Ciência
Revisão de estudos revela a importância do Sistema Endocanabinóide nas doenças gastrointestinais

Uma revisão abrangente de estudos publicada na International Journal of Molecular Sciences analisou a influência do sistema endocanabinóide (SEC) na fisiologia e nas patologias do tracto gastrointestinal e concluiu que os canabinóides podem influenciar a motilidade, a inflamação e a dor abdominal, sugerindo novas possibilidades terapêuticas para doenças digestivas. Os investigadores do Instituto Nacional de Gastrenterologia de Bari, em Itália, destacam o potencial terapêutico da modulação endocanabinóide para tratar distúrbios relacionados com o foro digestivo.
Um número crescente de estudos indica que o sistema endocanabinóide desempenha um papel fundamental na função do tracto gastrointestinal, corroborando a ligação cérebro-intestino. Os receptores CB1 estão localizados no sistema nervoso entérico e nos terminais sensoriais dos neurónios vagais e espinhais e regulam a libertação de neurotransmissores, enquanto os receptores CB2 estão distribuídos principalmente no sistema imunitário, indicando o seu efeito em situações de inflamação do tracto gastrointestinal. A fisiologia intestinal normal é, portanto, influenciada pela regulação do SEC.
O SEC é composto por endocanabinóides, como a Anandamida e o 2-araquidonoilglicerol (2-AG), e pelos receptores CB1 e CB2, que também se encontram ao longo do tracto digestivo. Esses elementos actuam na regulação da motilidade intestinal, secreção de enzimas e percepção da dor, influenciando directamente o equilíbrio do sistema digestivo.
Um dos pontos centrais do estudo é o impacto do SEC na motilidade gastrointestinal. A activação dos receptores CB1 reduz a velocidade do trânsito intestinal, o que pode ser útil no tratamento de síndromes caracterizadas por hiperactividade intestinal, como a diarreia no caso da síndrome do intestino irritável (SII). Em contrapartida, o bloqueio desses receptores pode ser benéfico para tratar casos de obstipação.
Além da motilidade, a pesquisa aponta o papel do SEC na modulação da inflamação intestinal. A activação dos receptores CB2 pode reduzir a resposta inflamatória ao modular a acção das células imunes. Esse mecanismo sugere que os canabinóides podem ser explorados como opções terapêuticas para doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa.
Outro factor relevante abordado pelo estudo é a influência dos endocanabinóides na percepção da dor visceral. Os compostos do SEC podem actuar na regulação da sensação de dor, o que abre caminho para novas abordagens no alívio de desconfortos gastrointestinais crónicos sem os efeitos colaterais dos analgésicos tradicionais.
Os investigadores também destacam o potencial das terapias à base de canabinóides, tanto de origem vegetal quanto sintética. Estudos clínicos indicam que esses compostos podem aliviar sintomas como náuseas, vómitos e dor abdominal. No entanto, os autores ressaltam a necessidade de mais ensaios clínicos para validar a eficácia e a segurança dessas substâncias no contexto da gastroenterologia.
Apesar do potencial promissor, os cientistas alertam para os desafios na aplicação clínica dos canabinóides, incluindo possíveis efeitos psicoactivos e a variabilidade na resposta entre os pacientes. O estudo reforça a importância de abordagens personalizadas e de mais investigações sobre a interacção do SEC com outros sistemas fisiológicos, para garantir o desenvolvimento de tratamentos eficazes e seguros para os distúrbios gastrointestinais.
Leia a revisão abrangente aqui.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação do XXI Governo Português. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e coordenadora da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
