentado pela primeira vez foi mais comum (21,8%).

Além disso, aqueles que experimentaram canábis primeiro tiveram menos probabilidade de ter problemas de uso indevido de substâncias quando comparados com os que experimentaram outras substâncias ao mesmo tempo.

As autoras concluem que “o álcool é esmagadoramente experimentado antes do tabaco ou da canábis. A iniciação da canábis antes do álcool e do tabaco é incomum e pode até proteger contra o uso futuro de álcool”, afirmam.

“Aqueles que iniciaram a canábis antes do álcool e do tabaco pareciam menos propensos a ter uma ampla constelação de vulnerabilidades de uso de substâncias e saúde mental em comparação com aqueles que experimentaram canábis na mesma idade em que experimentaram pelo menos uma outra substância. Dissuadir o início da canábis com várias substâncias pode trazer benefícios à saúde pública”, referem.

Evidências crescentes refutam a teoria da “porta de entrada”
Outros estudos nesta área também contradizem a ideia de que a cannabis é uma droga de “porta de entrada”. No ano passado, pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que os jovens consumiram menos álcool, nicotina e analgésicos não prescritos depois da legalização da canábis para uso adulto.

Os investigadores avaliaram as tendências no uso de álcool, nicotina e analgésicos não prescritos entre um grupo de mais de 12.500 jovens adultos (de 18 a 25 anos) no estado de Washington, após a legalização em 2012. Ao contrário das preocupações sobre os efeitos prejudiciais na sociedade em geral, de acordo com o estudo, “a implementação da canábis não medicinal legalizada coincidiu com a diminuição do uso de álcool e cigarros e o uso indevido de analgésicos”.
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Este artigo foi publicado originalmente na Cannabis Health.

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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