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Maren Krings: “O cânhamo deu-me respostas para tudo”

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Maren Krings, fotógrafa e autora do livro "H is for Hemp". Foto: D.R.

A fotojornalista austro-alemã Maren Krings dedicou os últimos anos da sua vida a documentar os inúmeros usos e aplicações do cânhamo industrial em diferentes países e culturas do planeta e compilou essa aventura num livro documental. Mas mais do que um livro, “H is for Hemp” é uma obra de arte fotográfica e um manifesto ecológico, impresso em papel de cânhamo, e organizado como um glossário visual e narrativo da planta e do seu potencial transformador.

Maren não só percorreu o mundo para dar a conhecer as histórias de quem cultiva, transforma e vive do cânhamo, como também se transformou a si própria no processo. Foi em Itália que teve a primeira revelação: “Foi completamente avassalador. De repente, apercebi-me de tudo o que era o cânhamo e de que não tinha nada a ver com droga”, confessou ao CannaReporter®.

Foi assim que Maren começou a reunir histórias de inúmeras pessoas que já trabalhavam com cânhamo industrial pelo mundo fora. Foram seis anos de investigação, uma parte considerável já está registada na obra “H is for Hemp”, uma edição limitada que, entretanto, já esgotou. Falámos com Maren Krings aquando do lançamento do livro em Lisboa.

Maren, que bom poder falar contigo aqui, em Portugal, sobre este belíssimo livro.  Olhando para ele, uma pessoa só pode perguntar-se porquê. Porquê esta pesquisa tão aprofundada e específica sobre o cânhamo e o ambiente?
(Risos) Sim, especialmente vindo de um lugar familiar a muita gente: o do desconhecimento sobre a canábis como uma planta no seu pleno potencial. Eu era definitivamente uma dessas pessoas que vivia completamente alheada da planta, que não tinha nada a ver com o seu consumo. E demorei um pouco a digerir, após o meu primeiro encontro com ela, que permite fazer um leque enorme de coisas, cobrindo, basicamente, todas as necessidades humanas. Fiquei tão céptica, que isso fez-me continuar a pesquisar. 

E como é que te encontraste com a planta da primeira vez?
Foi em Itália, no Tirol do sul. Fui enviada por uma revista para fazer uma reportagem sobre a colheita tradicional. Queriam fotografias e uma pequena história. Tinha combinado às 6h da manhã à frente da igreja. Eventualmente, às 6h30, alguém apareceu descendo a colina: era o Werner Schönthaler. Estava bronzeado e vestia roupa larga, feita de fibras naturais, com o clássico ar de ecohippie. Veio ter comigo e perguntou: “Quem és tu e o que fazes aqui?” Eu olhei para a minha câmara e respondi: “Se calhar sou fotógrafa”. Ele ficou surpreendido com a minha resposta atrevida e disse-me: “Eu planto cânhamo”. Como eu não sabia o que era o cânhamo pensei: “Estou a conhecer um dealer de drogas, aqui no meio da Itália”. E o que me saiu foi: “Pareces mesmo um dealer.” Ele ficou ofendido: “Tu és dessas pessoas com a mente fechada que não percebe nada”. Mas deu-me uma segunda oportunidade e disse: “Vem até à minha quinta que vou ajudar-te a abrir a tua mente ao que isto é”. Ele tem uma quinta com mais de 600 anos que restaurou com hempcrete [betão de cânhamo], porque é construtor e queria fazer testes com esses materiais. Então, fez-me uma visita guiada e despejou todo o seu conhecimento para cima de mim em 40 minutos. Foi completamente avassalador. De repente, apercebi-me de tudo o que era o cânhamo e de que não tinha nada a ver com droga.

Como o universo te conectou com um estranho e esse encontro te trouxe até aqui…
Sim, sim, ficámos amigos! Depois, ele referenciou-me certas pessoas que podia visitar enquanto regressava a casa – porque eu vivia no meu carro. Eu estava céptica mesmo assim, só que nos meses seguintes comecei a tropeçar com imensas pessoas que trabalhavam com cânhamo aqui e cânhamo ali… Desde que ele “abriu a minha mente”, comecei a vê-lo em todo o lado. E foi quando pensei: “Caramba, como é que isto me escapou este tempo todo?” 

