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Cânhamo

Do sonho ao pesadelo: Marta vive as dificuldades do sector do cânhamo em Portugal

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Marta Vinhas, fundadora da Sensihemp, está a viver pessoalmente as dificuldades do sector do cânhamo em Portugal. Depois de ter investido as parcas poupanças na criação do seu sonho — ter uma marca de moda regenerativa e sustentável à base de cânhamo —, a realidade transformou-se num pesadelo de dificuldades económicas. Ainda assim, Marta não desiste. Lançou uma campanha de crowdfunding, focada em retomar o crescimento da Sensihemp, uma marca já premiada e com reconhecimento internacional.

“Decidir fazer um crowfounding é reafirmar a minha escolha de acreditar em novos modelos económicos”, disse ao Cannareporter.

Marta Vinhas diz que “para se poder perceber a escolha de fazer um crowfounding, é preciso voltar ao princípio”. Em declarações ao Cannareporter, explicou que a Sensihemp surgiu com uma missão: “democratizar e fazer renascer a tradição dos têxteis de cânhamo em Portugal”.

Em entrevista à Cannadouro Magazine, publicada também no Cannareporter, Marta contou a sua história, dizendo que “é nossa responsabilidade repensar a forma como as roupas são desenhadas, feitas e consumidas. O cânhamo é uma solução”, afirmou na altura.

Em menos de dois anos, a Sensihemp foi a escolas, universidades, participou em conferências, saiu em reportagens na Imprensa e na televisão e esteve no Milan Design Week, “para divulgar e sensibilizar, ensinando e aprendendo a tecer uma rede de pessoas, instituições, associações, movimentos, fornecedores e parceiros”, conta Marta. “Foi, e é na base das colaborações que o tecido orgânico da Sensihemp se forja. Decidir fazer um crowfounding é reafirmar minha escolha por acreditar em novos modelos económicos. Outro motivo foi porque trabalhar com sustentabilidade em Portugal é um enorme desafio, ainda para mais com o cânhamo e o estigma no seu entorno. A Sensihemp é um projecto independente e para prosseguir a sua missão precisa de apoio de todos”, alerta.
“A primeira dificuldade que enfrentei foi não obter financiamento, porque o projecto é em torno do cânhamo e as instituições bancárias não financiavam negócios relacionados com canábis”.
Marta diz que na indústria do cânhamo em Portugal há uma grande oportunidade sócio-económica: “além da comercialização de flores de CBD, estão a surgir projectos em várias áreas, na construção, na alimentação, nos têxteis, na cosmética, etc. Contudo, é necessário investimento, desenvolvimento industrial e apoios”. Na sua opinião, “faria todo o sentido que Portugal fosse auto-sustentável” e que “a procedência do cânhamo para todos estes projectos fosse de origem portuguesa”. Mas, para isso, é necessária uma  mudança: “tornar os processos de pedido de autorizações de cultivo menos burocráticos, de forma a que haja interesse por parte dos agricultores em investir nesta cultura”, afirma.
As dificuldades do cânhamo em Portugal

Enquanto empreendedora, Marta viveu na pele o preconceito e a falta de conhecimento sobre a planta e os benefícios de usar têxteis de cânhamo. “A primeira dificuldade que enfrentei foi não obter financiamento, porque o projecto é em torno do cânhamo e as instituições bancárias não financiavam negócios relacionados com canábis. Outra dificuldade é facto de ser uma fibra muito pouco utilizada na industrial têxtil em Portugal, face a outras fibras. A falta de desenvolvimento industrial e de know how torna o processo de fabrico um verdadeiro desafio” conta Marta.

Dois anos após a criação da Sensihemp, o reconhecimento público do seu trabalho não corresponde aos números da conta bancária nem às dificuldades financeiras que Marta tem atravessado. “Muitos de vocês não sabem, mas em Setembro de 2021, quando criei a marca, estávamos em plena pandemia, eu estava desempregada e enfrentava dificuldades financeiras. Mesmo assim, com apenas 500 euros na conta bancária, não deixei que isso me impedisse de seguir a missão da Sensihemp e perseguir meus sonhos”, explica na plataforma de crowdfunding PPL, onde já conseguiu angariar 1.265 euros de um pedido total de 4.500 euros. A campanha decorre até ao próximo dia 18 de Setembro e pretende fazer face às dívidas e contas ainda por pagar, após uma doença e intervenção cirúrgica a que Marta teve de se sujeitar no início deste ano.

“Com dedicação e muito trabalho consegui viver da marca, alugar uma loja, conquistar reconhecimento e até mesmo vencer prémios internacionais do sector. Após o reconhecimento e os prémios, a vida trouxe-me outro desafio. Fiquei doente e fui submetida a uma intervenção cirúrgica, que me obrigou a ficar afastada do trabalho longos meses, sem qualquer tipo de rendimento. Durante esse período, houve contas fixas a pagar, enfrentei dificuldades financeiras significativas e tive de lidar com despesas médicas, acumulando dívidas no valor de 3.000 euros. É por isso que estou a lançar esta campanha de crowdfunding“, explica.

Como e porquê contribuir?

Neste momento, Marta precisa do apoio de todos os que puderem contribuir, mesmo com pouco, para superar estas dificuldades e retomar o crescimento da marca Sensihemp, que vive maioritariamente da presença em feiras e eventos.

“Com as doações recebidas, poderei pagar as dívidas acumuladas, pagar as inscrições para participar nos eventos, pois tem se se reservar com meses de antecedência, e também para investir em matéria prima para novas colecções”, explica Marta na plataforma PPL.

“A Sensihemp provou ser um exemplo de sustentabilidade e inovação e eu comprometo-me a continuar a missão de lutar pela valorização e preservação do saber fazer Português, produzindo peças únicas em colaboração com artesãos, feitas com cânhamo, que contribuam para um mundo mais consciente e sustentável”, diz.

“Cada contribuição, por menor que seja, fará uma diferença significativa na minha jornada empreendedora”, alerta Marta, acrescentando que “juntos, podemos impulsionar o sucesso da Sensihemp e inspirar outros empreendedores a nunca desistirem de seus sonhos, mesmo perante as adversidades”. Marta garante ainda que “assim que a minha situação financeira permitir, pretendo distribuir a ajuda que recebi a empreendedores que estejam em alguma situação difícil e que precisem de ajuda com os seus projectos”. O orçamento requerido nesta fase, será utilizado para:

  • Dívidas acumuladas : 3000€
  • Inscrições de participação em mercados: 500€
  • Matéria prima : 800€
  • Divulgação e marketing de impacto: 200€
  • Comissões da plataforma PPL + custos de pagamento: 415,13€

Prémios e reconhecimento da marca Sensihemp

 

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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]

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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Laura é actualmente Editora do CannaReporter e da CannaZine, além de fundadora e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis. Realizou o documentário “Pacientes” e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

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