Volkswagen aposta no cabedal de cânhamo industrial para interiores de automóveis

Depois de marcas como a Ford, BMW ou Mercedes, a Volkswagen iniciou uma cooperação com a start-up alemã Revoltech GmbH de Darmstadt para investigar e desenvolver materiais sustentáveis ​​à base de cânhamo industrial para os seus componentes de automóveis. O cânhamo poderá ser utilizado na Volkswagen como material de superfície sustentável nos modelos dos seus carros a partir de 2028.

Não é uma novidade que o cânhamo industrial é um material inovador e sustentável para os interiores de automóveis, sendo mais fácil de produzir, mais leve e mais resistente, ao mesmo tempo que tem uma pegada de carbono zero.

De acordo com um comunicado de Imprensa da Volkswagen, de 30 de Agosto, “o material feito de cânhamo 100% de base biológica utiliza resíduos da indústria regional do cânhamo”. O cânhamo pode assim ser produzido em instalações industriais existentes e reciclado ou compostado no final da sua vida útil num automóvel. “As primeiras apresentações do material inovador já tiveram uma resposta e feedback muito positivos por parte dos clientes”, refere a reconhecida marca alemã de automóveis.

Kai Grünitz, membro do Conselho de Desenvolvimento Técnico da Marca Volkswagen, referiu que “na nossa procura de novos materiais, estamos muito abertos a novas ideias de muitas indústrias diferentes. Na Technical Development, colocamos um forte foco em soluções inovadoras, criativas e sustentáveis ​​para o desenvolvimento de veículos holísticos e que poupem recursos”.

Andreas Walingen, responsável de Estratégia da marca Volkswagen acrescentou que “a utilização sustentável dos recursos é um pilar fundamental da nossa estratégia ACCELERATE e, por isso, está firmemente ancorada na nossa mentalidade e nas nossas acções. O nosso objectivo claro é fundir os desejos dos clientes, os requisitos de sustentabilidade e os interesses corporativos.” Walingen disse ainda que a cooperação entre a Revoltech e a Volkswagen é um bom exemplo dos benefícios que as startups e as empresas estabelecidas podem obter com a combinação direccionada dos seus respectivos pontos fortes, com o objectivo de preparar novos recursos para utilização em automóveis o mais possível.

Lucas Fuhrmann, CEO e cofundador da Revoltech GmbH disse que “o nosso material de superfície inovador chamado LOVR™, que estamos a desenvolver e a testar para a indústria automóvel em cooperação com a Volkswagen, é escalável e inovador para a sustentabilidade no setor automóvel”.

Alternativa de couro 100% de base biológica a partir de cânhamo industrial
Juntamente com a start-up Revoltech GmbH, a equipa de pré-desenvolvimento da marca Volkswagen está a trabalhar numa inovação de material como substituto da imitação de couro. Este material feito do que é conhecido como cânhamo industrial cultivado para a indústria alimentar é um material de superfície de camada única totalmente natural, 100% biológico, chamado LOVRTM (as letras significam sem couro, sem óleo, vegan e à base de resíduos) que está a ser desenvolvido especificamente a pensar na indústria automóvel.

As fibras de cânhamo e um adesivo totalmente biológico são combinados através de uma tecnologia especial e processados ​​para se tornarem um material de superfície. Este material verdadeiramente circular é proveniente de campos regionais de cânhamo e é totalmente reciclável ou compostável quando atinge o fim da sua vida útil. É produzido a partir de resíduos da indústria do cânhamo que já não têm qualquer utilidade. Além disso, pode ser fabricado em instalações industriais existentes, permitindo assim uma rápida escalabilidade – sendo, por isso, também adequado para utilização na produção em grande escala.

Os departamentos de Tecnologia de Materiais, Design e Desenvolvimento de Componentes da Volkswagen, a Inovação do Grupo Volkswagen e a start-up Revoltech GmbH estão a reunir o seu know-how para incluir o maior número possível de perspectivas no trabalho de desenvolvimento. As potenciais aplicações estão a ser identificadas em colaboração com o Desenvolvimento de Componentes. Está prevista a possível utilização em projetos de veículos a partir de 2028. O material recebeu um feedback muito positivo nos inquéritos aos clientes.