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Portugal: Nova apreensão de canábis em Grândola expõe mais uma operação ilegal de tráfico disfarçada de instalação medicinal

No âmbito da operação de combate ao tráfico de estupefacientes, a Polícia Judiciária (PJ) apreendeu hoje mais de 2.200 quilos de folhas de canábis numa empresa em Grândola, no distrito de Setúbal. Apesar de não ter sido revelada a identidade da empresa, o estabelecimento em questão alegou que operava na produção de canábis medicinal, mas os investigadores suspeitam que, na verdade, fornecia canábis a redes criminosas para o mercado ilícito.
A operação, conduzida pela Directoria do Sul da PJ em coordenação com o Infarmed (autoridade reguladora dos medicamentos e produtos de saúde em Portugal), surgiu na sequência de investigações em curso relacionadas com o tráfico ilícito de droga. Segundo as declarações oficiais, o local de produção fazia parte de uma rede mais vasta de distribuição de estupefacientes em todo o país e, potencialmente, além-fronteiras.
Foi confirmado por um porta-voz da PJ que o estabelecimento, localizado numa zona rural de Grândola, não estava a funcionar de forma transparente, dentro do quadro legal esperado dos produtores de canábis licenciados. O relatório da polícia destaca as preocupações fundamentais em relação a irregularidades e violações dos regulamentos relativos à canábis medicinal.
Esta apreensão substancial surge na sequência de uma apreensão anterior, ocorrida a 17 de Junho, durante a qual quatro indivíduos — três homens e uma mulher com idades compreendidas entre os 25 e os 45 anos — foram detidos em Grândola e Lagoa, no Algarve. Todos os suspeitos eram estrangeiros e foram detidos com:
- 20 quilos de haxixe;
- Cristais de MDMA;
- Mais de €20,000 em dinheiro;
- Equipamento para prensar hash, embalar a vácuo, dosear e etiquetar as substâncias.
Após as detenções, os suspeitos foram sujeitos a prisão preventiva, enquanto as autoridades prosseguiam a investigação sobre o âmbito total da operação.
Apesar de a instalação se apresentar como um local de cultivo legítimo de canábis medicinal, a realidade era manifestamente outra. Segundo as autoridades policiais, o objectivo não era o uso terapêutico, mas sim o fornecimento de grandes quantidades de substâncias ilegais a redes de crime organizado.
Este caso evidencia os desafios associados à regulamentação da produção de canábis em Portugal, onde a distinção entre uso medicinal e tráfico ilícito pode, por vezes, ser manipulada por indivíduos envolvidos em actividades criminosas. A utilização de operações com aparência de licenciadas como fachadas para a distribuição ilegal exige um controlo mais rigoroso e verificações de conformidade mais rigorosas por parte de autoridades como o Infarmed.
Verifica-se que, apesar da progressividade de Portugal na descriminalização e regulamentação das drogas, o incidente em questão evidencia a capacidade das empresas criminosas de explorar as zonas cinzentas da lei para mascarar as suas operações.
O caso encontra-se actualmente sob a competência do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Faro. A PJ sublinhou que a investigação está longe de estar concluída, afirmando que o objectivo é mapear completamente a rede criminosa, identificar cúmplices adicionais e avaliar a escala da distribuição de droga através das fronteiras.
As autoridades continuam a analisar os materiais apreendidos e a seguir as transacções financeiras para identificar a logística e o financiamento por detrás da actividade ilegal.
A apreensão maciça de canábis em Grândola evidencia que a aplicação rigorosa da lei e a vigilância regulamentar são imperativas para prevenir abusos no âmbito da canábis medicinal em Portugal.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Com formação profissional em desenho técnico CAD (2D e 3D), João Xabregas é activista e defensor de todos os usos e aplicações da canábis. Encontrou e entrou no mundo canábico ainda durante os seus tempos de juventude, onde ganhou especial interesse pelo cultivo da planta, o que o levou a uma jornada de auto-aprendizagem pelo mundo da canábis que ainda continua nos dias de hoje. As suas aventuras ligadas ao cultivo de canábis iniciaram-se com o mesmo objectivo de muitos outros: poder garantir a qualidade e eliminar quaisquer possíveis riscos para a sua saúde daquilo que consumia, bem como evitar quaisquer tipos de dependências do mercado ilícito. No entanto, rapidamente passou a encarar o mundo da canábis e tudo o que a ela diz respeito com um olhar bastante diferente. Assume a enorme paixão que nutre pela planta mais perseguida do mundo e sobre a qual está sempre disposto a escrever e a ter uma boa conversa.
