Cânhamo
Há 2 anos, relatório questionava viabilidade económica do cânhamo nos EUA

Um relatório publicado em Fevereiro de 2020 no Boletim de Investigação Económica do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), já revelava falta de optimismo em relação ao futuro e desenvolvimento do sector industrial de cânhamo, conforme noticiou o Cannareporter na altura. O documento caracterizava o cânhamo como uma “cultura especial” e observava que “é difícil imaginar uma procura por hectares para cultivo de cânhamo industrial que corresponda à procura por hectares para cultivar milho ou soja para alimentação animal ou humana.”
A análise de 77 páginas foi publicada num boletim do USDA intitulado de “Viabilidade Económica do Cânhamo Industrial nos Estados Unidos: Uma Revisão dos Programas Pilotos do Estado”.
Cânhamo já tinha saído da lista de substâncias controladas em 2019
Apesar de a DEA (Drug Enforcement Agency), ter dito em Agosto de 2019 que o cânhamo não é um narcótico, o sector continua a enfrentar dificuldades.A agência esclareceu que “as preparações de cânhamo, incluindo plantas de cânhamo e canabidiol (CBD), abaixo do limite de 0,3% de delta-9 THC, não são substâncias controladas”. Apesar do anúncio da DEA, a Direcção para Food and Drug Administration (FDA) elaborou na altura a regulamentação para cosméticos, suplementos alimentares, alimentos e aditivos alimentares, na sequência do Farm Bill de 2018. A Associação das Indústrias de Cânhamo dos EUA (HIA) aconselhou a FDA para que as regras existentes para estes produtos sejam simplesmente expandidas para incluir os extractos de cânhamo. No entanto, à semelhança da Europa, o sector do cânhamo nos EUA também não tem tido uma regulamentação fácil, com avanços e recuos. As últimas regras para o cultivo de cânhamo nos EUA foram publicadas em Janeiro de 2021.
Projectos piloto ‘bem-sucedidos’
Apesar de o relatório publicado pela USDA observar que os programas piloto de cânhamo criados sob o projeto de lei agrícola dos EUA de 2014 foram “bem-sucedidos”, principalmente na recuperação da cultura do cânhamo como uma colheita agrícola viável, o relatório concluía que “alguns desafios apareceram no momento de transição das produções para além daquilo que são os programas piloto.”
“Enquanto o número de hectares plantados e os participantes da indústria de cânhamo industrial dos EUA aumentaram rapidamente nos programas piloto, e neste momento que o cultivo de cânhamo é permitido legalmente em quase todos os estados, as tendências a longo prazo para o cânhamo industrial dos EUA são incertas”, dizia o relatório do Serviço de Investigação Económica do USDA.
O relatório admitia, no entanto, que “o recente crescimento rápido do sector alternativo de alimentos protéicos vegetais mostra alguma possibilidade de uma cultura de ‘especialidade’ se tornar repentinamente um sector de mercado em crescimento”.
Os desafios
Noutros desafios descritos no relatório, os autores escreveram que a viabilidade económica a longo prazo do cânhamo industrial nos Estados Unidos seria afectada por:
• A disponibilidade de dados confiáveis e transparentes, além de pesquisas e informações de mercado revistas por pares;
• Competição pela área cultivada com culturas convencionais e canábis (medicinal ou recreativa);
• Concorrentes estrangeiros bem estabelecidos para os mercados de produtos de cânhamo;
• A capacidade de diminuir a incerteza de produção e preço por meio da transparência e da gestão de riscos.
“Os próximos anos deverão ter uma resolução das questões legais e regulamentares que restringem a produção de cânhamo nos Estados Unidos e serão as importações, a procura do consumidor, a produção doméstica e as exportações que irão ditar o crescimento e o tamanho do mercado a longo prazo”, conclui o relatório.
Pode ler o relatório na íntegra abaixo ou descarregá-lo aqui:
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[Aviso: Por favor, tenha em atenção que este texto foi originalmente escrito em Português e é traduzido para inglês e outros idiomas através de um tradutor automático. Algumas palavras podem diferir do original e podem verificar-se gralhas ou erros noutras línguas.]____________________________________________________________________________________________________
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Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra, Laura Ramos tem uma pós-graduação em Fotografia e é Jornalista desde 1998. Vencedora dos Prémios Business of Cannabis na categoria "Jornalista do Ano 2024", Laura foi correspondente do Jornal de Notícias em Roma, Itália, e Assessora de Imprensa no Gabinete da Ministra da Educação. Tem uma certificação internacional em Permacultura (PDC) e criou o arquivo fotográfico de street-art “O que diz Lisboa?” @saywhatlisbon. Co-fundadora e Editora do CannaReporter® e directora de programa da PTMC - Portugal Medical Cannabis, Laura realizou o documentário “Pacientes” em 2018 e integrou o steering group da primeira Pós-Graduação em GxP’s para Canábis Medicinal em Portugal, em parceria com o Laboratório Militar e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