Isso foi quando, em 2016?
Sim. Foi um momento difícil para a indústria do cânhamo, as pessoas estavam a mobilizar-se, havia um novo hype. E eu apareci numa fase muito inicial. As pessoas que estavam a fazer isto estavam muito cruas, ainda não tinham feito entrevistas com ninguém nem tinham ido a nenhuma feira. Era muito wild.

Então perguntei-lhe: “Por que te dedicas tanto a esta planta?” E ele respondeu: “É muito fácil: porque não há qualquer planta, além do cânhamo, que possa alimentar, vestir, curar e abrigar a Humanidade”

Imagino. Mas e depois, começaste a ver cânhamo por todo o lado, e…?
Sim, eu estava esfuziante a descobrir tudo o que podia ser feito de cânhamo. Depois as pessoas começaram a ver no meu Instagram que eu estava interessada em cânhamo e começaram a enviar-me links, artigos, entrevistas, a partilhar coisas relacionadas. Foi um efeito de bola de neve e passados uns três meses de estar a fazer a viagem, sentia-me devastada. Estávamos no pico da crise dos refugiados, eu tinha terminado o meu terceiro livro…

Qual era o livro?
Era sobre um vale alpino, o Vale dos Glaciares. Esse grande projeto tinha chegado ao fim e eu precisava de sair, respirar um pouco e pensar no que viria a seguir. Queria fazer uma história sobre a crise dos refugiados e pensei que devia ir aos sítios onde as coisas estavam a acontecer. E assim fiz, mas, em vez disso, encontrei o cânhamo. Não estava nada à espera, foi uma coisa que se atravessou no meu caminho e durante três meses continuei à procura da história sobre os refugiados. Mas lá estava eu a fazer mais uma peça sobre cânhamo. Percebi que não estava suficientemente empenhada para investir o tempo necessário [que os refugiados requeriam], porque a minha cabeça continuava à procura de informação sobre cânhamo. Então tive aquele momento em estava a perder o meu foco e fui visitar o Werner. Lembro-me perfeitamente, estávamos sentados na sua horta e ele comentou: “Ah, está por todo o lado, como as ervas daninhas”. Então, perguntei-lhe: “Por que te dedicas tanto a esta planta?”. E ele respondeu: “É muito fácil: porque não há qualquer planta, além do cânhamo, que possa alimentar, vestir, curar e abrigar a Humanidade”. E foi nesse momento, em que estava a tentar encontrar a minha verdade, que disse: “man, acabaste de dar-me o meu gancho!”. É por isto que os refugiados normalmente abandonam o seu país: porque já não têm casa, porque impera a fome, porque têm familiares doentes dos quais não podem cuidar… E partem na esperança de encontrar trabalho. Basicamente, porque as necessidades básicas não estão cobertas.

E a partir daí, começaste a tua investigação sobre o cânhamo e o ambiente?
Comecei a questionar-me sobre o que era isto da crise climática e sobre o que faz as pessoas abandonarem as suas casas. E o cânhamo deu-me respostas para tudo, como, por exemplo, a capacidade de isolamento térmico do hempcrete. E foi assim que surgiu este alinhamento dos meus valores com a questão da crise socio-ecológica, quando percebi que nós, seres humanos, temos uma batalha imensa para travar. E foi fascinante, porque o cânhamo continuava a dar-me respostas, mesmo para questões menores. Eu vivia no carro e não tinha frigorífico, pelo que  podia acumular muito pouco. Comecei a perceber que não precisava de tantas coisas e isto mudou-me completamente como pessoa.

A planta encontrou-te, conectou-se contigo e começou a dar-te as respostas que precisavas…
Sim e foi muito engraçado, porque foi sempre de uma forma tão gentil! Nunca se cruzou no meu caminho para criar confusão, só estava sempre ali e eu é que decidi o que fazer com ela. Apesar de ter sido ilegal nos últimos 70 anos, não importa. É esta persistência que me atrai. 

