Internacional
Japão: Há mais adolescentes a usar canábis, mas infracções e detenções diminuíram

A Agência Nacional de Polícia do Japão revelou que o número de adolescentes japoneses que utilizam canábis tem aumentado constantemente nos últimos anos. No entanto, as estatísticas compiladas em 2022 pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do país mostraram que o número de infracções e detenções efectuadas pela polícia, Agência Anti-drogas do ministério e pela Guarda Costeira, relacionadas com a canábis, foi de 5.546, uma diminuição anual de 4,1% se comparada com 2021. Cerca de 69,2% dos casos envolveram pessoas com menos de 30 anos, a percentagem mais elevada até à data, o que, de acordo com o jornal Nippon.com levanta “preocupações sobre o aumento do consumo de drogas entre os mais jovens”.
O jornal japonês avançou que a Agência Nacional de Polícia conduziu um levantamento e análise de 911 pessoas presas por violação da Lei de Controle de Canábis (pelo simples porte) em Outubro e Novembro de 2021. Os resultados revelaram que 52,1% dos detidos tinha menos de 20 anos de idade quando consumiu pela primeira vez canábis e 33,0% tinha pouco mais de vinte anos, num total de 85,1% com menos de 30 anos de idade na primeira experiência.
Também as autoridades policiais e os especialistas japoneses, citados pelo The Japan Times, referiram que o aumento se deve “aparentemente porque a substância ilegal tem um preço inferior ao dos estimulantes e o número de países que legalizaram a canábis aumentou”, além de ser possível cultivá-la em casa.
A maioria dos entrevistados pelas autoridades confessou ter usado canábis pela primeira vez depois de ter sido oferecida por outra pessoa. Este foi o caso de cerca de 80% das pessoas com menos de 20 anos e 70% das pessoas na faixa dos vinte e poucos anos. A Internet foi a fonte para descobrir como obter canábis para 42,8% das pessoas com menos de 20 anos e 34,1% das pessoas na faixa dos vinte aos 30 anos. Em quase todos os casos, a compra de canábis envolveu o uso das redes sociais.
As leis da canábis no Japão
No Japão, possuir canábis pode dar até sete anos de prisão, mas os canabinóides sem THC (como o CBD) e alguns sintéticos são permitidos.
Os legisladores japoneses estão a preparar-se para debater a regulamentação da canábis medicinal no país e a discussão poderá mesmo ter início nas próximas semanas. No entanto, e embora haja alguma esperança para os defensores da canábis no sentido de haver uma maior aceitação da planta para fins medicinais, é muito improvável que o Japão venha alguma vez a admitir a legalização do uso recreativo.
Por outro lado, e de acordo com a revista Time, o Japão tem uma longa tradição de cultivo de cânhamo industrial, que é utilizado na produção de fibras, confecção de roupas ou no fabrico de óleos alimentares, além de práticas religiosas. No entanto, algumas destas tradições japonesas ficaram sob escrutínio após a Segunda Guerra Mundial, quando as forças de ocupação dos Estados Unidos insistiram na proibição da canábis no Japão. Nessa sequência, foi adoptada a Lei de Controle da Canábis de 1948, que proibiu a maior parte das partes da planta do cânhamo, mas não os seus caules e sementes, por não conterem substâncias químicas psicoactivas.
A actual lei japonesa criminaliza a importação, exportação, produção, venda, posse e investigação com canábis, mas é omissa no que respeita ao consumo — não sendo, por isso, considerado um crime a utilização de canábis.
Conferência sobre CBD e Cânhamo realiza-se em Tóquio a 2 e 3 de Novembro
A CBD Journey & CannaCon 2023, a maior exposição e conferência de CBD e Cânhamo do Japão, vai realizar-se no Shibuya Stream Hall, em Tóquio, já nos próximos dias 2 e 3 de novembro de 2023. De acordo com a organização do evento, “com a reforma legal iminente no Japão e a importância do GX (Transformação Verde), espera-se que a indústria do CBD e do cânhamo se desenvolva ainda mais e pretendemos criar um local onde as pessoas possam desfrutar e aprofundar os seus conhecimentos e intercâmbio na área do CBD/Cânhamo”.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
