Entrevistas
Jürgen Bickel: “Gostaria de ver mais respeito pelos utilizadores recreativos, porque pelo menos metade deles são também utilizadores medicinais”

Jürgen Bickel, co-fundador da Storz & Bickel, formou-se em engenharia civil e carpintaria, mas foi na inovação tecnológica para a canábis que encontrou a sua verdadeira vocação: desenvolver os primeiros vaporizadores de canábis com certificação medicinal no mundo. Ao lado do amigo Markus Storz, criou em 2000 o Volcano, um vaporizador revolucionário que separa o processo de vaporização da inalação, oferecendo maior controlo, segurança e precisão — qualidades essenciais para o uso terapêutico da canábis.
O dispositivo tornou-se um marco na indústria e deu origem a uma linha completa de vaporizadores medicinais certificados, como o Mighty (que é recomendado pelo Infarmed em Portugal para os pacientes de canábis medicinal), o Crafty e, mais recentemente, o Venty.
Natural de Tüttlingen, uma cidade do sul da Alemanha conhecida pela indústria de dispositivos médicos, Bickel lidera a empresa que se tornou uma referência mundial, com certificações em mais de 20 países e presença em 121 mercados. A empresa é hoje sinónimo de qualidade, fiabilidade e inovação, tanto no sector medicinal como no recreativo.
Foi na Spannabis 2025, em Março, em Barcelona, que conversámos com Jürgen Bickel sobre os bastidores da criação do Volcano, a evolução dos dispositivos médicos, o novo vaporizador Venty (que nos ofereceu e iremos testar em breve), os desafios da certificação internacional e a importância do acesso universal a produtos de qualidade.
Como é que, sendo engenheiro, chegou à indústria da canábis e à produção de dispositivos medicinais para as pessoas vaporizarem canábis?
Antes de mais, obrigado por me receberem. Estamos localizados no sul da Alemanha, em Tüttlingen, e a cidade em si é conhecida pela indústria de dispositivos médicos. Desenvolvemos vaporizadores no final dos anos 90, início dos anos 2000. Vimos que as pessoas estavam a utilizar pistolas térmicas para consumir canábis e para nós ficou claro que não é necessário queimar o material para produzir um aerossol e vapor, e que é possível inalar. E, como é óbvio, uma pistola térmica não é um dispositivo médico. Assim, utilizámos este conceito do ar quente, da extracção por convecção do THC, e desenvolvemos o vaporizador Volcano, uma máquina em que os processos de vaporização e inalação são separados através do balão. Também é possível para um doente que outra pessoa produza o vapor no balão e dê o balão ao doente, para que este tenha apenas o balão na mão e não esteja em contacto com electricidade, calor, vidro ou algo do género. Assim, desde o início, era óbvio para nós que este deveria tornar-se um dispositivo médico. Esteve cerca de dez anos no mercado e as pessoas gostavam muito. Depois, foi feito um bom estudo na Califórnia, por Donald Abrams [médico], que provou que o THC entra realmente no sistema, no corpo de doentes saudáveis. Com este estudo, pudemos então avançar para a aprovação do Volcano como dispositivo médico, ter um sistema de gestão da qualidade, ter o dispositivo aprovado de acordo com a lei e com as normas e tornámo-nos o primeiro — e, até hoje, o único —, fabricante de dispositivos médicos para canabinóides no mundo.
O que é que fazia antes de fazer vaporizadores?
Sou engenheiro civil. E carpinteiro! Esta é a minha profissão. E o Markus Storz, que desenvolveu o Volcano, não era um técnico, fê-lo sozinho, sabe? Claro que, nas redondezas da nossa cidade natal, Tüttlingen, com esta indústria clinicamente sábia, temos muitos especialistas e amigos a quem pudemos perguntar: “Qual é a melhor maneira de fazer isto? Qual é o melhor processo para chegar lá?” Portanto, dessa forma, passámos por todo este processo de desenvolvimento. Foi apenas uma pequena ajuda externa e, obviamente, penso que a chave foi também o conceito de balão. No início parecia estranho e até hoje muitas pessoas pensam “Porquê o balão?” Mas é muito útil.
É verdade, a primeira vez que experimentei o balão do Volcano também pensei: “Para quê isto tudo?” (risos)
Sim, sim, mas o conceito é realmente muito convincente, sabe? Como disse, a separação dos processos de vaporização e inalação, e depois a reprodutibilidade. É sempre o mesmo fluxo de ar, o mesmo calor, o mesmo material, e tem também um tipo de medição. É sempre um balão, dois balões, três balões, e sabe-se exactamente a dosagem. Portanto, todas estas coisas são muito benéficas.