É curioso o que dizes, porque alguns povos e culturas, sobretudo aqueles que usam a canábis como sacramento, dizem que esta planta é uma oferenda dos Deuses ao Homem para nosso benefício. E é verdade que a planta sempre nos acompanhou de uma forma ou outra. Provavelmente, antes do teu primeiro encontro com o cânhamo, ele estava lá, mas tu não tinhas consciência, nem sequer reparavas.
Sim, provavelmente. E o que também me fascina é o percurso pessoal de cada um com a planta: uns levam-na mais para o lado técnico, com tudo o que isso implica; outros mais para a construção; outros para os têxteis. Esta planta tem tantos ângulos possíveis que podemos dedicar uma vida inteira a explorá-la para tentar descobrir tudo o que permite fazer. 

Ainda tens muito para aprender sobre ela?
Sim, completamente. É por isso que continuo a sorrir de lado, porque foi uma loucura ter tentado explicar esta planta em 624 páginas. Sim, é um livro grande…

“O hempcrete é 90% carbono-negativo”

Mas ainda precisavas de mais páginas!
Sim, exatamente. Acho que a primeira versão tinha novecentas e tal páginas. Conseguimos retirar quatrocentas e tal e ficámos todos contentes. Agora estou a reeditá-lo para e-book e tenho de o diminuir para 40% do total. É tão difícil conseguir fazê-lo sendo justa com todas as facetas do cânhamo e alocar espaço suficiente para cada área da planta, sem perder a essência! O livro foi uma tentativa de dar um insight completo de como pode ser usado por nós, a Humanidade, quando falamos das fundações [de qualquer sociedade] – água para beber, casas para morar, educação, uma voz política, igualdade, redes de vizinhança, todas essas coisas que são parte fundamental da nossa existência para poder viver bem. 

O que me chamou a atenção ao folhear o teu livro pela primeira vez e ao ver o índice, é que o organizaste como um glossário. Isto é muito inesperado. E não cobres as letras todas, mas incluíste o D – de Droga.
Sim, muita gente aponta isso: “porque é que puseste um capítulo sobre droga?”. Acho que a indústria me teria chacinado se não incluísse esse capítulo.

Porque é que decidiste fazê-lo?
Alguém me pediu, e também quis provocar o pensamento crítico dos dois lados. Para o público que não sabe nada sobre cânhamo ou canábis, provavelmente esse será o capítulo que vão ler primeiro, porque é o único “porto seguro” que têm neste livro – vai dizer-lhes o que eles já “sabem”, que é “uma droga terrível”. Mas não diz. Antes conta-lhes uma história completamente diferente. O capítulo “D de Droga” é o capítulo de Marrocos, onde conto como o kief [haxixe] faz o seu percurso desde Ketama ou do Riff até os coffeeshops de Amesterdão ou Roterdão. Esta é a base. E depois basicamente lança a pergunta de se temos a noção do que isto provoca, porque para que o kief chegue até nós, é contrabandeado, e normalmente partilha a viagem com muitos dos refugiados. Portanto, temos uma história de sucesso, porque se o haxixe chega aos coffeeshops, algumas pessoas vão ficar exorbitantemente ricas, mas às custas do agricultor de Ketama – que nem sequer recebe dois cêntimos por aquele haxixe vendido por um preço 25 vezes superior nas coffeeshops de Amesterdão. Portanto, quando usamos estas infraestruturas e há tanta injustiça social derivada dos nossos consumos, não é positivo e devemos ter isso em consideração. Também toco no assunto dos bancos de sementes, os “seed genetic seekers” [coletores de sementes de fenótipos  autóctones de cada país] holandeses que chegam lá e o que fazem? Claro que é mais fácil plantar canábis nos vales, onde há grandes rios e até há pouco tempo cultivavam comida, porque o Riff é muitíssimo árido. Portanto eu pego na história de quão marginalizados estão esses agricultores [do Riff], que têm de subornar o Ministério das Florestas para poder cultivar canábis – porque eles também não gostam muito dos cultivadores de canábis visto que também precisam de alguma água. Antigamente, havia uma coexistência pacífica, mas agora há o turismo da canábis, a luta pela água… Só que esses agricultores não podem ter um passaporte, porque são ilegais, portanto os filhos não podem ir à escola porque não existem no papel.

