“Enciclopédia da canábis”, de Jorge Cervantes, está agora disponível online, na íntegra e em sete idiomas

George F. Van Patten, mais conhecido pelo seu pseudónimo Jorge Cervantes, já partilhou o último capítulo da “Enciclopédia da Canábis” na sua página da Internet, ficando agora esta obra mítica disponível online, na íntegra – e em sete idiomas. São cerca de 600 páginas de informação, factos e história do uso de canábis para fins medicinais, conselhos práticos para o cultivo e muita informação útil sobre todos os ciclos da planta, pragas, testes de canabinóides, culinária e dezenas de fotografias. É um trabalho de 40 anos de pesquisa e experimentação, que culmina agora nesta generosa partilha com toda a comunidade de curiosos que procuram mais informação sobre canábis.

“A minha meta sempre foi ensinar o mundo inteiro a cultivar mais e melhor canábis. Para o conseguir, decidimos disponibilizar a Enciclopédia da Canábis na minha página da Internet, com traduções em inglês, castelhano, italiano, alemão, francês, português (de Portugal) e holandês…” disse Cervantes ao CannaReporter, rematando com um promissor “Por enquanto!”. Outros idiomas se seguirão a estes e, igualmente, as traduções irão sendo partilhadas na página da Internet do autor.

Jorge Cervantes é um dos ativistas da velha guarda mais reconhecidos e acarinhados, sobretudo entre a comunidade de growers e cultivadores domésticos, para quem os livros dele se tornaram umas “Bíblias” – sendo muitas vezes dos items mais vendidos nas lojas de cultivo.

George F. Van Patten, a.k.a. Jorge Cervantes

Cervantes começou a sua missão de educador canábico nos anos 80, durante a época que ele chama os “underground guerilla years” (os anos da guerrilha underground), durante os quais tinha que fazer as suas ações educativas mascarado, para não ser reconhecido pelas autoridades.

O seu primeiro livro “Indoor Marijuana Horticulture” foi uma edição de autor, publicada em 1983, já que na altura nenhuma editora nem nenhuma gráfica se mostraram disponíveis para o editar ou imprimir.

No final dos anos 80 e início dos 90, Cervantes viu muitos dos seus amigos e companheiros ativistas serem apanhados na teia da Operation Green Merchant, uma investigação da Drug Enforcement Agency (DEA) norte-americana, que culminou com uma rusga a nível nacional.

No fatídico Black Thursday, de 26 de Outubro de 1989, realizou-se uma operação dirigida a lojas agrícolas e de equipamentos de cultivo hidropónico que faziam publicidade nas revistas canábicas da altura, como a “Hight Times” e a “Sinsemilla Tips”. A operação arrastou-se depois a jornalistas, ativistas e figuras mais ou menos conhecidas da contracultura que já trabalhavam com canábis, e atravessou o oceano, atingindo outros ativistas europeus, como o holandês Nevil Schoenmakers (fundador do The Seed Bank of Holland), entre outros. No total, foram presas mais de 100 pessoas – um episódio negro para a comunidade canábica e para o incipiente mercado de venda de sementes por correio, que começava a ganhar expressão na altura. Cervantes, felizmente, safou-se, mas nunca deixou de cultivar. Na verdade, a sua vida também dava um livro.

Finalmente, em 2010, com o alívio da repressão sobre a canábis, Van Patten/Cervantes decidiu “sair do armário”, como ele próprio diz, e revelar-se ao mundo. Desde então, não tem parado, mantendo-se firme na sua missão de levar o conhecimento sobre a planta aos interessados de todos os cantos do planeta. Publicou dezenas de artigos em inúmeras revistas pelo mundo fora, no seu canal de YouTube tem quase cerca de 300 vídeos sobre cultivo. Já auto-editou sete livros, entre os quais esta enciclopédia da canábis, que agora toda a gente pode consultar online. Aqui ficam os links:

Enciclopédia da Canábis (PT)

The Cannabis Encyclopedia (EN)

Enciclopedia del Cannabis (ES)

Encyclopédie du Cannabis (FR)

La enciclopedia della cannabis (IT)

Der Cannabis-Enzyklopädie (DE)

De Cannabis Encyclopedie (NL)

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Margarita Cardoso de Meneses

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Margarita é colaboradora permanente do CannaReporter desde a sua criação, em 2017, tendo antes colaborado com outros meios de comunicação especializados em canábis, como a revista Cáñamo (Espanha), a CannaDouro Magazine (Portugal) ou a Cannapress. Fez parte da equipa original da edição da Cânhamo portuguesa, no início dos anos 2000, e da organização da Marcha Global da Marijuana em Portugal entre 2007 e 2009.

Recentemente, publicou o livro “Canábis | Maldita e Maravilhosa” (Ed. Oficina do Livro / LeYA, 2024), dedicado a difundir a história da planta, a sua relação ancestral com o Ser Humano como matéria prima, enteógeno e droga recreativa, assim como o potencial infinito que ela guarda em termos medicinais, industriais e ambientais.

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