Entrevistas
Finn Age Hänsel: “A barreira entre o uso recreativo e o uso medicinal não é tão forte como muitas pessoas pensam”

Finn Age Hänsel fundou em 2018, juntamente com Fabian Friede, o Sanity Group, onde é actualmente CEO. Apesar de ser membro do partido conservador desde a juventude, sempre teve uma abordagem bastante liberal no que respeita à canábis. A morte do pai de uma amiga próxima, que usava canábis às escondidas para ajudar a tratar um cancro, acabaria por mudar o seu percurso profissional: “É uma loucura as pessoas não falarem sobre canábis. Temos de mudar isso! Quero falar sobre esta planta. Quero falar sobre os benefícios que a canábis pode trazer”, disse ao CannaReporter®.
Finn estudou Gestão de Empresas na Alemanha, Hungria e Nova Zelândia e assume-se como “um empreendedor com uma forte paixão por produtos, marcas e tecnologia”, trabalhando com o objectivo de “encontrar o equilíbrio perfeito entre ideias visionárias, criatividade e execução de primeira classe”.
Antes de enveredar pela indústria da canábis, Finn já tinha fundado a cervejaria Berliner Berg, em 2015, e sido ‘Business Angel’ de várias startups de Berlim, incluindo a CrossEngage, a SMACC e a Einhorn. Mais tarde juntou-se à Movinga como CEO e também ao conselho da Associação Alemã de Startups.
Nos últimos sete anos, no Sanity Group, conseguiu financiamento de investidores tão diversificados como o rapper Snoop Dogg, a modelo Stefanie Giesinger, o jogador de futebol Mario Götze ou a empresa canadiana Organigram, totalizando mais de 100 milhões de euros de capital.
Encontrámos Finn Age Hänsel em Junho de 2024, na Cannabis Europa, em Londres, e ficámos a saber mais sobre o seu percurso, por que decidiu dedicar a sua carreira ao universo da canábis e quais são as suas perspectivas para esta indústria promissora.
O Grupo Sanity é bastante conhecido na Alemanha e na Europa. Pode contar-nos um pouco mais sobre a sua história? Como é que entrou na canábis e como é que fundou esta empresa?
Eu era uma pessoa politicamente activa em 2001, quando tinha 17/18 anos, e já nessa altura lutava pela legalização da canábis. Curiosamente, eu era membro (ou sou membro) do partido conservador, o que é bastante irónico porque eles são muito contra o uso da canábis para fins recreativos, mas eu sempre tive uma opinião diferente. E é por isso que, desde os meus 18 anos, o tema da ilegalidade da canábis sempre me acompanhou. Depois, fiz a minha carreira em consultoria em várias startups de tecnologia que fundei. Mas quando, em 2017, o governo alemão decidiu legalizar a canábis medicinal, pensei realmente na oportunidade, pela primeira vez na minha vida, de poder combinar um tema que me apaixona com a minha outra paixão de criar empresas. E foi assim que o Sanity Group foi criado.

Os fundadores do Sanity Group: Finn Age Hänsel e Fabian Friede. Foto: Norman Posselt | Sanity Group
De onde vinha o seu interesse pela canábis?
Como disse, quando tinha 17 anos, estava a iniciar-me nesse activismo e, bem, à excepção de fumar em festas, não tinha um contacto muito forte com a canábis, mas o pai de uma grande amiga minha era oncologista, um médico que se dedicava à terapia do cancro. E, tragicamente, ele próprio teve cancro, a certa altura. Seis anos depois, morreu. Isso foi quando eu tinha 17 anos, acho eu. Ele era o pai de uma das minhas amigas mais próximas. Quando a viúva vendeu o carro dele, o carro voltou para a família com meio quilo de canábis debaixo do banco do co-piloto. A família ficou completamente perplexa pelo facto de o marido ter canábis na sua posse. Depois, a viúva foi à universidade onde ele leccionava e descobriu que ele próprio estava a tratar o seu cancro com canábis. Obviamente, não tratava o cancro em si, mas estava a fazer quimioterapia e perdeu o apetite e a qualidade de vida. E os seus colegas contaram-lhe, na altura, que a razão pela qual ele sobreviveu à terapia durante tanto tempo foi pela canábis, que ele estava sempre a esconder da família. Lembro-me que a minha amiga me contou a história e fiquei arrepiado. É uma loucura as pessoas não falarem sobre canábis. É óbvio que está a ajudar as pessoas, mas somos tão contra ela. É um estigma tão grande. Temos de mudar isso! E esse foi o momento pessoal em que decidi mudar de ideias. Quero falar sobre esta planta. Quero falar sobre os benefícios que a canábis pode trazer. Esse foi, basicamente, o meu momento de mudança de vida pessoal em termos de canábis.
