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Crónica

Hashmakers: As melhores variedades de canábis para extracções

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Dry Sift de Devil Cream Auto® - Foto: Tommy L. Gomez

As extracções de concentrados com alto conteúdo de canabinóides acompanham desde há muito a história da planta de canábis, sendo que nos últimos anos têm vindo a despertar o interesse de mais e mais canabicultores e amantes desta maravilhosa planta. Neste artigo vamos abordar um tema que é certamente do interesse de todos os nossos leitores, em especial daqueles que cultivam ou que pretendem vir a cultivar canábis.

Hash de Sweet Mandarine Zkittlez F1 Fast Version® – Foto: Tommy L. Gomez

Como é natural e do conhecimento de todo o bom mestre chocolateiro, a qualidade da matéria prima utilizada exerce forte influência na qualidade do produto final. Desta forma, vamos falar de um conjunto de variedades de canábis conhecidas na cena canábica por serem extremamente adequadas à produção de extracções.

Ora, como bem sabemos, existem inúmeras e, muitas vezes, enormes diferenças entre cada variedade de canábis. Na primeira edição desta revista abordámos este tema de forma aprofundada, para concluir que as principais diferenças são ao nível da produtividade, tipo de efeito, conteúdo de canabinóides, conteúdo de terpenos (e respectivas variações ao nível organoléptico), estrutura da planta, resistência a pragas e doenças, entre tantas outras. 

E será entre estas outras diferenças, com as quais o canabicultor costuma estar menos familiarizado, que surge uma muito importante no âmbito das extracções de canábis: o tamanho da cabeça dos tricomas. Os tricomas são as glândulas de resina na superfície da planta de canábis, onde são produzidos e armazenados canabinóides, terpenos e outros compostos.

“Existem vários métodos de extracção: com água e gelo (Ice), por filtragem a seco (Dry Sift), ou técnicas baseadas em solventes (como por exemplo o BHO)”

Isso mesmo. Tal como referimos, o tamanho das cabeças dos tricomas na planta de cannabis pode variar bastante. O tamanho ideal para fazer extracções de canábis, como haxixe e concentrados, é geralmente considerado na faixa de 70µ a 140µ (µ = micrómetros), ou até 160 micrómetros, em casos muito específicos, quando já se conhece bem a variedade de canábis com que se está a trabalhar e o seu respectivo método de cultivo ideal.

A faixa de tamanho mencionada, de 70 a 140 micrómetros, diz respeito ao diâmetro da cabeça do tricoma que, como já sabemos, é a parte da planta que contém os compostos valiosos que pretendemos extrair. É importante salientar que o tamanho ideal específico pode variar com base no método de extracção utilizado e no equipamento disponível. Existem vários métodos de extracção, tais como a extracção com água e gelo (Ice), a extração por filtragem a seco (Dry Sift), bem como técnicas baseadas em solventes (como por exemplo o BHO).

Ora, no caso do Ice e do Dry Sift, podemos utilizar diferentes espessuras de rede para obter diferentes qualidades de produto final. Para uma espessura de rede mais fina, com 25 micrómetros, obtemos um produto de baixa qualidade, pois não existe espaço suficiente para a passagem de cabeças de tricomas inteiras. Com uma rede de 45 micrómetros já podemos esperar algo interessante ou de segunda qualidade. 

“Mas não só o tamanho da cabeça dos tricomas é importante. O tipo e quantidade de terpenos desempenha um papel fundamental no que às qualidades organolépticas do produto final diz respeito”

Nos 73 micrómetros obtemos primeira qualidade, mas é nos 90 micrómetros (qualidade extraordinária) e nos 120 micrómetros (alta qualidade) que devemos focar a nossa atenção, pois aos 160 micrómetros na maioria dos casos voltamos a obter material de baixa qualidade e acima dos 160 micrómetros a qualidade é extremamente baixa em função da quantidade de contaminantes e matéria vegetal que acabam por passar nessa espessura de rede.

Mimosa x Orange Punch. 

