Connect with us

Internacional

Utilizadores regulares de canábis podem necessitar de mais anestesia durante procedimentos médicos

Publicado

em

Imagem gerada por IA (Inteligência Artificial)

Os utilizadores regulares de canábis podem necessitar de mais anestesia durante os procedimentos médicos para permanecerem sedados, se comparados com os não utilizadores, noticiou o Wall Street Journal. Este efeito secundário do uso de canábis não é comummente conhecido, mas a divulgação do uso de canábis é altamente recomendada aos anestesiologistas antes de cirurgias ou procedimentos. Staci Gruber, Directora do programa Marijuana Investigations for Neuroscientific Discovery (MIND) no Hospital McLean em Belmont, Massachusetts, e co-autora de um estudo recentemente publicado sobre as interacções entre a canábis e outras drogas diz que “é extremamente importante revelar o seu uso de canábis ao seu anestesista”.

Os hospitais já perguntam sobre o consumo de álcool, que afecta os requisitos de anestesia, mas muitas pessoas não mencionam directamente o consumo de canábis. São, aliás, muitos os profissionais de saúde que habitualmente não perguntam sobre essa utilização. Um inquérito federal realizado em 2021 mostrou que 18,7% das pessoas com 12 ou mais anos de idade tinham consumido canábis no ano anterior.

O impacto da anestesia nos utilizadores de THC (tetrahidrocanabinol, o principal componente psicoactivo da canábis, responsável por causar efeitos designados como “moca”) e de CBD (canabidiol, que é por vezes usado como remédio para a dor, sono ou ansiedade) ainda não é claro.

Julius Hyatt, cirurgião ortodôntico do Centro de Cirurgia Oral e Implantes Dentários de Maryland, em Cockeysville, notou que muitos dos seus pacientes que eram utilizadores regulares de canábis precisavam de maiores quantidades de anestesia para permanecerem sedados. Alguns pacientes que utilizavam canábis precisavam de duas a três vezes mais da quantidade normal de Propofol para permanecerem anestesiados, levando Hyatt a alterar a sua ficha sobre o historial de saúde dos pacientes para fazer perguntas mais específicas sobre o seu uso de canábis.

Os anestesistas monitorizam os níveis de sedação e podem dar mais anestesia se notarem que o efeito anestésico está a passar. No entanto, os utilizadores regulares de canábis parecem precisar de mais anestesia para ficarem sedados e assim permanecerem.

Em Janeiro, a Sociedade Americana de Anestesia Regional e Medicina da Dor publicou directrizes, recomendando que todos os pacientes submetidos a anestesia fossem rastreados e questionados sobre o uso de canábis, incluindo a frequência do uso, método de consumo e a última vez que o fizeram. No entanto, os investigadores ainda estão a aprender sobre como a canábis afecta a anestesia, pelo que as directrizes não especificam a quantidade adicional de anestesia que os utilizadores necessitam.

De acordo com um estudo publicado na PLOS ONE em 2021, o uso de canábis tem sido associado a um aumento da dose de Propofol necessária para sedar os pacientes para uma endoscopia, com os utilizadores diários a exigirem uma dose mais elevada do que os utilizadores semanais ou mensais.

A canábis é processada por um sistema enzimático no fígado e pode interferir com a sedação porque outras drogas, incluindo anestésicos, são também processadas no fígado. A forma como a canábis é consumida também faz a diferença, com um impacto mais duradouro quando ingerida através de uma substância comestível e processada pelo fígado, em comparação com quando inalada.

A canábis pode ainda interferir com analgésicos após a cirurgia, com um estudo de 2018 na revista “Patient Safety in Surgery” a constatar que os utilizadores de canábis tinham índices de dor mais elevados e consumiam quantidades 25% a 37% mais elevadas de opiáceos para as dores em comparação com os não utilizadores.

Todos os pacientes submetidos a cirurgia são questionados sobre o uso de canábis no sistema hospitalar onde trabalha David Dickerson, Presidente do Comité de Medicina da Dor da Sociedade Americana de Anestesiologistas. Os pacientes que podem necessitar de doses mais elevadas de anestesia ou ser monitorizados mais de perto são os considerados utilizadores regulares, ou seja aqueles que usam canábis durante mais dias do que os dias em que não o fazem.

