As autoridades municipais da cidade norte-americana de Nova Iorque incineraram mais de quatro toneladas de produtos de canábis não regulamentados apreendidos em mais de em 1.000 lojas encerradas, no âmbito da “Operation Padlock to Protect” (Operação Cadeado para Proteger). A acção de fiscalização foi iniciada há quase quatro meses para confiscar produtos de lojas não licenciadas, avaliados em cerca de 63 milhões de dólares, de acordo com uma notícia publicada pelo Cannabis Business Times.
De acordo com um anúncio do presidente da Câmara de NYC, Eric Adams, no passado dia 28 de Agosto, as autoridades da cidade de Nova Iorque destruíram mais de quatro toneladas de produtos de canábis não regulamentados, no valor de cerca de 63 milhões de dólares, em cerca de 1.000 lojas espalhadas pela cidade.
Eric Adams iniciou as operações de fiscalização a 7 de Maio, depois de ter sido publicada a Lei SMOKEOUT no acordo orçamental do estado de Nova Iorque, em Abril, e que proporcionou aos municípios a autoridade reguladora para encerrar todas as lojas que não cumprissem as leis estatais de canábis, ao abrigo do Gabinete de Gestão da Canábis.
A Operação Cadeado para Proteger foi lançada pouco depois de o estado ter dado às autoridades locais, incluindo o Gabinete do Xerife da cidade e à NYPD (New York Police Department), autoridade para trancar com cadeados os vendedores de canábis não licenciados.
Os produtos de canábis foram queimados no âmbito do processo habitual da Polícia de Nova Iorque (NYPD) para a eliminação de substâncias ilícitas, nas instalações da Reworld, no condado de Nassau, que transforma os resíduos queimados em energia renovável.
“A canábis ilegal não se parece em nada com a canábis legal e é por isso que estes produtos estão a ser incinerados, para que nunca mais possam regressar às ruas da cidade de Nova Iorque e pôr novamente em perigo a nossa juventude”, disse Adams, citado pela Cannabis Business Times. “Os nossos esforços bem-sucedidos continuam a manter as nossas comunidades seguras e a criar um ambiente onde os operadores legais, que defendem a segurança pública e concretizam os objectivos de justiça social na indústria da canábis, possam prosperar”, afirmou o presidente.
As autoridades da cidade de Nova Iorque fecharam mais de 1.000 lojas não licenciadas numa altura em que existem 166 dispensários licenciados para uso adulto em todo o estado, incluindo 76 na cidade de Nova Iorque, de acordo com o Gabinete de Gestão da Canábis. Estas lojas arrecadaram 263,6 milhões de dólares em vendas para uso adulto durante os primeiros seis meses de 2024, referiu a mesma autoridade.
A governadora Kathy Hochul também escreveu nas suas redes sociais: “Não vou permitir que as lojas ilegais de canábis atormentem as nossas comunidades e tirem negócio aos nossos árduos dispensários legais. A nossa mensagem é simples: se operar sem licença, nós fechamo-lo”, alertou.
O gabinete da governadora anunciou que, para além dos 345 cadeados geridos pelas autoridades estaduais, as autoridades emitiram ainda 596 avisos de violação durante 789 inspecções. Além disso, o estado realizou 79 audiências administrativas que resultaram em 57 decisões, das quais 52 mantiveram o cadeado de emergência.
Contudo, o advogado Lance Lazzaro, da The Lazzaro Law Firm LCC, apresentou em Junho uma acção colectiva contra a cidade de Nova Iorque em nome de mais de duas dezenas de empresas, alegando que é inconstitucional trancar as empresas com cadeados sem revisão ou ordem judicial, apenas com base na alegação não julgada de que uma empresa estaria a vender canábis sem licença.