E como é que foi, dentro do partido conservador, ter uma posição tão liberal?
Foi um pouco estranho. Eu não era o único, mesmo naquela altura; havia, pelo menos, uns cinco ou seis políticos de alto nível no partido conservador que eram mais liberais. No entanto, ainda era algo muito controverso. A maioria do partido era muito contra e nem sequer queria falar sobre o assunto. Agora, 20 anos depois, o partido conservador continua a ser maioritariamente contra a canábis, mas os tempos mudaram. Por isso, no que respeita à canábis medicinal, são fortemente a favor. Querem, de facto, regulamentá-la melhor. No que se refere à canábis recreativa, continua a ser um grande debate, mas mesmo aí, vejo que, na verdade, ainda hoje, há cada vez mais políticos de alto nível que são a favor de uma regulamentação mais liberal. No entanto, infelizmente, a maioria do partido conservador continua a ser… conservadora. (risos)
“Penso que [a legalização] é um caminho de sentido único, como se não fosse possível voltar à estaca zero”
E como evoluiu o Sanity Group desde a sua fundação?
Bem, para ser honesto, nunca se alterou totalmente, mas foi mudando um pouco ao longo do tempo. Quando começámos a empresa, em 2018, tínhamos basicamente duas áreas de foco principais: uma era o CBD e a outra era a canábis medicinal. E depois fizemos alguns tópicos secundários, investindo no desenvolvimento de uma farmacêutica finlandesa. Investimos num dispositivo médico e, no início, não sabíamos realmente qual desses tópicos se tornaria o dominante no futuro. Nessa altura, também havia muito dinheiro no mercado e a canábis era um tema muito badalado. Vários investidores de capital de risco gostavam de investir muito dinheiro. Por isso, não tínhamos a pressão de dar prioridade a tudo o que fazíamos. No entanto, como todos sabemos no sector, os tempos mudaram significativamente, provavelmente desde 2020, e até nós passámos por um processo de focalização do que fazemos. Assim, por exemplo, já não fabricamos dispositivos médicos. Já quase não produzimos CBD (apenas em muito pequena escala). Actualmente, as nossas duas principais áreas de concentração são, antes de mais, a canábis medicinal na Europa – diria que é 90% do nosso foco – mas também estamos a fazer, o que é bastante interessante, um projecto-piloto para uso recreativo na Suíça. É muito interessante para nós, porque combina o aspecto científico da canábis medicinal com a canábis para fins recreativos e ver como se desenvolve nas sociedades. Obviamente, esperamos não só poder realizar mais projectos-piloto na Suíça, mas também, quando a Alemanha decidir realizar projectos-piloto, utilizar o nosso modelo suíço para entrar no mercado alemão. Por isso, mais uma vez, hoje diria que 95% são projectos-piloto médicos e 5% de base científica para uso adulto ou recreativo. Se me perguntarem daqui a três anos, diria provavelmente 60/40: 60% de projectos-piloto médicos e 40% de projectos-piloto com base científica.

Antes de enveredar pela indústria da canábis, Finn Hänsel foi co-fundador da The Iconic, uma das maiores plataformas de moda e estilo de vida na Austrália e Nova Zelândia, em 2013. Foto: Starting-up.de
O que prevê agora com a legalização na Alemanha? Como vê o futuro no seu país e na Europa?