Jeffrey Galinkin, Presidente dos Serviços Perioperatórios e de Anestesia do Centro Médico de Aurora no Colorado, tem perguntado regularmente aos seus pacientes que vão receber anestesia sobre o seu uso de canábis durante anos, e tem-lhes dado continuidade, informando-os de que as suas respostas irão afectar a quantidade de anestésicos e medicação para a dor que lhes irá ser ministrada. De acordo com Galinkin, “quando se diz isso, eles tornam-se muito verídicos muito rapidamente”.

 

____________________________________________________________________________________________________

[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

____________________________________________________________________________________________________

O que fazes com 3€ por mês? Torna-te um dos nossos Patronos! Se acreditas que o Jornalismo independente sobre canábis é necessário, subscreve um dos níveis da nossa conta no Patreon e terás acesso a brindes únicos e conteúdos exclusivos. Se formos muitos, com pouco fazemos a diferença!

+ posts

Com formação profissional em desenho técnico CAD (2D e 3D), João Xabregas é activista e defensor de todos os usos e aplicações da canábis. Encontrou e entrou no mundo canábico ainda durante os seus tempos de juventude, onde ganhou especial interesse pelo cultivo da planta, o que o levou a uma jornada de auto-aprendizagem pelo mundo da canábis que ainda continua nos dias de hoje. As suas aventuras ligadas ao cultivo de canábis iniciaram-se com o mesmo objectivo de muitos outros: poder garantir a qualidade e eliminar quaisquer possíveis riscos para a sua saúde daquilo que consumia, bem como evitar quaisquer tipos de dependências do mercado ilícito. No entanto, rapidamente passou a encarar o mundo da canábis e tudo o que a ela diz respeito com um olhar bastante diferente. Assume a enorme paixão que nutre pela planta mais perseguida do mundo e sobre a qual está sempre disposto a escrever e a ter uma boa conversa.

Clique aqui para comentar
Subscribe
Notify of

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Publicidade


Veja o Documentário "Pacientes"

Documentário Pacientes Laura Ramos Ajude-nos a crescer

Mais recentes

Internacional1 dia atrás

Rei Carlos III estará a recorrer à canábis medicinal para tentar aliviar os sintomas adversos do cancro

O rei Carlos III estará a utilizar canábis medicinal para tratar o cancro com que foi diagnosticado no ano passado,...

Internacional3 dias atrás

França avança no sentido da legalização da canábis medicinal

França está a dar passos em frente na jornada para legalizar a canábis medicinal, ao reavivar um processo administrativo que...

Internacional3 dias atrás

África do Sul: Indústria contesta proibição de alimentos com canábis pelo Ministro da Saúde

O Departamento de Saúde da África do Sul publicou no início do mês de Março um regulamento que proíbe a...

Análise4 dias atrás

Estudo da EUDA revela menos canábis e mais estimulantes nas águas residuais de 128 cidades europeias

As mais recentes análises a águas residuais realizadas em 128 cidades europeias revelam uma tendência de diminuição no consumo de...

Dá-me música!4 dias atrás

Playlist da Canábis #6: Jimi Hendrix — “Purple Haze”

Poucas canções evocam a psicadelia dos anos 60 tão intensamente como Purple Haze, de Jimi Hendrix. Lançada em 1967 como...

Crónica4 dias atrás

Hashmakers: As melhores variedades de canábis para extracções

As extracções de concentrados com alto conteúdo de canabinóides acompanham desde há muito a história da planta de canábis, sendo...

Economia4 dias atrás

Infarmed atribui oito novas licenças para canábis medicinal em Portugal. Confira aqui as listas e o mapa actualizado

Há novas empresas com licença do Infarmed para operar em actividades relacionadas com canábis medicinal em Portugal, de acordo com...

Entrevistas6 dias atrás

Janosch Kratz e Guillermo Moreno-Sanz falam sobre a regulamentação da canábis medicinal em Espanha

Espanha tem sido historicamente um dos países mais permissivos da Europa em relação à canábis. Durante décadas, o consumo recreativo...

Eventos1 semana atrás

Spannabis termina em Barcelona com números recorde e anuncia Bilbao para Abril de 2026

Apesar do frio, da chuva e do fumo no interior dos pavilhões, a última edição Spannabis em Barcelona deixa um...

Internacional1 semana atrás

Adeus ao Observatorio Español del Cannabis Medicinal

Após uma década a lutar por políticas mais justas para os doentes que precisam de ter acesso à canábis em...