Roger Nakazawa: “Prevê-se que os canabinóides e a canábis serão cada vez mais utilizados no Japão, principalmente na área médica”

Roger Nakazawa, CEO da Asabis, é um dos principais organizadores da exposição e conferência CBD Journey & CannaCon 2023, que se realizam hoje e amanhã em Tóquio, no Japão. Reconhecendo o potencial e os desafios do CBD e do cânhamo, Nakazawa fundou o CBD Club e a Asabis Inc., dedicando-se a construir as infra-estruturas da indústria de CBD e cânhamo no seu país.

Nasceu em Kyoto e cresceu em Tóquio, tendo-se formado na Faculdade de Economia da Universidade Hitotsubashi. Consultor de saúde em sauna e SPA, Nakazawa trabalhou também em várias empresas de tecnologia no Japão e na América do Sul, como responsável por novos negócios.

Posteriormente, criou uma empresa focada em marketing internacional e, ao mesmo tempo, assumiu o cargo de presidente da subsidiária japonesa de uma empresa francesa de TI. Actualmente, Roger Nakazawa está envolvido na gestão como consultor e direcciona a maior parte das suas energias para o sector do CBD e do cânhamo, estando à frente da organização do Volume 5 da CBD Journey, que mais uma vez se alia à CannaCon para mostrar as potencialidades do cânhamo e do CBD no Japão.

Enviámos algumas questões a Roger Nakazawa, para perceber um pouco melhor a situação do CBD e do cânhamo no Japão.

Como está a situação do cânhamo no Japão? Quanto é que o país está a cultivar e a produzir, aproximadamente?
Depois de ter sido proibido pela Lei de Controle da Canábis após a II Guerra Mundial, o número de produtores de cânhamo tem diminuído ano após ano e actualmente restam apenas cerca de 30. O cânhamo produzido hoje no Japão é usado principalmente para cerimónias religiosas em santuários. No entanto, devido a uma recente alteração à Lei de Controlo da Canábis, este mês, prevê-se que as autorizações de cultivo de cânhamo sejam mais fáceis de obter no futuro.

O CBD é legal no Japão? Está disponível em lojas de rua?
O CBD derivado de sementes ou caules de cânhamo é legal. No entanto, na alteração à Lei de Controlo da Canábis que foi aprovada este mês, espera-se que o CBD se torne legal, independentemente da parte da planta de onde é derivado. Quanto ao CBD a partir de sementes ou caules de cânhamo, surgiu uma variedade de produtos e tornaram-se disponíveis para compra em lojas de departamentos, lojas especializadas em CBD e lojas de cosméticos. Este é o mapa do cenário da indústria CBD que actualizamos a cada semestre.

Que tipo de produtos conseguem fazer com essas partes do cânhamo e quais empresas que estarão presentes na exposição?
Embora as matérias-primas sejam principalmente provenientes do exterior, empresas japonesas produzem produtos de CBD, roupas à base de cânhamo e alimentos à base de cânhamo, como óleos de sementes de cânhamo, proteína e um tempero tradicional japonês chamado “Shichimi”. Na CBD Journey & CannaCon 2023 deste ano haverá mais de 100 empresas com foco central no CBD. Aqui está uma lista de empresas participantes.

Como espera que a situação da canábis medicinal evolua no país?
Com a alteração legislativa deste mês, a preparação derivada do CBD chamada Epidiolex foi reconhecida como medicamento. A partir desta alteração, muitas empresas grandes e internacionais começaram a concentrar-se no mercado japonês e nas colaborações com o nosso país. Prevê-se gradualmente que os canabinóides e a canábis serão cada vez mais utilizados no Japão, principalmente na área médica.

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Laura Ramos

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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação do 21º Governo Português. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “Say What? Lisbon” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e coordenadora da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

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