Internacional
EUA: Consumo de canábis entre adolescentes atinge mínimos históricos
Uma pesquisa norte-americana demonstra que a maioria dos adolescentes nos Estados Unidos da América (EUA) está a abster-se cada vez mais de consumir álcool, tabaco e canábis, com os índices mais baixos já registados desde o início deste inquérito, em 1975. O inquérito recolheu entrevistas a cerca de 24.000 indivíduos (estudantes do 8º, 10º e 12º anos) em várias escolas dos EUA e aponta que, mesmo após a legalização da canábis em vários estados ou o fim dos confinamentos, não houve um retorno significativo ao consumo anterior à pandemia.
A notícia foi avançada pela agência norte-americana AP e revela que o consumo de substâncias entre adolescentes americanos continua em queda, de acordo com a mais recente edição do estudo “Monitoring the Future”, realizado anualmente desde 1975. Em 2024, cerca de dois terços dos estudantes do 12º ano relataram não consumir álcool, canábis, cigarros ou cigarros eletrónicos nos 30 dias anteriores à pesquisa. Trata-se do maior índice de abstinência já registado para essa faixa etária e o cenário é ainda mais expressivo entre os estudantes do 10º ano: 80% dos entrevistados relatou não consumir substâncias recentemente, atingindo um novo recorde.
Os dados são ainda mais expressivos entre os estudantes do 10º ano, em que 80% dos entrevistados afirmou não ter consumido substâncias recentemente, atingindo um novo recorde. No 8º ano, 90% dos jovens declarou abstinência, mantendo o mesmo nível do levantamento anterior.
Os investigadores atribuem essa redução no consumo de canábis e outras substâncias a mudanças comportamentais iniciadas durante a pandemia de COVID-19. A falta de socialização em ambientes onde essas substâncias costumam ser experimentadas e a supervisão parental mais rígida parecem ter contribuído para a tendência. Por outro lado, o aumento de problemas de saúde mental entre os adolescentes, como ansiedade e depressão, também podem ter influenciado estes dados: alguns jovens evitam substâncias por receio de efeitos adversos.
O inquérito entrevistou cerca de 24.000 estudantes do 8º, 10º e 12º anos em escolas de diversas regiões dos Estados Unidos e refere que não houve um retorno significativo ao consumo que existia antes da pandemia. Especialistas alertam, contudo, que a popularidade crescente de produtos alternativos à base de nicotina, como as saquetas ou pouches, requer atenção para prevenir novos riscos para a saúde pública.
Em 2024, o consumo de canábis diminuiu em todos os três níveis para consumo ao longo da vida, nos últimos 12 meses e nos últimos 30 dias. O declínio da utilização nos últimos 12 meses no 12º ano foi estatisticamente significativo. Apesar destes declínios, os níveis de 2024 continuam a ser substanciais, com a percentagem de alunos a consumir canábis nos últimos 12 meses a situar-se nos 26% no 12º ano, 16% no 10º ano e 7% no 8º ano.
Os declínios substanciais de 2020 a 2021 durante o início da pandemia marcam a primeira mudança substancial na prevalência da canábis em mais de uma década; antes de 2021, os níveis de canábis permaneceram sem qualquer tendência sistemática durante cerca de uma década. Estes níveis mais baixos persistiram nos anos seguintes e não recuperaram.
Os níveis de consumo anual de canábis são hoje consideravelmente inferiores aos máximos históricos observados no final da década de 1970, quando mais de metade dos alunos do 12º ano tinham consumido canábis nos últimos 12 meses. Este ponto alto marcou o auge do aumento do consumo de canábis, que era insignificante antes da década de 1960.
O consumo diário de canábis, definido como o consumo em 20 ou mais ocasiões nos últimos 30 dias, diminuiu ligeiramente no 12º e 8º ano e manteve-se estável no 10º ano. Os níveis de 2024 permaneceram abaixo dos níveis de 2021, o que reflecte uma queda acentuada durante as políticas de distanciamento social da era pandémica. No 8º ano, a prevalência oscilou entre 0,2% e 2% desde a primeira monitorização em 1991.
A prevalência do consumo diário de canábis durante um mês ou mais ao longo da vida é apenas reportada para os alunos do 12º ano. Esta prevalência era de 21% quando medida pela primeira vez em 1982, caiu drasticamente para apenas 8% em 1992 e voltou a subir para 19% em 1997. Seguiu-se um longo declínio gradual para 12% em 2018, antes de estabilizar . Ficou-se pelos 13% em 2024.
No entanto, um dado preocupa os especialistas: o uso de saquetas de nicotina duplicou entre os alunos mais velhos, passando de 3% em 2023 para 6% em 2024.
“Esperava que o consumo de subatâncias por adolescentes recuperasse, pelo menos parcialmente, após os grandes declínios que ocorreram durante o início da pandemia em 2020, que estavam entre os maiores já registados”, disse Richard Miech, líder da equipa do estudo Monitoring the Future na Universidade do Michigan.
“Muitos especialistas na área previram que o consumo de substâncias ressurgiria à medida que a pandemia recuasse e as restrições de distanciamento social fossem levantadas. Acontece que os declínios não só duraram como caíram ainda mais”, concluiu Miech.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.