Ciência
Ciência revela segredo para enrolar o charro perfeito

Existem mais de 209 milhões de utilizadores de canábis em todo o mundo e tanto os recreativos como os medicinais estão cada vez mais curiosos sobre como melhorar a sua experiência de fumar. Um estudo científico lança luz sobre um aspecto intrigante do consumo de canábis: a forma como a construção de um cigarro de canábis, vulgo ‘charro’ afecta a libertação de ingredientes activos como o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol). Embora existam muitos métodos de consumo, o fumo tradicional continua a ser o mais popular, preferido por cerca de 70% dos utilizadores. Recorrendo a ferramentas de investigação avançadas, os cientistas exploraram a química subjacente ao consumo de ‘charros’ para descobrir a melhor forma de os enrolar.
O papel da concentração de canabinóides no consumo de canábis
Muitos utilizadores de canábis acreditam que quanto maior for a concentração de THC, mais forte será o efeito. No entanto, os investigadores descobriram que a intensidade do efeito não depende apenas dos níveis de THC. Em vez disso, a forma como um charro é enrolado é fundamental para determinar a quantidade de compostos activos que chegam à boca do fumador.
À medida que o mercado da canábis se expande globalmente — actualmente com mais de 209 milhões de utilizadores — a normalização dos produtos tornou-se crucial. As empresas de canábis legal estão a trabalhar para garantir que os consumidores saibam exactamente o que estão a comprar, medindo com precisão os níveis de canabinóides e detectando eventuais contaminantes. Embora existam muitos métodos de consumo, o fumo tradicional continua a ser o mais popular, preferido por cerca de 70% dos consumidores de canábis, segundo um inquérito do governo canadiano de 2022.
A ciência por trás da construção de charros
No centro deste estudo está o mecanismo básico de funcionamento de um charro. Os charros são dispositivos simples, mas fascinantes: contêm canábis moída dentro de papel de enrolar, que canaliza o fumo da ponta acesa para a boca do utilizador. Quando o ‘charro’ é aceso, são libertados canabinóides em forma gasosa, que são depois arrastados através do material solto.
Markus Roggen, presidente e director científico da Delic Labs, liderou esta investigação para aprofundar a química do consumo de charros. A sua equipa testou charros feitos de canábis com diferentes tamanhos de partículas num simulador de ciclo de fumo, a fim de compreender como diferentes factores influenciam a libertação e o fornecimento de canabinóides.
Como o tamanho das partículas afecta a administração de canabinóides?
Para encontrar a configuração ideal, os investigadores realizaram experiências com canábis moída em partículas com um, três e cinco milímetros de diâmetro. Enrolaram 0,5 gramas de cada amostra em cones pré-enrolados disponíveis no mercado. Os cones foram depois ligados a uma máquina de fumar, que simulou seis inalações de três segundos cada. Os filtros recolhiam os aerossóis em diferentes fases do consumo do charro para analisar os níveis de canabinóides.
As conclusões foram reveladoras:
- Partículas mais pequenas para uma intensidade máxima:
Os charros com partículas de 1 mm apresentaram a maior concentração de canabinóides por inalação. As partículas mais pequenas expuseram uma área de superfície maior à chama, resultando numa combustão mais rápida e eficiente.
- Partículas maiores para uma maior longevidade:
Embora as partículas de 5 mm proporcionem um fornecimento menos intenso de canabinóides, queimam mais lentamente, criando um charro mais duradouro.
- O sabor e a intensidade variam ao longo do tempo:
O estudo revelou que os terpenos, que contribuem para o sabor da canábis, são mais proeminentes no início do charro. Por outro lado, a maior concentração de canabinóides é fornecida no final.