O que me lembro também dessa experiência foi o sabor e a sensação de não estar a inalar o fumo; sentir os terpenos, o aroma… Para mim, de facto, foi algo revolucionário.
Sim, sim. Eu diria que sim, também. E, na verdade, uma das principais coisas interessantes da vaporização é o sabor. Sabe quase como cheira, tem claramente os terpenos no interior. Se as pessoas voltarem a experimentar fumar normalmente, talvez seja fácil, mas não é muito agradável; não sabe bem. Temos toda aquela combustão, o fumo na sala, em todo o lado. A vaporização é muito limpa, tem um sabor muito bom. E se estivermos dentro de casa, não cheira muito mal. Passados alguns minutos, já desapareceu. Portanto, é óbvio que estes são realmente benefícios muito claros para o doente.

Markus Storz e Jürgen Bickel, os dois fundadores da Storz & Bickel. Foto: D.R.
Mas como é que o Jürgen e o seu amigo, Markus Storz, tiveram a ideia de fazer vaporizadores de canábis? Já fumavam canábis, nessa altura?
Sim, já tínhamos alguma experiência com canábis. E foi o Markus Storz, o meu sócio, que realmente impulsionou a ideia no início — e ele era um não-fumador. E se não se é fumador (na Europa há este hábito estranho de as pessoas misturarem a canábis com tabaco e até com nicotina) então usa-se pura; mas mesmo pura, continua a ser fumada e, sendo não-fumador, porque é que se há-de querer fumar??? Depois, surgiu esta pistola térmica pela primeira vez, em Amesterdão, com o Eagle Bill a utilizá-la num bongo, mas o conceito era claro: não é preciso queimar o material. Quer dizer, cientificamente, o THC na planta é THC-A. É preciso transformá-lo, é preciso descarboxilá-lo e isso é feito pelo calor. Pode ser feito queimando-o num charro, mas também pode ser feito indo até aos 180 graus, abaixo do ponto de combustão da celulose, que é de 230 graus, e há então ali uma janela entre os 180 e os 230 graus, em que funciona — e é por isso que o controlo da temperatura destes aparelhos é tão importante. Assim, só se obtém este bom sabor com a temperatura exacta. Se a temperatura flutuar demasiado, na parte de cima está a funcionar e na parte de baixo não funciona. Por isso, a temperatura exacta é fundamental. A característica comum dos nossos aparelhos é que todos eles têm um controlo de temperatura muito exacto, o que proporciona um sabor muito agradável.
Isso é algo que investigaram e desenvolveram para todos os vossos vaporizadores, manter a temperatura estável para um melhor efeito?
Exactamente. Este é o núcleo de cada dispositivo. O núcleo é o aquecedor. E depois há a questão, claro, de como aquecemos o ar: é por convecção, e não por condução; não aquecemos uma placa. Há muitos aparelhos por aí que aquecem apenas uma placa; esses são vaporizadores de condução. Chamamos-lhe ‘o princípio da frigideira’, mas este modo de aquecimento não oferece um bom controlo da temperatura. Por isso, primeiro, precisamos de aquecer o ar, depois temos de ver qual é o fluxo de ar, quanto queremos realmente ingerir. Claro que, fora do balão, não há resistência. Com outros dispositivos, temos resistência, e com o nosso dispositivo mais recente, o Venty, a resistência é muito baixa. Mas, claro, se quisermos ter muito fluxo de ar e a temperatura exacta, precisamos de muita energia para aquecer esse ar e isso determina o tamanho dos dispositivos, porque com o Venty ou com o Mighty, precisamos de duas baterias; uma não é suficiente. Temos energia suficiente disponível para ter um bom desempenho.
Eu acho que experimentei o Volcano há cerca de 20 anos. Nessa altura, só existia este, não era? Quando é que desenvolveram os dispositivos mais portáteis?
O Volcano celebra este ano o 25º aniversário. 25 anos! Vamos ter uma edição especial a sair em breve. E sim, no início era apenas o balão e depois desenvolvemos um dispositivo móvel, em 2014. Portanto, nos primeiros 14 anos era apenas o Volcano. Fizemos primeiro o Volcano, depois o Volcano Digit, depois tivemos o sistema Easy Valve e, em seguida, o dispositivo Volcano Hybrid, adequado para quem sofre de asma. E depois de tudo isso, trouxemos o Mighty e o Crafty, em 2014.
