Internacional
INCB elege nova presidente Sevil Atasoy, uma conhecida opositora à legalização da canábis

O International Narcotics Control Board (INCB) das Nações Unidas (UN) elegeu Sevil Atasoy como nova presidente, numa sessão realizada a 22 de Maio de 2025, em Viena, tornando Sevil a primeira cidadã turca a ocupar tal posição e a única a ser eleita três vezes para o cargo. Mas, apesar do seu prestígio internacional e das contribuições relevantes na área forense e no controlo de drogas, Sevil Atasoy também enfrenta críticas, principalmente pela sua rigidez no que respeita a substâncias controladas, entre as quais a canábis.
Criado em 1961 para supervisionar o cumprimento das convenções globais de controlo de drogas, o INCB promove o acesso seguro a medicamentos essenciais e o combate ao tráfico ilícito.
Na abertura da 143ª sessão, a 20 de Maio, o Comité Permanente de Estimativas fez a revisão das quantidades de substâncias controladas solicitadas por governos para fins medicinais, científicos e industriais, garantindo o equilíbrio entre disponibilidade e prevenção de desvios para o mercado ilícito.
No dia 22 de Maio, foram eleitos os novos membros, com mandato de um ano: H. H. Sevil Atasoy (presidente), N. Larissa Razanadimby (primeira vice-presidente), Pierre Lapaque (segunda vice-presidente e Chair do Comité de Estimativas) e Cornelis P. de Joncheere (relator).
Foram também escolhidos os oficiais César T. Arce Rivas (vice-chair do Comité de Estimativas), David T. Johnson (chair do Comité de Finanças e Administração), Sawitri Assanangkornchai, Galina Korchagina, Lin Lu e Jagjit Pavadia como membros do Comité de Estimativas e, em alguns casos, do Comité de Finanças.
O presidente cessante, Prof. Jallal Toufiq, agradeceu a confiança dos membros do Conselho e o apoio dos Estados-Membros ao longo do último ano, destacando a importância da cooperação internacional.
Quem é Sevil Atasoy?
Sevil Atasoy é Professora universitária e uma renomeada cientista forense turca, reconhecida internacionalmente pelas suas contribuições nas áreas de medicina legal, toxicologia, genética forense e políticas de controle de drogas.
Nascida em Istambul em 25 de fevereiro de 1949, Sevil Atasoy completou seus estudos na Deutsche Schule Istanbul e na Faculdade de Química da Universidade de Istambul. Posteriormente, obteve o seu doutoramento em Ciências Médicas na Faculdade de Medicina Cerrahpaşa da mesma universidade, especializando-se em bioquímica. Ao longo da sua carreira académica, foi professora e orientadora de mais de 50 teses de mestrado e doutoramento nas áreas de bioquímica e ciências forenses.
Entre 1980 e 1993, Sevil Atasoy presidiu ao Departamento de Análises Químicas do Instituto de Medicina Legal da Turquia. De 1987 a 2005, foi directora do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Istambul. Além disso, actuou como perita em tribunais civis e criminais desde 1980. A sua experiência internacional inclui bolsas de estudo e posições de visitação em instituições renomeadas, como o FBI, o Instituto Criminal da Califórnia e universidades nos Estados Unidos e na Alemanha.

Sevil Atasoy é conhecida pelos seus programas forenses na televisão turca
Atasoy foi membro do INCB nos períodos de 2005 a 2010 e de 2017 a 2022, sendo reeleita para o período de 2022 a 2027. Durante a 143ª sessão da INCB, a 22 de Maio de 2025, foi eleita presidente da Junta para um mandato de um ano, tornando-se a primeira cidadã turca a ocupar tal posição.
Além da sua carreira académica e profissional, Sevil Atasoy é conhecida pelo seu trabalho nos Media, onde popularizou a ciência forense na Turquia. Foi narradora da série de televisão “Kanıt” (Evidência), transmitida entre 2010 e 2013, onde apresentou casos reais e explicou técnicas forenses, sempre com a frase “Não existe crime perfeito”. Também apresentou programas como “Crime and Evidence” na CNN Türk e “Bizarre Works” na HaberTurk.
Incluída na lista das 23 cientistas forenses femininas mais famosas do mundo, ocupando a 14ª posição, Atasoy é a única turca a figurar nesse ranking . O seu trabalho contribuiu significativamente para o desenvolvimento de laboratórios forenses e processos de colecta de evidências na Turquia.
Críticas ao posicionamento da nova presidente do INCB
Apesar do seu prestígio internacional e das contribuições relevantes na área forense e controle de drogas, Sevil Atasoy também enfrenta críticas, principalmente por manter uma postura rígida e rigorosa na fiscalização e controle de substâncias consideradas ilícitas. Activistas, investigadores e defensores da reforma das políticas de drogas vêem-na como demasiado fechada e conservadora, ao não reconhecer plenamente os benefícios medicinais e sociais de substâncias como a canábis.
Atasoy tem-se oposto à legalização ou descriminalização de substâncias como a canábis, defendendo a sua proibição, mesmo para usos medicinais, em conformidade com a Convenção Única sobre Estupefacientes de 1961. Essa postura é vista por muitos como um obstáculo ao avanço de políticas públicas baseadas em evidências científicas e direitos humanos. Organizações como a Comissão Global de Políticas de Drogas e a Rede Latino-Americana de Justiça e Drogas têm criticado o INCB pela sua falta de flexibilidade e por não considerar as realidades locais e os avanços científicos na abordagem do uso de substâncias.
Acusações de falta de transparência
O INCB também é alvo de críticas pela sua falta de transparência e mecanismos de participação. Relatórios da London School of Economics apontaram que o INCB é uma das entidades mais fechadas do sistema das Nações Unidas, com processos deliberativos que não são acessíveis a organizações não governamentais ou ao público em geral. Essa falta de abertura é vista como um desafio para a legitimidade da instituição e para a eficácia de suas políticas.
Como membro da INCB, Atasoy está no centro dessas controvérsias. A sua defesa de políticas rigorosas de controle de substâncias pode ser vista como desactualizada por aqueles que advogam por abordagens mais progressistas e baseadas em saúde pública. Essas críticas reflectem um debate mais amplo sobre a eficácia e a justiça das políticas internacionais de controle de drogas e o papel da INCB nesse cenário continua a ser um ponto de discussão crucial nos tempos que correm.
____________________________________________________________________________________________________
[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
O que fazes com 3€ por mês? Torna-te um dos nossos Patronos! Se acreditas que o Jornalismo independente sobre canábis é necessário, subscreve um dos níveis da nossa conta no Patreon e terás acesso a brindes únicos e conteúdos exclusivos. Se formos muitos, com pouco fazemos a diferença!
