Internacional
Relatório da Europol e da EMCDDA alerta para os problemas do tráfico. Mercado da canábis na Europa vale mais de 11.4 mil milhões ao ano

Uma análise conjunta da EMCDDA e da Europol, intitulada “EU Drug Market: Cannabis”, divulgada na semana passada, alerta que o mercado ilegal de canábis na Europa está a evoluir, com produtos cada vez mais potentes e diversificados. O documento é uma radiografia do mercado europeu ilegal de produtos de canábis e revela que a colaboração intensificada entre grupos criminosos aumenta os riscos para os utilizadores: mais de 22 milhões de adultos consumiram canábis no último ano. A análise destaca a necessidade urgente de acção a nível da UE e dos Estados-Membros.
O relatório da Europol e da EMCDDA — Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, explora desde a produção e tráfico até à distribuição e consumo de canábis. A estimativa é que o mercado vale pelo menos 11,4 mil milhões de euros anualmente, tornando-se o maior mercado de droga na Europa. Cerca de 22,6 milhões de adultos na União Europeia (UE), entre 15 e 64 anos, consumiram canábis no último ano. Em 2021, as apreensões atingiram recordes de 256 toneladas de canábis herbácea e 816 toneladas de resina de canábis na UE, com mais de 4,3 milhões de plantas interceptadas.
A canábis herbácea, predominante na UE, parece ser cultivada localmente, e apesar da região dos Balcãs Ocidentais ainda ser uma fonte, hoje é menos significativa. Há também evidências do contrabando de produtos, incluindo canábis herbácea, da América do Norte para a UE. A resina de canábis continua a ser fornecida principalmente por Marrocos, embora existam indícios de aumento da produção na UE.
Potência da canábis continua a ser uma preocupação
Os dados mais recentes revelam um aumento significativo na potência dos produtos de canábis. A potência média da canábis herbácea na UE aumentou cerca de 57% entre 2011 e 2021, enquanto a resina de canábis aumentou quase 200% no mesmo período. Segundo o relatório, isto levanta preocupações adicionais para a saúde dos utilizadores.
Embora a canábis herbácea e a resina ainda dominem o mercado, os produtos de canábis na Europa tornam-se cada vez mais diversos, incluindo uma variedade de canabinóides naturais, semi-sintéticos e sintéticos em diversas formas. Estratégias comerciais agressivas, online e offline, estão a ser também utilizadas para promover produtos, alguns dos quais representam riscos significativos para a saúde dos consumidores.
O relatório discrimina que o comércio de canábis na Europa envolve redes extensas, com criminosos da UE e não pertencentes à UE a cooperar intensamente. Estas redes actuam como prestadoras de serviços para traficantes de canábis, fornecendo recursos, parcerias e serviços desde a produção até à distribuição.
Outro aspecto avaliado pelo relatório, é o impacto ambiental da produção ilícita de canábis, que é considerável, com uso significativo de água e energia e poluição química. A análise destaca a necessidade urgente de acção a nível da UE e dos Estados-Membros para responder a estes desenvolvimentos no mercado ilegal de canábis, incluindo a melhoria da inteligência estratégica, monitorização da potência e riscos emergentes para a saúde, investimento em capacidades e inovação tecnológica e fortalecimento das respostas políticas, de saúde pública e segurança.
O documento pode ser lido na íntegra aqui.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Sou um dos directores do CannaReporter, que fundei em conjunto com a Laura Ramos. Sou natural da inigualável Ilha da Madeira, onde resido actualmente. Enquanto estive em Lisboa na FCUL a estudar Engenharia Física, envolvi-me no panorama nacional do cânhamo e canábis tendo participado em várias associações, algumas das quais, ainda integro. Acompanho a industria mundial e sobretudo os avanços legislativos relativos às diversas utilizações da canábis.
Posso ser contactado pelo email joao.costa@cannareporter.eu
