Entrevistas
Adonis Georgiadis: “A única discussão é sobre o uso farmacêutico. Não há efeito dominó na Grécia”

Encontrámos Adonis Georgiadis, Ministro da Saúde da Grécia, em Londres, na Cannabis Europa, uma das mais antigas conferências sobre canábis organizada pelos Prohibition Partners, onde participou num painel especialmente dedicado à situação da canábis medicinal na Grécia. Político, autor, editor e ex-operador de telemarketing grego, Georgiadis é muitas vezes descrito como estando na extrema direita do espectro político. Falámos com ele para perceber melhor a situação da canábis na Grécia.
Começava por lhe perguntar como é a situação actual da canábis medicinal na Grécia?
A canábis medicinal foi legislada e legalizada e os primeiros produtos começaram a ser distribuídos em Fevereiro, tendo já 2.000 pacientes registados.
Quantos produtos têm na farmácia?
Neste momento, temos quatro produtos, mas estamos em processo de licenciamento de mais quatro.
E quais são esses produtos?
São diferentes tipos de flores, óleos, pomadas…
A Grécia já está a produzir canábis?
Sim, sim, todos os produtos estão a ser produzidos na Grécia.
Quantas empresas têm a produzir?
Neste momento temos uma primeira fábrica a funcionar e a distribuir e as outras três estão quase prontas. Por isso, até 2025, teremos quatro.
Para cultivo ou transformação?
Cultivo e transformação. De acordo com a nossa lei, temos de produzir a flor e o produto final nas mesmas instalações.
Mas enquanto não têm toda esta produção, estão a importar de outros países?
Não. Proibimos as importações, em primeiro lugar para proteger o nosso mercado interno durante algum tempo. Não para sempre, mas durante algum tempo. Estamos a utilizar o modelo canadiano.
Disse que, neste momento, têm cerca de 2.000 pacientes registados. Prevê que este número aumente num futuro próximo?
Os médicos prevêem um grande aumento, porque, pelo que sei, muitos doentes que receberam canábis pela primeira vez, obtiveram resultados. Por isso, penso que vai aumentar, mas não sou médico. Esta será uma decisão da comunidade médica.
Quantos médicos estão a prescrever, actualmente, canábis na Grécia?
500.
O governo dá alguma formação aos médicos?
Sim, através da nossa Agência Nacional de Medicamentos damos-lhes alguma formação.
E nas universidades, aos estudantes de medicina?
Ainda não. Penso que vai começar, mas ainda não.
E quanto à legalização da canábis para uso adulto ou recreativo?
Ainda não chegámos lá. Ainda não estamos a pensar nisso.
Tem alguma ideia de quando é que essa discussão vai começar na Grécia?
Não, não. Não está no nosso diálogo público. A única discussão é sobre o uso farmacêutico.
Com a legalização na Alemanha, fala-se de um efeito dominó na Europa…
Até agora, não há efeito dominó na Grécia. Estamos a utilizar [a canábis] como um produto farmacêutico.
Sei que na Grécia os doentes reclamam melhorias e, por vezes, criticam as leis implementadas. Quais são, na sua opinião, os maiores desafios para ajudar os pacientes?
Temos uma óptima cooperação com a nossa comunidade de doentes. Como também referimos na conferência, estamos a falar muito com eles e estamos aqui para ajudar. É um novo começo e vamos encontrar o nosso caminho.
Quantas associações de pacientes de canábis existem na Grécia?
Se bem me lembro, quatro.
E como vê a utilização da canábis medicinal por estes doentes? Está a ajudar muitas pessoas? Teve algum contacto próximo com os pacientes?
Muitos doentes enviam-me mensagens por correio electrónico, afirmando que estão muito satisfeitos com a utilização da canábis medicinal. Sentiram um grande alívio da dor e muitas pessoas com epilepsia mostram uma grande melhoria na qualidade de vida.
____________________________________________________________________________________________________
[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
O que fazes com 3€ por mês? Torna-te um dos nossos Patronos! Se acreditas que o Jornalismo independente sobre canábis é necessário, subscreve um dos níveis da nossa conta no Patreon e terás acesso a brindes únicos e conteúdos exclusivos. Se formos muitos, com pouco fazemos a diferença!
Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação do XXI Governo Português. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e coordenadora da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