Diferenças entre a administração de THC e CBD
Curiosamente, o estudo encontrou diferenças significativas no fornecimento de THC e de CBD. Os charros com predominância de THC forneciam aproximadamente 19 a 28 miligramas de THC por charro, enquanto os charros com predominância de CBD forneciam impressionantes 90 a 100 miligramas de CBD, ou seja, 200 a 400% mais do canabinóide dominante. Esta disparidade intrigou os investigadores, uma vez que a razão por detrás dela continua por esclarecer.
Implicações para os pré-enrolados e a experiência do consumidor
Os pré-enrolados representam um segmento de mercado da canábis em rápido crescimento, sobretudo no Canadá, onde as vendas de embalagens com vários charros pré-enrolados aumentaram 400% desde 2021. No entanto, os críticos costumam descrever esses produtos como tendo um sabor áspero ou queimando de forma desigual. Esta investigação destaca que factores como o tamanho das partículas e a estrutura da junta podem melhorar o sabor, a consistência e a experiência em geral.
Amber Wise, directora científica da Medicine Creek Analytics, destaca a importância destes dados para os fabricantes de charros pré-enrolados. Compreender a relação entre o tamanho das partículas e o fornecimento de canabinóides pode ajudar os produtores a criar produtos mais agradáveis e de alta qualidade.
Canábis medicinal e dosagem padronizada
As descobertas têm também implicações significativas para a canábis medicinal. Os médicos prescrevem frequentemente canábis para tratar doenças como a dor crónica, a ansiedade e a epilepsia, mas a dosagem da canábis fumada continua a ser imprecisa. Markus Roggen espera que a sua investigação forneça uma estrutura para um controlo da dose mais eficaz, permitindo que os pacientes e os médicos obtenham resultados consistentes.
Robert Strongin, professor de química orgânica na Universidade Estatal de Portland, concorda que este estudo representa um passo em frente na regulação sistemática da dosagem de canábis. Ao abordar variáveis como a humidade, a fonte de combustão e a densidade da embalagem, a investigação futura poderá ajudar a aperfeiçoar ainda mais estas recomendações.
O futuro da investigação com canábis
Apesar destes avanços, a variabilidade continua a ser um desafio, mesmo entre charros preparados em condições idênticas. Estudos futuros visam explorar a forma como os factores ambientais e as técnicas de construção afectam a experiência de fumar.
Em última análise, serão as preferências dos consumidores que continuarão a impulsionar a inovação no fabrico de charros. Enquanto alguns utilizadores procuram opções rápidas e discretas, como os charros pequenos tipo “dog walker“, outros preferem produtos mais duradouros para ambientes sociais. Como Wise salienta, o tamanho das partículas pode não se tornar um ponto de venda comum, mas o conhecimento adquirido com estes estudos é inestimável para melhorar os produtos de canábis.
Enrolar o charro perfeito envolve mais do que apenas escolher canábis com um elevado teor de THC. Factores como o tamanho das partículas, a construção do charro e até as condições ambientais desempenham um papel fundamental na experiência global. À medida que a indústria da canábis cresce, a investigação científica continuará a fornecer informações valiosas para a criação de produtos melhores e mais consistentes para os utilizadores recreativos e médicos.
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Com formação profissional em desenho técnico CAD (2D e 3D), João Xabregas é activista e defensor de todos os usos e aplicações da canábis. Encontrou e entrou no mundo canábico ainda durante os seus tempos de juventude, onde ganhou especial interesse pelo cultivo da planta, o que o levou a uma jornada de auto-aprendizagem pelo mundo da canábis que ainda continua nos dias de hoje. As suas aventuras ligadas ao cultivo de canábis iniciaram-se com o mesmo objectivo de muitos outros: poder garantir a qualidade e eliminar quaisquer possíveis riscos para a sua saúde daquilo que consumia, bem como evitar quaisquer tipos de dependências do mercado ilícito. No entanto, rapidamente passou a encarar o mundo da canábis e tudo o que a ela diz respeito com um olhar bastante diferente. Assume a enorme paixão que nutre pela planta mais perseguida do mundo e sobre a qual está sempre disposto a escrever e a ter uma boa conversa.