E não podem pedir financiamento ou apoios para, por exemplo, comprar equipamentos tão simples como um computador e um software. E, no entanto, em Amsterdão, onde também é ilegal já agora, estão no outro lado do espectro…
Exatamente. E agora, esses agricultores tradicionais estão a perder, porque o cultivo de canábis está a deslocar-se para o vale, onde já estão os grandes produtores, com máquinas. Ou seja, este desequilíbrio que se criou em Marrocos, nós não fazemos a mínima ideia. E então, o que eu questiono é: e se em vez de cultivar canábis passassem a plantar cânhamo, para construção? Poderiam construir casas boas, com eletricidade, para poderem começar a autossustentar-se.

E achas que o governo deveria apoiar esta transição?
Sim, se fosse o mundo perfeito. Mas há demasiada corrupção… Infelizmente o país funciona muito na base do suborno.

Achas que o cânhamo e a canábis devem ser colocados no mesmo cesto ou deve-se marcar uma diferença clara entre ambos?
Quando comecei e até terminar o livro, era muito estrita em manter a diferença entre cânhamo e canábis, por uma questão de percepção pública, para que finalmente entendam: uma é psicotrópica, a outra não é – portanto não quero perder tempo com essa discussão, de se é droga ou não. Mas entretanto, agora que estou a reescrever o livro para o e-book, quase já não estou a usar o termo “cânhamo”. Passei a usar o termo “canábis industrial”, sobretudo depois de ter participado na Conferência da CND [Commission of Narcotic Drugs] e com a equipa que estive – ativistas muito empenhados na investigação e conhecimento desta planta. Eles abriram-me os olhos para onde é que as coisas podem dar muito errado quando fazemos essa separação entre cânhamo e canábis/marijuana – e canábis medicinal. No fim de contas, tudo se resume a Cannabis Sativa L. e, na verdade, separando, não estamos a ajudar a reclassificar a canábis, porque os políticos não sabem do que estão a falar. Eu estive com lobistas norte-americanos que ainda estão sintonizados no canal do Reefer Madness e fizeram apresentações com crianças sem braços afirmando que “isto é o que acontece quando se fuma canábis”, convictos de que aquilo é a verdade.

Eles sabem que é mentira…
Não. Eu acho que eles acreditam naquilo. Mas eu até tenho dúvidas se aquelas apresentações não violam as regras das próprias Nações Unidas em termos de apresentação de factos e manipulação da informação. E quando perguntei a um se sabia o que era o cânhamo, ele disse-me: “não, o que é isso?”. Portanto a minha única resposta foi: acho que tens um emprego bem pago, investe 150 Euros no meu livro e lê, porque é quase escandaloso. Claro que falar de “canábis industrial” e de canábis pode criar mais confusão, porque alguns podem não ouvir o termo “industrial” no final. Mas as pessoas não são tontas e há muita informação aí. Só têm que assumir a responsabilidade de se educarem sobre o assunto. E também penso que se poderia integrar este tipo de educação nas escolas, em Geografia e Biologia, ter um capítulo sobre cânhamo.

Isso é sonhar muito alto (risos).
Sim, é sonhar alto, mas estamos a falar de construção com cânhamo, por exemplo. Porque não? Qual é o problema de um material de construção feito de cânhamo, com uma pegada de carbono-negativa? Já há algumas escolas que ensinam sobre alterações climáticas, porque não começar a falar-lhes dos materiais que capturam carbono? Eles são os engenheiros, arquitetos e chefes do futuro.

“Há uma diferença qualitativa quando se faz papel a partir da fibra do cânhamo ou do caule – o da fibra é mais resistente e mais reciclável”

Mas há áreas da indústria – do aço, por exemplo – que não têm interesse nisso.
Sim. E é certo que a ciência também tem parâmetros muito restritos mas, por exemplo, eu estive a experimentar com cana-cores, isto é, a obtenção de cor verde a partir de canábis. Sabia como fazer? Não, não fazia ideia! Mas eu sou artista e eu faço o que costumo fazer: experimentar e contactar pessoas do mundo da arte. E colaboraram. Assim aprendi qual o toolkit necessário para começar essa viagem. Se depois vai durar? Não sei! Mas eu tenho essa liberdade como artista.