Mas não só o tamanho da cabeça dos tricomas é importante. O tipo e quantidade de terpenos desempenha um papel fundamental no que às qualidades organolépticas do produto final diz respeito. E, também aqui, a escolha da(s) variedade(s) a utilizar pode fazer toda a diferença, pelo que devemos dedicar-lhe especial atenção. Em seguida listamos algumas recomendações de variedades de canábis para quem quiser enveredar na aventura das extracções canábicas.

Mimosa x Orange Punch, da Barney’s Farm

Com este híbrido de Mimosa x Orange Punch, estamos perante uma planta excelente para extracções de alta qualidade ao nível organoléptico, especialmente no caso das extracções em seco. Planta robusta com flores densas e altamente resinosas, cobertas por pistilos laranja brilhantes que pingam tricomas. Genética 65% Indica – 35% Sativa, com um período de floração de apenas 55 a 60 dias. Os nossos amigos da Barney’s Farm garantem-nos que vários especialistas em extracções de nacionalidade francesa os têm congratulado pelos resultados consistentes obtidos com esta variedade.

Devil Cream Auto, da Sweet Seeds

Variedade auto-florescente de flor roxa, ideal para a produção de concentrados de enorme qualidade aromática e grande beleza, devido aos tons avermelhados e rosados da sua resina. As variedades de The Red Family do banco de sementes Sweet Seeds, produzem flores roxas que permitem extracções em seco da mesma cor. As plantas apresentam grande vigor híbrido, com um cabeço central grosso e denso, com múltiplas flores laterais também de bom calibre e totalmente cobertas de tricomas. Devil Cream Auto apresenta um aroma doce e frutado, com notas de incenso e toques cítricos de limão.

Dream Sherbet, da Kannabia

Outra excelente opção para quem procura obter extracções da mais alta qualidade, é esta Dream Sherbet, dos nossos amigos da Kannabia Seed Company. Esta bela jóia de predominância Indica oferece um sabor refrescante e doce, inebriante e curativo. Algo com que os juízes da Expogrow Cup 2022, celebrada em Irún (Espanha), estão definitivamente de acordo, tendo-lhe atribuído o 2º lugar na categoria de BHO. Já sabemos, portanto, que para extracções com solventes, como é o caso do BHO (Butane Hash Oil ou Butane Honey Oil), esta variedade é uma opção a ter em conta.

Dream Sherbet. Foto: Tommy L. Gomez

Tangerine Sugar, da Sensi Seeds

Genética principalmente Sativa, com um aroma refrescante de tangerinas recém-descascadas, por cima de notas de toranja e abacaxi. Estes extraordinários aromas acabam por estar também presentes no resultado final das extracções, sendo que neste caso os juízes da competição Squash Off Barcelona 2023 lhe reconheceram estas mesmas qualidades outorgando-lhe o 2º Lugar no evento. Tangerine Sugar está pronta para a colheita em apenas 63 a 70 dias de floração, um registo bastante interessante tendo em conta que se trata de uma variedade de dominância Sativa.

Outras genéticas a considerar

Hoje em dia, praticamente todos os bancos têm a sua própria genética ou conjunto de genéticas, adequadas à extracção de tricomas. Nos websites de cada banco de sementes, podemos encontrar mais informação, mas gostaríamos de vos deixar mais alguns nomes que, pelo nossa experiência e conhecimento como membros do fórum Tricomaria, consideramos que poderão ser do interesse dos canabicultores que nos lêem na Cannadouro Magazine.

Genéticas como a Critical + 2.0 da Dinafem, assim como a Bubble Kush da Royal Queen Seeds, seriam as nossas recomendações para extracções com solventes. Por outro lado, genéticas como a Black Domina da Sensi Seeds, a Diesel Glue da Kannabia ou a Malasaña Gelato da Exotic Seed, costumam permitir extracções de Rosin da mais alta qualidade, sendo também extremamente aconselháveis para a produção de Ice. Por seu lado, a Meditation da Jah Seeds, a Glookies da Barney’s Farm ou a Sweet Mandarine Zkittlez F1 Fast Version da Sweet Seeds, são excelentes opções para Dry Sift. 

Boas extracções para todos!
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Este artigo foi originalmente publicado pela Tricomaria na edição #11 da CannaDouro Magazine

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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