Comecemos, então, pela Alemanha. O governo anunciou os dois pilares. O primeiro pilar, a descriminalização e a reclassificação. O pilar número dois, projectos-piloto comerciais. Penso que o segundo pilar é uma lei que nunca chegará a ser aprovada porque estamos muito perto das próximas eleições e o próximo governo será provavelmente conservador. Mas vemos um forte movimento, neste momento, no sentido de o Ministério da Agricultura e Alimentação querer fazer uma promulgação, ou seja, uma lei que, mesmo ao abrigo do actual quadro jurídico, permita a existência de lojas de canábis em projectos-piloto. Acredito firmemente que isso poderá acontecer no futuro. Obviamente, presumo que os primeiros três, quatro ou cinco projectos-piloto irão provavelmente surgir e espero que sejamos um deles. E esperemos que isso facilite novamente o debate na sociedade sobre ser melhor legalizar a canábis. Além disso, se o governo conservador voltar ao poder no próximo ano e o projecto-piloto não for lançado, imagino que não aconteça nada no mercado alemão nos próximos cinco anos. Estou muito curioso para saber se eles vão conseguir reduzir as actuais mudanças e se vamos voltar a fechar os clubes e o cultivo doméstico. Mas, mais uma vez, também precisam de um parceiro de coligação. Por isso, acredito que, na pior das hipóteses, tudo vai acontecer como está a acontecer agora, o que, apesar de tudo, é melhor do que o que aconteceu há cinco anos. Além disso, na Europa, também com a legalização alemã, vemos muitos movimentos neste momento, não só na Suíça, que provavelmente legalizará no próximo ano, mas também na República Checa e em Malta. Na Holanda, estamos a assistir a um grande movimento de experiências. Por isso, penso que é um caminho de sentido único, como se não fosse possível voltar à estaca zero. A partir de agora, tornar-se-á sempre mais liberal. A única questão será a rapidez com que isso vai acontecer.
Onde é que os vossos produtos estão disponíveis actualmente?
Os produtos médicos estão disponíveis na República Checa, Suíça e Alemanha, e esperamos que, muito em breve, na Polónia e no Reino Unido. São estes os mercados em que nos concentramos neste momento. Há também algumas ideias sobre Portugal e Malta e alguns outros mercados, mas aqueles são os principais mercados. E depois, em termos de uso adulto ou recreativo, neste momento é apenas a Suíça.
No sector medicinal, quais são os principais produtos que têm neste momento?
Temos duas marcas no sector medicinal: a Vayamed, que se centra mais nas terapias de canábis cobertas pelos seguros de saúde e que se foca, predominantemente, nos extractos, um pouco de flores e Dronabinol, como o THC puro. Já a nossa segunda marca médica, a Avaay, é uma marca de flor pura. E a marca de flores puras é o que vemos neste momento ser o crescimento mais rápido, porque depois do regulamento em Março [de 2024], vemos que o mercado de flores está realmente a explodir, especialmente o mercado de compradores a expensas próprias. E com o nosso comprador, temos cerca de 30 variedades diferentes no mercado, desde a qualidade artesanal à qualidade mais económica e este é actualmente o segmento de crescimento mais rápido dentro da empresa.
Onde é produzida a vossa canábis? Na Alemanha? Ou também fazem importação?
Não, na verdade só importamos, mas temos uma base de fornecedores muito diversificada e heterogénea. Penso que temos 10 a 15 fornecedores diferentes e, por vezes, varia um pouco. O dominante actualmente é, provavelmente, o Canadá, África do Sul, Uruguai, Portugal, e, muito em breve, provavelmente, a Colômbia, Espanha e Dinamarca.
“Para nós, é muito importante ter variedades exclusivas. (…) A nossa marca representa a combinação única de genética e bom cultivo”
Ok, são muitos países.
Sim, mas o que se passa é que cada país tem os seus próprios pontos fortes, certo? Assim, a Colômbia e a África do Sul têm uma óptima relação qualidade/preço e uma qualidade sólida. Por isso, se quisermos oferecer um produto que esteja a um nível de entrada no mercado, a África do Sul e a Colômbia são perfeitas para isso. Por outro lado, o Canadá tem cultivadores artesanais muito fortes, que têm um produto de qualidade muito forte. E depois temos os grandes LPs (produtores certificados) canadianos, como a Organigram, por exemplo, que fabricam produtos muito bons a um preço muito bom. Assim, para gerir os três segmentos da mesma forma é preciso olhar para os diferentes países e ver de onde se obtém o produto.
Então, estão a escolher variedades de diferentes locais do mundo.
