Ciência
CannValue: Consórcio Português investe 2,33 milhões para investigar processos de extracção mais sustentáveis

Um consórcio liderado pela Portocanna, em parceria com o ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade, a Universidade de Aveiro e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), está a desenvolver o projecto CannValue, uma iniciativa financiada pelo programa Portugal 2030 que visa investigar e desenvolver novos processos de extracção de canábis medicinal, mais eficientes e sustentáveis. Com um investimento total de 2,33 milhões de euros, dos quais 73% são co-financiados por fundos públicos, o CannValue tem como meta criar cinco produtos inovadores num prazo de 36 meses, contribuindo para a diversificação da oferta num sector altamente regulamentado.
A PortoCanna S.A., anunciou o arranque oficial do projeto CannValue – Investigação e desenvolvimento de novos processos para valorização da biomassa remanescente após a extração. O projeto, cofinanciado pelo programa COMPETE 2030 / União Europeia, representa um passo decisivo na otimização do aproveitamento integral da planta da canábis e na consolidação de um modelo de economia circular no setor. O CannValue surge como resposta à crescente exigência de padrões de qualidade e segurança na indústria da canábis medicinal, propondo-se não só a melhorar os processos de extracção, mas também a valorizar a biomassa remanescente do processo produtivo, promovendo uma abordagem de economia circular. Esta valorização inclui a investigação de novas aplicações e saídas comerciais para subprodutos, reduzindo o desperdício e aumentando a rentabilidade da cadeia de produção.
Sobre o projecto
Com início em setembro de 2024 e duração de 36 meses, o CannValue é liderado pela PortoCanna S.A. e desenvolvido em estreita colaboração com parceiros científicos de excelência: o IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a Universidade de Aveiro, o ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade e o iBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica.
O projeto tem como objetivo principal a valorização da biomassa remanescente após extração rica em canabinóides de interesse terapêutico. Através do CannValue , a PortoCanna pretende desenvolver novas aplicações inovadoras que permitam a valorização da biomassa, nomeadamente para a saúde animal, com destaque para a suplementação de peixes em aquacultura.
A iniciativa integra também o desenvolvimento de processos mais eficientes de extração, estabilização e preservação do óleo de canábis, promovendo ganhos de qualidade e eficiência na produção. No total, prevê-se a criação de 6 novos processos e 5 produtos inovadores, com elevado potencial de aplicação industrial.
Em comunicado enviado ao CannaReporter pela PortoCanna, “o CannValue reforça o compromisso da PortoCanna com a inovação, a sustentabilidade e a criação de valor ao longo de toda a cadeia produtiva da canábis medicinal”, afirma Maria Paulo, Chief Scientific Officer & Head of Labs PortoCanna. “Acreditamos que este projeto marcará um ponto de viragem na forma como a biomassa da canábis é encarada e aproveitada, contribuindo para uma indústria mais eficiente, circular e ambientalmente responsável.”
Os parceiros do consórcio
O ISQ, através das suas competências técnico-científicas, terá um papel relevante nas áreas de ensaios de estabilidade, segurança de produto, avaliação de sustentabilidade e análise do ciclo de vida dos novos derivados de canábis. “O projecto CannValue representa um caminho claro e estruturado para alcançar resultados de inovação tangíveis e mensuráveis”, afirma Cristina Ascenço, gestora de programas de I&D no ISQ, destacando a importância do alinhamento com os princípios do desenvolvimento sustentável.
Paralelamente, a Bluestabil, empresa do Grupo ISQ, reforça o seu posicionamento como referência no sector, ao disponibilizar infraestruturas certificadas pelo Infarmed para armazenagem de canábis medicinal em condições climáticas ICH. Esta valência garante aos parceiros do projecto a realização de estudos de estabilidade em condições ideais, assegurando a conformidade legal e a qualidade dos produtos ao longo do tempo. A Bluestabil oferece assim um apoio essencial aos produtores e investigadores de canábis medicinal, como descrito na nota oficial do ISQ.
Do lado da academia, a Universidade de Aveiro, através do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, contribui com conhecimento na área da química sustentável e valorização de biomassa, reforçando a componente científica do consórcio. Já o IPMA acrescenta a sua experiência em metodologias de avaliação ambiental e recursos naturais, conforme descrito na página do CannValue no portal institucional do IPMA, numa perspectiva multidisciplinar essencial à natureza transversal da iniciativa.
O CannValue não só representa uma aposta clara na investigação e inovação nacional, como demonstra a capacidade de articulação entre indústria, ciência e entidades públicas para posicionar Portugal como referência internacional na canábis medicinal. A sua implementação poderá abrir caminho a novas oportunidades comerciais e científicas, ao mesmo tempo que promove práticas mais sustentáveis e integradas nesta indústria.
Para mais detalhes técnicos sobre o projecto pode consultar a ficha de apresentação oficial do CannValue.
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Artigo editado no dia 27/05/2025 às 12:10, incluíndo as informações do comunicado enviado pela PortoCanna S.A.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Sou um dos directores do CannaReporter, que fundei em conjunto com a Laura Ramos. Sou natural da inigualável Ilha da Madeira, onde resido actualmente. Enquanto estive em Lisboa na FCUL a estudar Engenharia Física, envolvi-me no panorama nacional do cânhamo e canábis tendo participado em várias associações, algumas das quais, ainda integro. Acompanho a industria mundial e sobretudo os avanços legislativos relativos às diversas utilizações da canábis.
Posso ser contactado pelo email joao.costa@cannareporter.eu
