Portugal: Documentário “Pacientes”, de Laura Ramos, seleccionado para o Boom Festival

O documentário “Pacientes”, que relata a realidade dos cuidadores e doentes que usam canábis com fins medicinais em Portugal, vai ser apresentado no Boom Festival, que decorre esta semana, de 20 a 27 de Julho, em Idanha-a-Nova. O filme, realizado pela jornalista Laura Ramos, foi produzido pelo Cannareporter e será projectado na selecção de cinema da Paradigm Films, na Liminal Village, Domingo, dia 23 de Julho, às 22:30. 

O ponto de partida para o documentário foram os doentes que usam canábis para fins terapêuticos, ainda antes da aprovação da lei da canábis medicinal em Portugal, em 2018. Um excerto foi apresentado durante uma audição na Comissão de Saúde, na Assembleia da República, aquando da discussão para a legalização da canábis medicinal em Portugal.

Através de uma série de entrevistas, o filme de 36 minutos explora as sete diferentes definições da palavra “Paciente” de acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, para alertar os políticos e a sociedade para a luta diária de quem recorre à canábis enquanto medicina, além de sensibilizar para o potencial terapêutico da planta, disponibilizando informação real e credível.

Neste documentário, os pacientes quebram o estigma sobre esta planta milenar e contam, na primeira pessoa, as suas histórias de coragem e resiliência.

“Pacientes” será exibido na Liminal Village, uma das várias áreas do Boom Festival, na selecção da Paradigm Films, no dia 23 de Julho, às 22:30, contando com uma breve introdução de Laura Ramos sobre a importância da Imprensa especializada em canábis.

Liminal Village – Boom Festival 2018 @Murilo Ganesh

Sobre a Liminal Village

A Liminal Village é a área de ‘conferências’ do Boom Festival e foi lançada em 2002 como uma plataforma para apresentações, master classes, painéis de discussão, palestras, workshops e documentários. Desde então, tornou-se “um espaço para envolver o público com a engenhosidade, pensamentos, acções e projectos de algumas das vozes globais mais poderosas do mundo”. ‘Liminal’ significa o espaço intermediário e é um ponto de metamorfose onde a transformação ocorre e quando as visões se cristalizam na realidade. “Conecte-se e co-crie um novo futuro com espíritos activistas. Conhecimento é poder e inspira o ethos da Liminal Village, onde uma reunião de corpos dançantes também significa uma reunião de mentes activadas”, refere a organização.

A Liminal Village no Boom 2023 é inspirada no tema “Radical Love” e apresentará uma infinidade de filmes instigantes e discussões sobre algumas das questões mais importantes relevantes para nossa existência como espécie no planeta de hoje.

Sobre o Boom

Realizado há mais de 20 anos em Portugal, o Boom Festival é um ” verdadeiro encontro global psicadélico, dedicado à música, artes, cultura e sustentabilidade”. Reúne, a cada dois anos, cerca de 40.000 pessoas de mais de 170 países, durante a lua cheia do mês de Julho, para “celebrar a vida, a liberdade, a paz, o amor e o respeito à natureza. Noutras palavras, as melhores coisas que nos tornam humanos”.

Escultura de Daniel Popper, na Boom Land. Foto: Sauriel Creative | Samantha Scholl

À medida que o festival entra no seu quarto de século de existência, o Boom visa inspirar a transformação individual e colectiva fora do quotidiano: “longe das nossas zonas de conforto, mergulhamos no desconhecido para dançar, rir, amar, aprender, brincar, ouvir, apoiar, criar, participar e evoluir”, pode ler-se no website do Boom.

Uma das componentes principais da visão do Boom é a Permacultura e a promoção de estilos de vida sustentáveis, em comunhão com a Natureza. “Como espécie, temos o poder de impedir nossa própria autodestruição. A consciência do nosso impacto é um bom ponto de partida. Então voltamos ao básico: tudo vem da terra e tudo deve fazer parte de um ciclo restaurador com desperdício zero e impacto positivo”.

A Permacultura e os projectos regenerativos são fundamentais para transformar a nossa relação com a Natureza e formam a base do Programa Ambiental do Boom. “Estes são apenas alguns dos projectos inovadores que concederam ao Boom o reconhecimento internacional em práticas ambientais sustentáveis. Mas o mais importante é fazer um festival consciente, que visa transformar as pessoas e regenerar a terra”, afirma a organização, que tem vindo a regenerar mais de 40 hectares.

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