Sim, temos a regra de analisar sempre primeiro o cultivador, se gostamos do cultivador, da sua abordagem, da sua filosofia. E depois analisamos as variedades que têm. Para nós, é muito importante ter variedades exclusivas, por isso não gostamos que vendam a mesma variedade a dez outras empresas, porque a nossa marca representa a combinação única de genética e bom cultivo. Mas o que fazemos, cada vez mais, é trazer variedades que damos aos nossos cultivadores e depois eles cultivam-nas para nós.
E como é que chegam a este conhecimento de saber qual a melhor variedade? Fazem pesquisa dos seus efeitos em diferentes patologias?
Sim, temos, digamos, um cultivador pioneiro que é o nosso sommelier de canábis. Somos uma das únicas empresas na Alemanha (na verdade, só conheço outra a ter igualmente um sommelier de canábis, com formação) com uma pessoa que fez uma longa formação na Califórnia. Tem um certificado de Ganjier, que é como uma certificação que se tem por se ser um especialista em produtos de canábis. É um especialista que cultiva a sua própria canábis há anos e que passou por este programa de formação e tudo o mais. E é ele que faz toda a investigação, ou seja, ele analisa as tendências, analisa o que está na moda agora nas competições de canábis em todo o mundo, o que está a vender bem no Canadá, o que está a vender bem na Califórnia, analisa a genética e os diferentes perfis de terpenos e depois cria uma espécie de paisagem de onde queremos estar. Com base nessa paisagem, escolhemos as genéticas que vimos através dos cultivadores. Por isso, não só compramos o que está no mercado, como também temos uma compreensão muito forte do produto que estamos a trazer para o mercado e, posteriormente, procuramos os cultivadores que podem trazer o produto até nós.

Em 2021, Finn foi galardoado com o prémio ‘Grunder des Jahres’ (Fundador do Ano), na Alemanha. Foto: German Startup Awards
E os pacientes? Fazem alguma ideia do motivo maioritário pelo qual estão a utilizar os vossos produtos?
Eu diria que, historicamente, é para a dor crónica. É, de longe, a maior indicação na Alemanha e penso que, antigamente, 80% das prescrições eram para a dor crónica. Agora, com a nova regulamentação, vemos que as chamadas indicações mais ligeiras estão a tornar-se muito mais populares. Por exemplo, os problemas crónicos do sono, os sintomas de stress, os problemas de ansiedade, a síndrome de défice de atenção… não quero dizer que elas sejam problemas ligeiros, mas a dor crónica é algo que é necessário provar durante anos para obter canábis. Agora, com a nova regulamentação, vemos que estão a entrar no mercado muitos propósitos diferentes. Mas uma coisa interessante é que fizemos um inquérito a todos os consumidores de canábis na Alemanha, não só aos consumidores medicinais, mas também aos consumidores recreativos, e perguntámos-lhes por que razão consomem canábis ou escolhem um determinado produto. E é muito interessante que mesmo os consumidores recreativos tenham respondido que até 70% consomem canábis para dormir e combater o stress. Isto significa que a barreira entre o uso recreativo e o uso medicinal não é tão forte como muitas pessoas pensam. Por isso, quando perguntamos a essas pessoas como escolhem as variedades que estão a usar, todas respondem perfil de terpenos, canabinóides e assim por diante. É por isso que penso que isto nos dá uma boa indicação do tipo de produtos que temos de introduzir no mercado para serem atractivos, não só para os médicos, que é o mais importante, mas também para os pacientes que, basicamente, fazem muita investigação por si próprios.
Muitas pessoas tentam realmente separar o medicinal do recreativo, mas em Portugal fizeram um estudo parecido, sobre o porquê de os utilizadores recreativos usarem canábis, e mais de 80% disse que a usa para o stress e a ansiedade. Há dois anos, entrevistei um investigador [Renato Malcher Lopes] que disse que “recreação é medicina”, porque quando nos sentimos felizes, estamos a automedicar-nos com o nosso sistema endocanabinóide e a baixar os níveis de cortisol.
É interessante. Concordo plenamente com isso.
“Queremos ser o mais transparentes possível para os doentes e para os médicos”
Então, acha que cada vez mais utilizadores recreativos se tornarão utilizadores medicinais?