Quando começou a empresa com o seu sócio, alguma vez imaginou que a Storz & Bickel se tornaria tão grande?
Não, não, nunca! E os nossos sonhos no início eram muito modestos. Lembro-me de quando tínhamos o objectivo de vender cem Volcanos num mês e hoje fazemo-lo em menos de um dia! E, por exemplo, no ano passado enviámo-lo para 121 países em todo o mundo, por isso também é bom estarmos tão presentes a nível global — e a canábis estar tão presente a nível mundial. Independentemente da situação legal, as pessoas estão a consumir canábis em todos os lugares do mundo – recreativa, medicinal, não importa, mas é realmente um fenómeno ou cultura global.
Tem ideia de quantas pessoas consomem canábis para fins medicinais e quantas consomem para fins recreativos?
Penso que é difícil fazer essa distinção. Há um uso recreativo que depois pode ser realmente um uso medicinal. Vemos muitas pessoas, que são consumidoras de longa data, que talvez sejam um pouco hiperactivas ou que, por alguma razão, funcionam melhor com a canábis. Então, aí trata-se de uma utilização medicinal ou de uma utilização recreativa? Nem sempre é muito claro. Por isso, não gosto muito de fazer essa diferenciação. É muito, muito difícil. E também penso que se olharmos para os nossos dispositivos, para a certificação de dispositivos médicos, ou se olharmos para o sistema na Alemanha, onde a qualidade da canábis é GMP [Boas Práticas de Fabrico], também os utilizadores recreativos devem ter o mesmo direito, tal como um utilizador medicinal, em termos de qualidade do material, em termos de qualidade dos dispositivos, de como os utilizar. Não existe uma verdadeira razão para dizer ‘isto é para uso recreativo’. Então, porque não as normas GMP também para os utilizadores recreativos? Por que é que isso não é aprovado? Por que é que todos eles estão a usar os pulmões, em última análise, para introduzir THC no sistema? Por isso, gostaria de ver mais respeito pelos utilizadores recreativos, porque pelo menos metade deles são também utilizadores medicinais.
Os dispositivos médicos da Storz & Bickel também são GMP? Não existem muitos assim.
Pois não, não há muitos. Claro que, em termos de dispositivos médicos, não se trata de GMP. As normas GMP são para o material em si, para a canábis em si. [Para os dispositivos] é a ISO 13485, uma certificação médica. Há algumas pessoas que experimentaram, mas não se pode comprar. Não se consegue encontrar. Se olharmos para a Austrália, para o Canadá, para a Alemanha, a única certificação disponível é a nossa. Todos os outros também são usados, mas não são aprovados. Por isso, para nós, seria bom que mais pessoas enveredassem por esse caminho e dessem essa qualidade certificada aos seus clientes.
Tem uma ideia de quantas autoridades médicas de países recomendados já recomendam estes dispositivos para os doentes?
Não tenho um número exacto, mas muitas delas estão a fazê-lo e, por vezes, até têm dificuldades em fazê-lo, porque sendo a única eles não querem favorecer uma só empresa. Mas não temos culpa de ser a única. Temos a certificação na União Europeia, na Austrália, em Israel, no Canadá, na Nova Zelândia. Neste momento, estamos a trabalhar na Tailândia e na África do Sul, os novos dois países que podem vir a surgir. E nos EUA, nunca se sabe o que eles fazem. Depende sempre dos regulamentos locais e se é possível obter esta aprovação, mas, claro, mantemos este nível, queremos ter este respeito para com o cliente, de que fornecemos, efectivamente, uma qualidade certificada.
Jürgen, se não estivesse a fazer isto, o que faria?
Antes de começar a fazer isto com o Markus, eu era engenheiro civil. Trabalhava na América do Sul em projectos de desenvolvimento para abastecimento de água potável e sistemas de tratamento de águas residuais. Era esse o meu trabalho na altura, por isso o mais provável é que trabalhasse algures a cuidar de pessoas, a arranjar água potável para beber.
Depois de ter conquistado o mundo com a Storz & Bickel, acha que alguma vez voltará à engenharia civil?
Oh, não, acho que não!
É mais divertido fazer isto do que ser engenheiro?
