A Malásia poderá vir a considerar a legalização de canábis para fins medicinais, de acordo com as declarações de um funcionário do Ministério da Saúde da Malásia à Reuters. A recente política de canábis da vizinha Tailândia deverá ser o exemplo e a inspiração para legalizar o uso medicinal da canábis na Malásia, onde ainda se aplica a pena de morte para quem possuir mais de 200 gramas de canábis.
A discussão sobre a possível legalização aconteceu após o ministro da Saúde Pública da Tailândia, Anutin Charnvirakul, divulgar que se reuniria com o seu colega da Malásia durante uma reunião de ministros, onde ambos estariam presentes, e onde a Tailândia mostraria os resultados do seu programa.
“Estamos a desenvolver a nossa própria estrutura para o uso de canábis para fins medicinais e queremos aprender com a Tailândia”, disse um funcionário do Ministério da Saúde à Malásia à Reuters, sob anonimato.
O ministro da Saúde, Khairy Jamaluddin, afirmou que o governo da Malásia deu boas-vindas a ensaios clínicos para o uso médico do canabidiol (CBD). De acordo com a Reuters, a agência de notícias estatal noticiou no mês passado que o Ministério da Saúde pretendia começar a registar alguns produtos com CBD no próximo ano, depois de estudar a sua segurança, embora a aprovação para o cultivo ainda esteja distante.
O cultivo e o uso recreativo de canábis ainda é ilegal na Malásia. A posse de mais de 200 gramas (7 onças) implica uma sentença de morte obrigatória, mas o ministro da Saúde, Khairy Jamaluddin, disse que a importação e o uso de canábis medicinal sob prescrição médica são permitidos se forem registados e licenciados pela Autoridade de Controle de Drogas.
O extraordinário volte-face da Tailândia
A Tailândia mudou radicalmente a sua política em relação à canábis, com o Ministro da Saúde Pública, Anutin Charnvirakul, a investir na indústria e na economia local para a recuperação económica do país e a aparecer, inclusive, com camisas alusivas a canábis, ao mesmo tempo que anunciava a protecção de quatro variedades tailandesas como património nacional. Visto como o “principal impulsionador da legalização da canábis para fins medicinais” no seu país, o Ministro tailandês estima que a indústria possa valer mais de 3 mil milhões de euros em cinco anos. No entanto, a súbita “legalização” trouxe também alguma revolta, com vários médicos a pedir o fim imediato do uso recreativo no país.
No encontro em que participou, em Banguecoque, Anutin revelou em entrevista colectiva a vontade de expandir a sua política a outros países asiáticos: “os tópicos de discussão serão sobre como avançar em conjunto com esse tipo de política para criar benefícios económicos e medicinais. Queremos que todos reconheçam a propriedade desta planta. Quanto mais pessoas estiverem interessadas neste campo, mais desenvolvimento e pesquisa serão criados”, cita a Reuters.