Para ser sincero, por duas razões, acredito que sim e também espero que sim. Por que é que acredito nisso? Porque as barreiras para entrar no mercado medicinal são muito mais baixas, actualmente. E se pensarmos na Alemanha, prevê-se que o país tenha 8 a 10 milhões de utilizadores recreativos. Se, num inquérito representativo, 70% diz que o faz por razões médicas, acredito que o potencial da canábis medicinal é enorme. E agora que as barreiras à prescrição estão a diminuir, acredito que muitos desses doentes ou muitas dessas pessoas vão entrar no mercado. Isso é, basicamente, uma coisa boa, porque neste momento tratam-se com produtos do mercado ilegal que por vezes são bons, mas muitas vezes são produtos medíocres. Não se sabe o que está lá dentro. Não se sabe que terpenos estão lá dentro. Não se sabe quanto THC está lá dentro. Não se sabe se têm canabinóides sintéticos por cima. Por isso, nem sempre, mas muitas vezes, o produto ilegal é um produto mau. E todos os que têm uma indicação médica e que passam do mercado ilegal para o mercado médico, obtêm um produto de melhor qualidade. Teremos uma melhor orientação por parte dos médicos. Teremos um melhor controlo sobre o que estão realmente a consumir. Por isso, basicamente penso que sim. Veremos esse movimento, já o estamos a ver, e é uma coisa boa.
Os vossos produtos vêm acompanhados de um Certificado de Análise (CoA), com todos os canabinóides e terpenos?
Sim. Todos os produtos de canábis medicinal que entram no mercado alemão têm de ter um Certificado de Análise. Mas, por exemplo, o que nós fazemos é pôr lá coisas que não são necessárias. Assim, por exemplo, o regulador não pede que se coloque um CoA completo, incluindo os terpenos. No entanto, continuamos a fazê-lo, porque achamos que é uma informação importante, não só para o médico, mas também para os doentes. Por isso, se for à informação dos nossos médicos, tem uma visão geral de cada produto. Basicamente, vê os terpenos dominantes, todo o CoA do que está lá dentro. Queremos ser o mais transparentes possível para os doentes e para os médicos.
Isso é espectacular! Em Portugal, só se incluem os níveis de CBD ou THC.
Acho que não é suficiente.
Não, definitivamente não é suficiente.
Mas isso é como era a Alemanha há cinco anos, não é? Também começámos assim. Acho que é uma evolução natural da indústria.
Sim, temos de melhorar, seguramente. E o que é que sabe sobre Portugal?
Oh, sei bastante. Temos duas empresas de processamento e estamos a trabalhar muito de perto com Portugal. Visitei cerca de 15 instalações de cultivo, estamos a importar muito bom produto de Portugal. Sei que o mercado também é um mercado médico atractivo. Ainda não chegámos lá, mas queremos chegar. Por isso, não sei tudo sobre Portugal, mas acho que sei muito sobre Portugal. (risos)
“Portugal tem uma combinação única de estar na União Europeia e ter uma base de custos relativamente baixa”
Acha que Portugal tem potencial para ser um dos maiores produtores de canábis?
Sim, acho, porque acredito que Portugal tem uma combinação única de, em primeiro lugar, estar na União Europeia e, em segundo lugar, ainda ter uma base de custos relativamente baixa. Especialmente quando falamos de instalações de cultivo híbridas, que também utilizam a luz solar, estamos basicamente numa posição muito boa em Portugal para criar um produto muito bom com uma base de custos relativamente baixa. Assim, por exemplo, se me perguntassem o que penso da indústria de cultivo alemã, eu diria: ‘Não toquem nela!’ Não é que eu não goste das pessoas envolvidas, porque há pessoas fantásticas nesse sector, mas, em grande escala, criar boa qualidade para uma base de custos relativamente baixos, penso que Portugal é um local de eleição na União Europeia.
E será que, em breve, os doentes portugueses vão poder ter acesso aos produtos do Sanity Group?
Espero que sim, mas isso depende da entidade reguladora e da nossa candidatura.
Já está a trabalhar com o Infarmed para validar os seus produtos?
Sim, com um parceiro em Portugal.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação do 21º Governo Português. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “Say What? Lisbon” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e coordenadora da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
