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Cânhamo

EUA: USDA anuncia investimento de 10 milhões na investigação do cânhamo

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou recentemente o “Mapa de Necessidades da Investigação do Cânhamo” e anunciou um investimento de 10 milhões de dólares na pesquisa sobre esta cultura através da Universidade Estatal do Oregon. O documento debruça-se sobre as necessidades de investigação do sector do cânhamo e recomenda consórcios e parcerias público-privadas para potenciar o desenvolvimento da área, numa tentativa de acompanhar e até alcançar a China, a França e mesmo a Rússia, os maiores produtores de cânhamo do mundo.

No documento intitulado “Hemp Research Needs Roadmap” a USDA identifica as carências do sector do cânhamo no que toca à investigação, nomeadamente em quatro áreas: Aperfeiçoamento Genético, Melhores Práticas de Produção, Fabrico de Bioprodutos para uso final e Transparência e Consistência. O roadmapdivulgado em conjunto com um investimento de 10 milhões de dólares na investigação sobre a cultura do cânhamo, através da Oregon State University, dá também a conhecer as intenções norte-americanas de acelerar o ritmo e alcançar as nações com modelos de produção e transformação de cânhamo bem sucedidos.

No documento pode ler-se que as investigações relacionadas com o cânhamo subiram significativamente depois da aprovação da Farm Bill, em 2018, porém reconhece também o difícil enquadramento legal da investigação de cânhamo: “qualquer interacção com cânhamo pode resultar em penalidades criminais”. O documento descreve que “grande parte do conhecimento prévio sobre genética, agronomia e processamento do cânhamo estava, na melhor das hipóteses, em espera desde o final da Segunda Guerra Mundial” e que por esse motivo “há muito a aprender sobre as necessidades de pesquisa da indústria do cânhamo” ainda em desenvolvimento.

Aprender com outros países 

A USDA faz referência a outros países, que desenvolveram uma indústria de cânhamo bem-sucedida: os maiores produtores mundiais são a França, a China, a Coreia do Norte, a Austrália e a Rússia, que produz o dobro de semente de cânhamo que a América. A entidade defende que os EUA têm a capacidade e os recursos para se tornarem um competidor viável com outras nações produtoras de cânhamo. Isto se forem abordados os principais desafios de pesquisa em genética, produção e processamento, de forma a encontrar e identificar soluções viáveis.

Este roadmap categorizou quatro áreas de necessidades de investigação que irão criar condições para o cultivo, transformação e distribuição equitativa, sustentável e rentável da indústria do cânhamo nos Estados Unidos, com recurso a abordagens transdisciplinares. A USDA pretende assim garantir o desenvolvimento integral das cadeias de valor, com recurso às melhores práticas para criar sistemas produtivos e rentáveis que conservem a qualidade dos recursos naturais, criem empregos e garantam meios de subsistência.

As áreas prioritárias identificadas abrangem desde melhoramento genético até práticas de produção, passando pelo biofabrico para diversos fins, transparência e consistência. A USDA afirma que este é um passo que demonstra o compromisso do governo norte-americano em impulsionar a inovação e competitividade global da indústria do cânhamo, “alinhando-se com a visão delineada na Ordem Executiva da Administração Biden-Harris sobre Promoção da Inovação em Biotecnologia e Biomanufactura para uma Bioeconomia Americana Sustentável, Segura e Próspera”.

A importância das parcerias — a PPP americana para o cânhamo

O documento reconhece ainda que as parcerias e colaborações são fundamentais para garantir valor ao longo de toda a cadeia do cânhamo. Segundo o documento, deve procurar-se o estabelecimento de um consórcio público-privado para o cânhamo, “para promover interacções positivas e cooperação” de forma a aproveitar “oportunidades e enfrentar desafios em cada área identificada”. De acordo com a USDA, o objectivo de um consórcio de cânhamo será o de “facilitar um esforço concertado para melhorar relacionamentos, optimizar empreendimentos de investigação, melhorar a gestão de riscos e agregar recursos quando aplicável.”

A USDA recomenda ainda que o consórcio possa incluir o envolvimento com o programa “Biopreffered”, da própria USDA, onde destaca a elevação do cânhamo a subgrupo do Conselho Nacional da Bioeconomia, com um foco para “a investigação sobre a comercialização do cânhamo através dos programas da agência de Investigação e Desenvolvimento em Pequenas Empresas (SBIR) e de Transferência de Tecnologia em Pequenas Empresas (STTR)”. A autoridade norte-americana refere ainda que o Conselho Nacional do Cânhamo Industrial (National Industrial Hemp Council- NIHC) que é um beneficiário do Programa de Acesso ao Mercado da USDA, também é central nos esforços de desenvolvimento de mercado da indústria do cânhamo industrial dos Estados Unidos, referindo que este seria um parceiro-chave para garantir o desenvolvimento da cadeia de valor, sem fazer menção a outros grupos ou stakeholders da indústria.

Apesar de ainda não ser claro se existirá efectivamente consórcio e quais os integrantes do mesmo, a USDA prevê o desenvolvimento de uma plataforma para criação e partilha de dados, consolidação da representação do sector privado e testagem e padronização lideradas pelo sector público.

Leia o relatório na íntegra abaixo:

hemp-research-needs-roadmap  

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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Sou um dos directores do CannaReporter, que fundei em conjunto com a Laura Ramos. Sou natural da inigualável Ilha da Madeira, onde resido actualmente. Enquanto estive em Lisboa na FCUL a estudar Engenharia Física, envolvi-me no panorama nacional do cânhamo e canábis tendo participado em várias associações, algumas das quais, ainda integro. Acompanho a industria mundial e sobretudo os avanços legislativos relativos às diversas utilizações da canábis.

Posso ser contactado pelo email joao.costa@cannareporter.eu

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