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Internacional

Espanha: Será o cultivo de canábis em interior responsável pelas falhas eléctricas na Andaluzia?

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Foto: D.R. - Greenhousegrower.com

Mais de 50.000 espanhóis sofreram recentemente cortes no fornecimento de electricidade, chegando a durar mais de 48 horas, em alguns casos. O fenómeno tem sido recorrente e a Endesa atribuiu a causa das falhas às ligações ilegais para o cultivo de canábis indoor. O caso acabou em tribunal e a companhia eléctrica está a ser fortemente criticada pelas comunidades, que acusam a empresa de não conseguir garantir a manutenção da infraestrutura. Há uma manifestação marcada para dia 30 de Setembro.

[Tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras ou expressões podem diferir do original.]

A canábis está no centro de uma polémica em Espanha, que está a ser uma autêntica dor de cabeça para os envolvidos. Em causa estão os recorrentes e prolongados cortes no fornecimento de energia eléctrica, que têm acontecido em vários bairros e cidades da Andaluzia. Os residentes e grupos de vizinhos já reivindicam, há vários anos, por melhores condições na rede eléctrica, que defendem estar obsoleta e a necessitar de reformas. Os residentes interpuseram, inclusivamente, uma acção em tribunal contra a empresa que fornece a energia eléctrica, a Endesa.

Do lado da Endesa, as ocorrências são justificadas como resultado da saturação da estrutura devido às ligações ilegais que são realizadas para o cultivo de canábis em interior. Em comunicado, a Endesa diz que desmantelou, em colaboração com as Forças de Segurança, cerca de 1.800 casos de fraude relacionados com o fornecimento de energia para plantações de canábis, uma média de cinco por dia.

Cidadãos alertam para problemas sociais

As justificações da eléctrica não convencem, porém, os moradores, que acusam a empresa de falhar no cumprimento da gestão da rede e na sua manutenção. A Plataforma contra os cortes de luz anunciou que este verão 50 mil andalusos sofreram cortes regulares no fornecimento de electricidade, motivo que levou à indignação dos milhares de cidadãos que cumprem com os pagamentos das suas facturas de electricidade, mas que não vêm retribuído o serviço contratado. A situação agrava-se quando estão em causa residentes em situação de vulnerabilidade, como doentes ou geradores de emergência.

Esta é uma questão que já se arrasta há vários anos e é relatada por vários moradores num documentário que explica o problema em que vivem. A Plataforma denunciou cortes de luz que vão até às 48 horas, lamentando que não existam esforços ou alternativas para garantir o fornecimento de electricidade aos mais vulneráveis.

“Este grave problema não se pode centrar em exclusivo na canábis”

Rosa García, delegada da Associação Pro Direitos Humanos de Andaluzia (APDHA), interveio mesmo na reunião de accionistas da Endesa, onde teceu fortes criticas à empresa pelos cortes de luz recorrentes e pelo problema social que acarretam, em casos que “no norte de Granada, acontece há mais de 14 anos”. Rosa García argumentou também que a empresa não está a cumprir com a sua responsabilidade de garantir que não ocorram cortes de luz, garantindo que é possível acabar com estas situações fazendo melhorias na infraestrutura. A delegada deixou ainda a informação de que a APDHA recorreu aos tribunais para colocar termo a esta violação dos direitos humanos, defendendo que “a cidadania e as instituições estão a compreender cada vez mais que o discurso sobre este grave problema não se pode centrar em exclusivo na canábis; trata-se de algo diferente e a perspectiva e as soluções têm que vir de outra gestão”, afirmou Rosa García à imprensa espanhola.

Endesa aposta na colaboração institucional para desmantelar mais ligações ilegais

Em comunicado de Imprensa, a Endesa anunciou que nos últimos três anos, através das suas redes subsidiárias de distribuição, detectou cerca de 190.000 casos de fraude eléctrica. Só em 2022 foram encerrados 55.167 processos de fraude, o que significa uma média de mais de 150 por dia, com crescente preponderância de casos relacionados com plantações de canábis.


No seu relatório, a companhia eléctrica espanhola estimava que o consumo anual de electricidade utilizada ilegalmente para alimentar estas plantações de canábis ascende a 2.200 GWh, o equivalente ao consumo anual da cidade de Sevilha.

“Estes números mostram a dimensão de uma prática ilegal que coloca em grave risco a segurança dos cidadãos, provoca a deterioração da qualidade do abastecimento aos cidadãos e encarece as contas pagas por todos os consumidores”, disse José Manuel Revuelta, Director Geral da Endesa Networks, reiterando a sua vontade de colaborar com administrações, instituições e forças de segurança para encontrar soluções para esta situação.

No último ano, a Endesa interveio milhares de vezes, em conjunto com as Forças de Segurança, para desmantelar ligações ilegais, anunciando que são detectadas 24 fraudes a cada 25 inspecções nas áreas com alta concentração de perdas.

Manifestação marcada para 30 de Setembro

A plataforma interdistrital de Barrios Hartos convocou uma manifestação para o dia 30 de Setembro, para insistir na defesa dos serviços públicos básicos. A concentração inicia-se às 11h00 e a manifestação decorrerá com o mote ‘Cortaram-nos a electricidade, aumentaram a água’.

Laura Cárdenas, porta-voz da plataforma que surgiu em resposta aos contínuos cortes de energia que há anos sofrem nos bairros operários da capital andaluza, explicou à Europa Press que o fornecimento de energia eléctrica nos bairros representados pela plataforma interdistrital está “relativamente positivo” nas zonas que têm apresentado as suas reclamações com manifestações na rua.

A plataforma exigiu que fosse tornada pública a informação sobre o volume de investimentos realizados pela Endesa nos últimos 20 anos, a data de instalação dos transformadores e cablagens e as inspecções realizadas na rede, numa carta enviada ao Ministério da tutela, que exigia igualmente que o conselheiro Jorge Paradela “retirasse das suas declarações a ligação entre o cultivo de canábis e os bairros que são afectados pelos cortes no abastecimento”.

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