Quero dizer, ser engenheiro também pode ser muito satisfatório. E, claro, neste dispositivo médico, no nosso vaporizador, há muita engenharia envolvida, por isso o aspecto técnico continua a ser muito importante. Penso que o que é muito, muito satisfatório é estar aqui numa feira comercial. O feedback que recebemos das pessoas é realmente muito positivo; há muitas pessoas que vêm cá, a agradecer, a dizer que mudou as suas vidas, que deixaram de fumar nicotina. E muitas pessoas estão a confiar no dispositivo e estão muito felizes. E toda a gente mostra que tem este aparelho. Há meia hora, esteve aqui um tipo que o comprou em 2015, ou seja, há 10 anos, e ainda o está a usar, por isso é muito, muito satisfatório estar aqui e receber este feedback.

Jürgen é presença assídua nos stands da Storz & Bickel, onde recebe e fala pessoalmente com os clientes. Aqui, na Spannabis 2025, em Barcelona. Foto: Laura Ramos | CannaReporter®
É óbvio que a situação global da canábis está a mudar todos os dias. Sei que, quando começou, a situação era muito diferente. Se pudesse decidir, o que gostaria de ver com a legalização da canábis em todo o mundo ou, pelo menos, com a aceitação da canábis como planta medicinal?
O mínimo seria a descriminalização. Não faz sentido pôr as pessoas na cadeia por causa da posse de canábis. Penso que o mínimo que se pode fazer é seguir o modelo alemão: pelo menos, cultivar por meios próprios e não ser considerado um estupefaciente, a possibilidade de criar um clube social e, claro, deveríamos ter lojas disponíveis, que as pessoas pudessem experimentar e em todas as formas, em concentrado, comestível, a própria flor seca… Pessoalmente, sou um fã óbvio da flor seca. Quanto menos processada for a canábis, melhor será – porque nestes concentrados e nestas coisas, nunca se sabe bem o que lá está. E devia estar disponível, devia ser uma escolha do cliente. A única coisa importante é que todos os que fornecem canábis às pessoas forneçam um material limpo, muito bem produzido e muito saudável. Assim, de um modo geral, penso que, nos últimos 25 anos, o desenvolvimento foi sempre na direcção certa. Não se registaram retrocessos. Primeiro foi medicinal, depois recreativo, por isso, penso que isto é muito positivo e espero que cada vez mais países, depois de a Alemanha, o Canadá, etc, o terem feito, o façam igualmente.
Penso que ainda há muito espaço para a Storz & Bickel continuar a crescer em todo o mundo, mas se calhar um dia vai querer reformar-se e talvez queira descansar, mais do que ir frequentemente a feiras como esta. O que gostaria de fazer quando tivesse mais tempo para si?
Neste momento, não penso muito na reforma. Por um lado, ainda gosto de estar activo e ainda temos ideias para o que queremos fazer. Por outro lado, é claro que gosto de andar de bicicleta e de viajar, mas também viajo pelo mundo com a canábis e com este trabalho, por isso, de momento, não estou ansioso por me reformar.
Não faz muitos planos para o futuro, está mais focado no momento presente?
Sim, pelo menos tento, e tento sempre planear apenas até ao ano seguinte. Um ano é um bom horizonte, hoje em dia; há alguns anos, talvez se pudesse planear a três ou cinco anos, mas hoje as coisas estão a mudar tão depressa e tão profundamente, que acho que é preciso pensar ano após ano.
Este ano, na Spannabis, têm o Venty, um dispositivo totalmente novo. Qual é a inovação que este novo dispositivo traz aos consumidores?
A primeira é que é uma tecnologia de aquecimento completamente nova; é um aquecedor rápido. Temos um tempo de aquecimento de 20 segundos, por isso é muito rápido. E a segunda é ter um fluxo de ar muito maior. Se olharmos para o Mighty ou o Crafty, temos um fluxo de ar de 10 litros; aqui, temos um fluxo de ar de 20 litros e, assim, a resistência a puxar o fumo é muito baixa e produz um vapor muito agradável. Portanto, é definitivamente o melhor vaporizador para flor seca disponível actualmente.
Também é um pouco mais pequeno do que o Mighty, pelo que pode ser mais portátil.
Sim, é um pouco mais pequeno em termos de formato, mas pode sempre ser mais pequeno. É claro que também estamos a tentar trabalhar para o tornar um pouco mais prático, mas se for mais pequeno, também terá apenas uma bateria e a sua duração será menor. Como sempre, tudo tem vantagens e desvantagens.
Tencionam lançar dispositivos mais pequenos no futuro?
Sim, estou muito confiante que, durante este ano, provavelmente no Outono, apresentaremos algo novo.
Então, podemos esperar algumas novidades em breve?
Sim!
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação do 21º Governo Português. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “Say What? Lisbon” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e coordenadora da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