O teu livro está impresso em papel de cânhamo, mas sei que foi um desafio. Tiveste que desenvolver o papel para poder imprimir as tuas fotografias com qualidade. Como foi este processo?
Uma das coisas que sempre ouvimos sobre o cânhamo é que se podem fazer tantas coisas, sendo o papel sempre o primeiro exemplo. Portanto, nunca imaginei que não houvesse disponível. E acho que em 2016 e 2017, quando houve aquela vaga em que as bibliotecas estavam a digitalizar tudo porque os livros se estavam a desfazer… eu pensei: “Mas que loucura, se temos ainda livros da Antiga China e bíblias feitas de cânhamo que estão em perfeito estado! Há uma diferença qualitativa quando se faz papel a partir da fibra do cânhamo ou do caule – o da fibra é mais resistente e mais reciclável. Mas então, com a Hahnemühle, que está localizada numa reserva natural na Alemanha e produz papel fotográfico de forma sustentável, desenvolvemos um papel especial. Foi um processo complexo, porque a celulose do cânhamo é muito mais granulosa e rija do que a de madeira e entope as máquinas. Mas conseguimos e tenho esperança de que este papel possa competir com o papel normal – que também está tão caro hoje em dia.

Então, é necessário desenvolver equipamento que permita agilizar a produção de papel de cânhamo?
Sim, como se está a fazer com os têxteis. Mas a indústria do papel é influente e depois temos aqueles selos da FSC e etc., e se formos lá ver como tudo isso funciona…

Há uns meses estiveste na Ucrânia a trabalhar no teu documentário sobre o potencial do cânhamo para resolver alguns dos problemas que o país enfrenta devido à guerra. O que é que encontraste lá?
A minha reportagem na Ucrânia surgiu de uma entrevista que fiz ao especialista em construção com cânhamo ucraniano Sergiy Kovalenkov. A pergunta [dele] era: “Como é que nós conseguimos construir de forma ecológica e com pegada de carbono negativa, no meio de uma guerra, enquanto o resto do mundo não o faz em tempos de paz?”. Eu não tinha resposta. E no terreno descobri uma realidade sombria: alarmes de bomba diários, sobretudo durante a noite, o que priva uma nação inteira de sono. Mas fiquei profundamente comovida com a resistência, resiliência e esperança de um povo que está a tentar viver a sua vida normal, enquanto reconstrói firmemente a sua nação. E ver a indústria do cânhamo a surgir das cinzas, pronta para oferecer um método de reconstrução alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [das Nações Unidas], foi um dos momentos mais emocionantes que vivi nos meus oito anos de reportagens nesta indústria.

E como é que vês o teu papel no cânhamo a nível global?
Pessoalmente, acredito que o cânhamo é uma peça importante do quebra-cabeças para uma verdadeira redefinição de um sistema assente numa base ética de justiça social e climática. A minha esperança é conseguir construir relações significativas com as comunidades indígenas, o sul global, e estabelecer ligações dentro das minhas redes, de modo a fazer esta indústria avançar de uma forma inovadora e verdadeiramente sustentável. Honrar os detentores de conhecimento, da indústria e da planta, assim como trabalhar de uma forma verdadeiramente inclusiva ao nível de educação. Espero ver-me com a câmara numa mão e o caderno na outra por muitos anos! (risos).

Veja aqui o Documentário “UKRAINE – Chance for a Green Recovery 12-2023

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Margarita Cardoso de Meneses escreve de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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Margarita é colaboradora permanente do CannaReporter desde a sua criação, em 2017, tendo antes colaborado com outros meios de comunicação especializados em canábis, como a revista Cáñamo (Espanha), a CannaDouro Magazine (Portugal) ou a Cannapress. Fez parte da equipa original da edição da Cânhamo portuguesa, no início dos anos 2000, e da organização da Marcha Global da Marijuana em Portugal entre 2007 e 2009.

Recentemente, publicou o livro “Canábis | Maldita e Maravilhosa” (Ed. Oficina do Livro / LeYA, 2024), dedicado a difundir a história da planta, a sua relação ancestral com o Ser Humano como matéria prima, enteógeno e droga recreativa, assim como o potencial infinito que ela guarda em termos medicinais, industriais e ambientais.

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